Pra quebrar uma escrita


O representante da CONCACAF nessa edição do Mundial de Clubes da FIFA é o América do México, um dos clubes com mais títulos, torcida e tradição entre os que estão na competição da FIFA. O Club de Fútbol América S. A. de C. V. foi fundado em 12 de outubro de 1916 na Cidade do México, capital federal de seu país.  Ele tem uma das maiores torcidas mexicanas, sempre disputando o título de mais popular do país com o rival Chivas, tendo aparecido no primeiro lugar em algumas pesquisas e atrás do rival de Guadalajara em outras.

O clube tem sua sede na Cidade do México, que é o maior e também a mais populoso município mexicano, tendo aproximadamente de 8,9 milhões de habitantes. O clube pertence ao grupo mexicano de mídia Televisa e é um dos que conta com maior poderio financeiro em todo o continente americano. O América é o proprietário do Azteca, que é o maior estádio do México e segundo maior do mundo, com capacidade para 105.064 torcedores. O grandioso estádio é um dos mais importantes do futebol mundial e foi palco das finais da Copa do Mundo de 1970, vencida pelo Brasil de Pelé, e de 1986, conquistada pela Argentina de Maradona.

Na primeira divisão desde a primeira edição do campeonato, disputada em 1943, o América, ao lado do Chivas, é um dos dois únicos clubes que estiveram presentes em todas as 92 edições do torneio. Além disso, é o que mais vezes venceu a Liga Mexicana, com 12 troféus. A primeira conquista nacional veio na temporada 1965/1966, e a última no Torneio Apertura do ano de 2014. O América é detentor de vários recordes, como o time que mais pontuou, maior número de vitórias e que mais gols marcados na história do campeonato mexicano da primeira divisão.


Quando o assunto é título, as Águias não estão atrás de ninguém no futebol mexicano. Além das 12 ligas conquistadas, o clube tem cinco Copas do México e cinco  "Campeón de Campeones", que era uma supercopa disputada ente o campeão da liga e da copa do nacional. A equipe também faz bonito internacionalmente. Com seis títulos, ao lado do rival Cruz Azul, é a equipe que mais venceu a Liga dos Campeões da CONCACAF, levando o caneco em 1977, 1987, 1990, 1992, 2006 e na edição da temporada 2014-2015, que lhe deu a vaga no Mundial.

Esse será a segunda participação do clube no Mundial de Clubes da FIFA. Na primeira disputa, em 2006, o América passou pelo Jeonbuk da Coreia do Sul nas quartas de final, por 1 a 0, com gol de Rojas. Porém, na fase seguinte, acabou sendo goleado por 4 a 0 pelo Barcelona de Ronaldinho Gaúcho e Deco. Desmotivado, o time acabou perdendo por 2 a 1 para o Al-Ahly e terminou a competição no quarto lugar.

Assim como em 2006, o clube mexicano poderá ter o esquadrão do Barcelona pela frente logo nas semifinais. Antes disso, o time já terá um desafio complicado, pois enfrenta o Guangzhou Evergrande logo na estreia da competição. O time chinês, que é comandado por Felipão e conta com os brasileiros Robinho, Ricardo Goulart, Paulinho, Elkeson e Alan, será um desafio muito difícil. O time comandado por Felipão é considerado por muitos o asiático mais forte a participar da competição. Na edição de 2013, o mesmo Guangzhou Evergrande bateu os mexicanos do Monterrey nas quartas e chegou à semifinal da competição, onde seria eliminado pelo Bayern.



Para chegar ao Mundial de 2015, o América venceu a Liga dos Campeões da CONCACAF na temporada 2014/2015. Na fase de grupos, o time se classificou com tranquilidade. Venceram os cubanos do Bayamón por 6 a 1 no Estádio Azteca e por impressionantes 10 a 1 jogando em Cuba. Também bateu Comunicaciones por 2 a 0 jogando em casa e empatou em 1 a 1 jogando na Guatemala. O adversário nas quartas de final foi o Saprissa, que também não impôs maiores dificuldades. Na partida de ida, disputada na Costa Rica, as Águias venceram por 3 a 0 e na volta, atuando com time misto, o América voltou a bater o time costarriquenho, dessa vez por 2 a 0.

Na semifinal, o clube mexicano voltou a encarar um time da Costa Rica, dessa vez o adversário foi o Herediano. Na primeira partida da semifinal, o Herediano surpreendeu o time misto do América e o venceu por 3 a 0. Mas o América mostrou sua força na partida de volta e se classificou goleando por 6 a 0. Na grande final da ‘’Concachampions’’, o América enfrentou o Montreal Impact, time canadense que disputa a MLS. Na partida de ida, o time de Montreal, de maneira surpreendente, equilibrou o jogo e empatou por 1 a 1 jogando no México e deixou a decisão aberta para a partida decisiva que seria disputada no Canadá.

