Etapas que fazem falta


Era uma competição sub-20 e um garoto de 16 anos se destacava mesmo assim. O suficiente para chamar a atenção de todos e ganhar o pesado status de futuro craque. Se naturalmente ainda teria pelo menos mais 4 copinhas para disputar, queimou essas etapas e foi integrado ao elenco principal logo após o fim do torneio de juniores. Essa falta de um maior período com a base é nitidamente notada. Fundamentos mal trabalhados e escolhas equivocadas estavam ali para provar.

Com o técnico Mano Menezes foi aos poucos ganhando oportunidade e se firmando como opção recorrente no timão. Virou titular, fez alguns gols, mas longe de se mostrar um craque em potencial. Via-se sim um talento, um futuro, mas nada como o prometido.
Em 2015, dessa vez com Tite, um ano de afirmação. Por maior que tenham sido suas oscilações, se manteve entre os 11 durante todo o campeonato e evoluiu demais, principalmente na parte tática. Ergueu seu primeiro troféu importante e vinha para 2016 para seguir evoluindo.

Porém, assim como quando foi promovido, viu etapas serem queimadas. Próximo de completar 19 anos rumou a Europa, para um mercado secundário e para um time de pouquíssimas ambições. Algo longe do previsto e esperado para a carreira do garoto que despontava como brilho raro no deserto de revelações que é a base corinthiana.
Mais um ano com Tite poderia ser essencial para a evolução de Malcom

Tite não gostou nada do negócio e disparou contra os empresários, que segundo o treinador não ligaram para o Corinthians. Porém, o que fica nítido é que quem agencia a carreira de Malcom também não ligou para a evolução do garoto. Disputar uma Libertadores como titular poderia ser o momento de real afirmação do atacante. Em ano de Olimpiadas seria ainda mais positivo uma boa campanha com um time de tamanho reconhecimento nacional.

Agora na França, Malcom deve aos poucos receber oportunidades no Bordeaux e se não render, é bem capaz de surgir em um time ainda menor por empréstimo. Se isso acontecer, podemos culpar a falta de capacidade do menino, ou olharmos com um pouco mais de clareza e vermos as inúmeras etapas perdidas na carreira do jovem brasileiro.

O ex-corithiano está longe de ser um craque e nem parece que poderia se tornar, mas, é um jogador de futuro e que se bem trabalhado, poderia ser muito maior do que deve se tornar atuando na França. Esse é só mais um exemplos de garotos que são utilizados para faturamento e acabam vendo suas carreiras ficando em segundo plano.

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