Um dos maiores erros do Liverpool nesta temporada foi ter mantido Brendan Rodgers no comando até certo ponto. Desde as péssimas atuações da equipe na temporada passada era notável a falta de sintonia e de espírito na equipe dos reds. Brendan foi demitido após o empate contra o Everton, no dia 4 de Outubro deste ano e, logo em seguida, os rumores (que já vinham sendo fortes) se tornaram ainda mais exuberantes sobre a possível vinda do ídolo do Borussia Dortmund, o treinador alemão Jürgen Klopp. E não deu em outra: no dia 8 de Outubro, Klopp foi anunciado pelo clube inglês.
Mas o que Klopp poderia mudar numa equipe que tanto investiu em reforços, mas que não vinha rendendo o esperado? Um treinador poderia mudar a atitude de todo elenco? Klopp sim. Seu estilo de jogo revolucionário (o qual tornou o Dortmund um dos gigantes da Europa, onde conquistou 6 títulos e inclusive levou o time à grande final européia em 2013, contra o rival Bayern de Munique) foi englobado no Liverpool, que desde a ascensão do próprio Brendan Rodgers na temporada 2013-2014 não vinha encantando.
Vibração, caras e bocas de Klopp a beira do campo contagiam torcedores e jogadores |
O contagiante Klopp é o treinador que todo time deseja ter. Vibrante e participativo na questão psicológica de seus atletas, é o tipo de profissional que muda o clima do elenco e dá um ânimo diferente à seus comandados. A questão emocional, certamente, é um dos principais fatores para o desenvolvimento e desempenho do jogador. E Klopp encaixou muito disso em sua nova equipe.
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O Liverpool vinha de péssimos resultados com Brendan Rodgers, nesta temporada, com o treinador norte-irlandês, foram 10 jogos oficiais, com 4 vitórias - uma na decisão de pênaltis contra o modesto Carslile, da quarta divisão inglesa, 2 derrotas e 5 empates. Com o comandante alemão, a questão de adaptação pode ter influenciado em seus primeiros tropeços, onde empatou com Tottenham, Rubin Kazan e Southampton. A primeira vitória veio contra o recém-promovido à Premier League Bournemouth, com um apertado 1x0, pela Copa da Liga Inglesa. Até aqui, no geral, com Klopp, o Liverpool possui 8 jogos, 4 vitórias (duas delas contra Chelsea e Manchester City fora de casa, por 3x1 e 4x1, respectivamente), uma derrota e 3 empates.
Confira abaixo o desempenho do alemão e de seu time nos dois principais desafios até aqui (todos como visitante):
No jogo contra o Chelsea, houve uma variação intensa do primeiro tempo para o segundo. Na primeira etapa, a equipe se comportou com um 4-1-2-2-1, com Lucas Leiva na frente dos zagueiros como proteção, Can e Milner reforçando o meio-campo e ajudando Coutinho e Lallana, que serviam de armas ofensivas para contra-ataques, sempre pelos lados. Firmino fazia a função de “falso 9”. O jogo foi equilibrado e terminou em 1x1. Já na etapa final, Klopp percebeu a fragilidade de Lallana na função e colocou Jordan Ibe, que participou diretamente do terceiro gol de Benteke e de outras tramas ofensivas. A entrada de Benteke também foi letal: O belga deu assistência para o segundo gol do time (de Coutinho) e marcou o terceiro. Sempre infernizando os zagueiros e participando das jogadas ofensivas, assim como Ibe. Dedo do treinador alemão na importante vitória dos reds.
Desta vez, contra o City, Klopp não precisou de substituições para ajustar a equipe. Sua formação inicial foi certeira: Com quase a mesma formação do jogo contra o Chelsea, o alemão desta vez colocou Can mais à frente, e o turco-alemão foi efetivo na função, participando do terceiro gol e de várias oportunidades. Coutinho e Firmino, entrosados, destruíram o sistema defensivo do City, explorando as deficiências da dupla francesa Sagna e Mangala. O primeiro marcou um e deu uma assistência, já o segundo teve o mesmo desempenho, participando também do primeiro gol da equipe (contra, de Mangala). O padrão de Klopp, o entrosamento e a versatilidade da dupla fez com que os reds saíssem do Etihad Stadium com uma grande vitória sobre um dos grandes candidatos ao título inglês, o Manchester City.
O "Normal One" provou, contra duas grandes equipes, que sua inteligência e sua tática podem ser de grande valor para os reds. Finalmente, depois dos tropeços iniciais, o alemão conseguiu dar a sua cara ao time do Liverpool. Conseguiu encaixar a equipe com a dupla Coutinho e Firmino tendo importância letal, Can e Lucas Leiva dominando o meio-campo (o primeiro com sua ótima presença ofensiva e o segundo com seu ótimo poderio de marcação), assim como o versátil Milner, os laterais ofensivos Clyne e Moreno, o “xerife” Skrtel, entre outros destaques. Vale a pena acompanhar de perto este “novo Liverpool”, que também oscilará daqui pra frente, mas que combina perfeitamente com o estilo de Klopp e promete brigar por coisas maiores.