Pela sétima vez; Auckland City!


Acumulando nada mais nada menos que seis (sete com a edição deste ano) participações, o clube é recordista de presenças no Mundial, e tem como sua melhor - e heróica - campanha a do ano passado, onde conquistou a medalha de bronze, batendo nos pênaltis os mexicanos do Cruz Azul.

O Auckland City Football Club é uma equipe da maior cidade da Nova Zelândia, Auckland, e faz parte da ASB Premiership, a principal liga de futebol do país que conta com oito equipes.  Fundada em 2004, mesmo ano da criação da ASB Premiership, os ‘’Navy Blues’’ de todas as dez edições da Liga Neozelandesa dominam com sobras, vencendo seis edições.

A história não é muito diferente quando se trata de âmbito continental, desde a saída da Austrália  em 2006, para a Confederação de Futebol Asiática, o domínio da OFC Champions League, a Liga dos Campeões da Oceania, é totalmente de equipes da Nova Zelândia. Como já dissemos, o próprio Auckland City é heptacampeão da ‘’O-League’’ e seu maior rival, Waitakere United, ganhou também em duas oportunidades a competição continental; sendo que a única vez que algum azarão mostrou forças para tirar o título de domínio neozelandês foi na temporada 2009-10 onde o representante de Papua Nova-Guiné, Hekari United, bateu o Waitakere United na final. 

Para chegar para a mais esta edição do Mundial de Clubes o Auckland City venceu a OFC Champions League, disputada nas Ilhas Fiji, com uma campanha irretocável, marcando 11 gols e sofrendo apenas um. Porém teve de vencer seus compatriotas do Team Wellington nas penalidades máximas por 4-3 para finalmente erguer a taça.
Ivan Vicelich, Ryan de Vries e João Moreira com a taça da Oceania Champions League.
O Auckland City, por não ser uma equipe totalmente profissional, como as demais de toda Oceania, e por também vir de um continente de futebol considerado mais fraco em relação a todos os demais, é a equipe sorteada para enfrentar o representante do país anfitrião, na fase preliminar do Mundial de Clubes da FIFA, isso a partir de 2008, quando as equipes locais foram implantadas na competição.

Em sua primeira participação, em 2006, nas quartas de final a equipe neozelandesa enfrentou os campeões da África, o Al-Ahly do Egito, estes que venceram por 2-0. O vencedor deste confronto que mais tarde enfrentaria o Internacional, que no findar do torneio teria o título mundial em suas mãos após derrotar o FC Barcelona.

Em 2009, a primeira ‘’glória’’ do Auckland City no Mundial, uma vitória surpreendente perante os anfitriões do torneio, o Al-Ahli dos Emirados Árabes Unidos, por 2-0 com gols de Adam Dickinson e Chad Coombes. Porém na fase de Quartas de Final, o caldo engrossaria de vez e os mexicanos do Atlante não titubearam e venceram sem muitos sustos os Navy Blues por 3-0. Na disputa pelo 5º Lugar, o adversário seria os campeões africanos, o TP Mazembe, que como sabemos anos mais tarde aprontaria para cima de um clube brasileiro. O jogo foi duro, e mais uma inesperada vitória, com um gol no último minuto de Riki Van Steeden, selando o 3-2 para os neozelandeses. James Hayne fez os outros dois gols para o Auckland, e Kasongo e Kasusula os tentos da equipe congolesa.

Depois de não corresponder as expectativas em 2010 e nem sequer chegas às finais da OFC Champions League, o Auckland voltou à competição em 2011 para não mais sair. Nesta edição de 2011 o carrasco foram os japoneses do Kashiwa Reysol, campeões da J-League que venceram por 2-0. A rotina do Auckland City continuaria até 2013, sendo batido na fase preliminar em 2012 por 1-0 para os também japoneses do Sanfrecce Hiroshima e em 2013 para os marroquinos do Raja Casablanca por 2-1, tomando o gol derradeiro nos acréscimos.

Porém a campanha que surpreendeu a todos veio no último ano, novamente no Marrocos, desta vez o representante nacional seria o Moghreb Tétouan. Depois de um jogo apertado, truncado e sem muitas oportunidades, o jogo passou pela prorrogação e foi aos pênaltis. Com o nigeriano Sani Issa cobrando o pênalti decisivo e deixando o placar final em 4-3 nas penalidades. Selando assim uma vitória que simbolizava muito para os comandados de Ramon Tribulietx, técnico espanhol que treina o time neozelandês desde 2010 e levou a equipe a cinco mundiais.