No jogo decisivo, 60 mil torcedores canadenses lotaram o Estádio Olímpico de Montreal e viram seu time marcar com Romero, antes dos 10 minutos da primeira etapa. O América foi para os vestiários com um placar que dava o título ao adversário. Mas a alegria dos canadenses durou pouco no segundo tempo e, logo aos 5, o atacante Benedetto empatou a partida com um golaço de voleio. Aos 14, Oribe Peralta virou para as Águias e deu tranquilidade ao clube mexicano. O atacante argentino Benedetto ainda marcou mais dois, chegando ao seu hattrick na final. O Montreal Impact ainda diminuiu no final da partida, mas nada que impedisse a festa do América, hexacampeão da Liga dos Campeões da CONCACAF.

O América não chega ao mundial no seu melhor momento, mas espera que o peso da camisa e o poder de reação demostrado nos últimos torneios eliminatórias possa fazer o time pelo menos igualar a melhor campanha dos clubes mexicanos na competição. No sábado (06), o time jogou sua última partida antes do Mundial: uma vitória por 3 a 1 sobre o Pumas, na partida de volta da semifinal do Apertura mexicano, mas o resultado não foi suficiente para a classificação, pois o América vinha de uma derrota por 3 a 0 em pleno Estádio Azteca.


Apesar dos bons jogos e classificação tranquila contra o León nas quartas de final, o time vinha sem regularidade na fase classificatória, onde se classificou em sexto lugar, com 9 vitórias, 1 empate e 7 derrotas, totalizando 28 pontos. A campanha ficou abaixo da expectativa da diretoria e torcida. Porém o bom futebol mostrado em alguns dos jogos da parte final do Apertura é um alento. A expectativa do América é passar pelo Guangzhou Evergrande e, pelo menos, conseguir fazer um jogo duro contra o Barcelona.

O clube já divulgou a lista com os seus 23 relacionados para o Mundial. Não houve nenhuma grande contratação visando o torneio, mas o clube levará o que tem de melhor, incluindo jogadores experientes e de qualidade reconhecida como Quintero, Oribe Peralta, Darío Benedetto e Paul Aguilar.

O time base do América para o mundial deve contar com Muñóz; Paul Aguilar, Pablo Aguilar, Goltz, Samudio; Andrade, Sambueza, Guerrero e Martínez; C. Quintero e Peralta.
Güemez, Arroyo e Darío Benedetto são outros jogadores que participam bastante da rotação do técnico Marcos Ignacio Ambriz.



Mexicanos ainda não tiveram grandes campanhas em mundiais

Apesar da paixão dos mexicanos pelo futebol e do alto investimento feitos por muitos clubes do país, nunca uma equipe mexicana chegou em uma final de mundial de clubes. Na primeira edição da competição, disputada em 2000, no Brasil, o Necaxa, representante mexicano e da Concacaf, ficou na terceira posição após bater o poderoso Real Madrid na disputa de pênaltis . Dos 12 mundiais de clubes organizados pela FIFA, o México só não teve representante em 2005, quando os costarriquenhos do Saprissa venceram a competição continental e representaram a CONCACAF no Mundial de Clubes, terminando a competição com o terceiro lugar.

Nas edições de 2007, 2008 e 2010, o Pachuca representou a CONCACAF e o México. Em duas ocasiões o clube foi eliminado logo nas quartas de final. Em 2007 sendo derrotado pelo Étoile Du Sahel (Tunísia) e em caindo diante do Mazembe (Congo). Em 2008 o clube foi um pouco melhor e terminou no quarto lugar, após ser eliminado pela LDU na semifinal e perder a disputada de terceiro lugar para os japoneses do Gamba Osaka. Entre as participações do Pachuca, o Atlante fez sua estreia e única participação no mundial em 2009, mas também não obteve grande resultado. A equipe terminou foi derrotada pelo Pohang Steelers, da Coréia do Sul, e terminou com a quarta colocação.

Outro clube mexicano que representou a CONCACAF em três oportunidade foi o Monterrey e, assim como o Pachuca, também não teve grande sucesso na competição. O time caiu nas quartas de final em 2011, diante dos japoneses do Kashiwa Reysol, E em 2013, quando foram derrotados pelos marroquinos do Raja Casablanca. Em 2012, o time igualou a melhor campanha de clubes mexicanos no Mundial após vencerem o  Al-Ahly na disputa pelo terceiro lugar.

Na última edição da competição, o Cruz Azul foi goleado por 4 a 0 pelo Real Madrid na semifinal e, após empatar por 1 a 1, foi derrotado pelos neozelandeses do Auckland City na disputa de pênaltis, terminando em quarto lugar. O América buscará pelo menos igualar o terceiro lugar conquistado por Necaxa e Monterrey, mas sonha em passar pelos chineses e contarem com uma partida perfeita e um dia ruim do Barcelona para quem sabe ser o primeiro time da CONCACAF em uma final de Mundial da FIFA.
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