A partir daí os adversários ficariam mais difíceis e nesta fase o Auckland enfrentou o ES Sétif da Argélia, os campeões continentais africanos. Com a proposta de jogo mantida, com linhas defensivas cerradas com rápidas escapadas pelos lados, o Auckland tentava segurar a mais forte equipe argelina. E funcionou, depois de escanteio, a bola sobra na área para que o zagueiro inglês John Irving fuzilasse as redes adversárias. Com a vitória heróica e muito celebrada pelos jogadores e comissão técnica, o jogo a seguir seria o maior da história de sua equipe, enfrentar os atuais campeões sul-americanos, os argentinos do San Lorenzo.

Com muita garra, voracidade e empenho, algo que não se imaginava perante a diferença técnica das duas equipes, o Auckland City manteve o jogo equilibrado. Sofre um decepcionante gol de Pablo Barrientos no fim da primeira etapa, mas não cai se mantêm de pé, se defende, contra-ataca e numa bola fortuita, o lateral espanhol Angel Berlanga encontra as redes argentinas. O 1-1 persistiu, duramente para os argentinos, levando o jogo a prorrogação. Não demorou muito para que a zaga do Auckland fosse vencida e Mauro Matos, acerta cabeçada e põe a frente o San Lorenzo. A partir daí, uma pressão é imposta pelo Auckland, os Campeões da Oceania, sim, poderiam pressionar, acuou-se a equipe argentina e por pouco um empate milagroso não ocorreu.

Combalidos mas orgulhosos de si mesmo, a derrota veio. Mais tarde o San Lorenzo seria batido pelo poderoso Real Madrid de Cristiano Ronaldo, e um embate entre o pequeno Auckland e o enorme clube espanhol ficaria para uma próxima oportunidade.

Na disputa do terceiro lugar, contra o Cruz Azul do México, a equipe do Auckland perfilou alguns jogadores que não haviam participado do campeonato e mesmo assim a histórica medalha de bronze veio. Ryan de Vries, um dos destaques do campeonato, fez o gol ao findar da primeira parte, apesar da luta e da tentativa de segurar o resultado, o Auckland cedeu a pressão e Joao Rojas igualou o placar. Não deu em outra, no final das contas a partida também iria para as penalidades, como no primeiro jogo, e o goleiro Jacob Spoonley defendeu, Sani Issa converteu e assim se levou ao milagre em Marrocos. A vitória do esforço.
Auckland comemora campanha surpreende no Mundial de Clubes de 2014
Para esta edição, o Auckland City investe em sua base, trará muitos jovens jogadores, não só pensando em seu futuro, mas também no futuro do futebol em seu país. A Nova Zelândia, esportivamente dominada pelo Rugby, está em um crescente cenário futebolístico, tendo uma campanha ‘’brilhante’’ dentro de suas pretensões em um passado próximo, na Copa do Mundo de 2010, jogando três vezes e saindo com três empates.

Com a não recuperação de uma lesão, Ivan Vicelich, terceiro melhor jogador do último mundial e capitão do Auckland City,não fará parte dos 23 homens que irão ao Japão. A equipe vem sem um líder dentro das quatro linhas mas poderá contar a com experiência de seu antigo atleta no banco de reservas, que interinamente, fará a vês de auxiliar técnico de Ramon Tribulietx. 

A equipe perdeu alguns jogadores que participaram do Mundial de Clubes na temporada passada, porém de acordo com a mídia neozelandesa, a equipe que vem para este Mundial pode ser considerada até mais forte tecnicamente do que a antiga.

Veja abaixo como possivelmente Ramon Tribulietx perfilará sua equipa:


Mantendo seu jeito de jogar, o Auckland City deve manter firme sua linha defensiva. Protegida por Mario Bilen e com rápida recomposição de Alvaro, Tade, De Vries e Lea’alafa, deixando o português João Moreira isolado no ataque.  Os contra-ataques devem continuar sendo muito usados principalmente com a velocidade de De Vries e do jogador de Ilhas Salomão, Micah Lea’alafa.  Quando se tem a bola à equipe do Auckland tem também qualidade, para quem viu os jogos do último Mundial se deve saber, com boa saída de bola defensiva e velocidade na transição, tanto quanto ofensiva e defensiva.

Ramon Tribulietx também conta com boas opções que podem até iniciar a partida no lugar de alguns destes que foram alinhados a cima, ou quem sabe trazer mudanças táticas durante os embates no torneio. Os jovens Clayton Lewis e Te Atawhai Hudson-Wihongi, que disputaram o Mundial Sub-20 que foi sediado na própria Nova Zelândia, podem vir a ascender à titularidade. Jesse Edge, também um jovem defensor neozelandês e Darren White, inglês que chegou a ser titular no ultimo mundial, também podem vir a disputar vagas na equipe.

A luta continua para os representantes da Oceania que pela sétima vez disputaram o Mundial de Clubes da FIFA. Será que poderão fazer história mais um mais ou quem sabe chegar ainda mais longe?

A luta recomeça dia 10 de Dezembro.
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