Especificamente nesse jogo, o caráter de título na vitória é totalmente aceitável. Sou Flamengo (mas tenho queda por um alvinegro, o Newcastle), mas respeito a história e a grandeza do Botafogo e vou me colocar no lugar do rival e fazer uma análise justa sobre a situação e a comemoração.
Os botafoguenses viviam um sonho em 2014 ao voltar a disputar uma Libertadores após 17 anos. A torcida criticada por não comparecer em grande número (apesar de apoiar e MUITO) enchia o Maracanã durante a competição e fizeram nos quatro jogos no Maracanã festas cada vez mais lindas.
A ruína começou ainda em 2013 devido ao fechamento para obras de restruturação do Engenhão. Alegaram que a cobertura do estádio poderia cair com ventos de apenas 63 KM/H, mas no começo das obras caiu uma tempestade na Cidade Maravilhosa. Caíram árvores, postes, alagou ruas, alagou Maracanã e os ventos ultrapassaram os 100 KM/H, mas o atual estádio Nilton Santos, permaneceu intacto. "Coincidentemente", próximo a abertura do Maracanã. Sem sua casa, o Botafogo teve que pagar inúmeras rescisões de contratos com patrocinadores das placas de publicidade do estádio e dos camarotes, já que o estádio não seria mais utilizado durante um bom período. Além disso, passaram a ter de pagar para jogar no Maracanã, e o atual presidente e pivô da queda alvinegra, Maurício Assumpção, não se esforçou muito para saber dos detalhes da situação.
A curto prazo, os problemas pouco apareceram e foram jogados para baixo do tapete. Mas os débitos ficaram evidentes na virada do ano. A diretoria forçava e não se esforçava para evitar a saída de jogadores mais caros ( e muito importantes) como Seedorf, Rafael Marques, Elias e mais para frente Lodeiro. A esperança de melhorar as finanças era chegar nas fases finais da Libertadores, mas a equipe acabou eliminada na primeira a fase, o que agravou ainda mais a crise.
Com o acúmulo de problemas e débitos, o presidente alvinegro passou a meter os pés pelas mãos. Fez trapalhada após trapalhada e chegou ao ponto de faltar o pagamento do Ato trabalhista, o que gerou muitas penhoras, além de uma série de outras situações que aumentaram a dívida do Botafogo para cerca 700 milhões de reais.
Com o atraso dos salários de jogadores, comissão técnica e funcionários o clima ficou insustentável, para completar o presidente demitiu peças importantes para o time, Julio César, Sheik, Bolívar e Edilson por cobrarem da diretoria soluções para o problema do clube. Jefferson também estaria na lista, mas foi "poupado" do absurdo por ser ídolo do clube.
O resultado disso tudo não poderia ser diferente. O Botafogo foi rebaixado e Maurício saiu impune depois de tudo que fez.
E depois de tudo isso, rebaixamento, endividamento absurdo e motivo de chacota para os rivais, o novo presidente Carlos Eduardo Pereira recolocou o Bota no ao trabalhista, montou um time modesto, mas com vontade de vencer, liderados pelo grande ídolo Jefferson e pelo treinador Renê Simões, que no primeiro grande teste do ano, derrotou seu maior rival, numa boa atuação dentro de sua proposta de jogo e ainda fez um gol no maior estilo Flamengo!
Então, torcedor alvinegro, comemore e faça a sua festa, não foi um troféu, mas foi um título para esse elenco. Um título de "nós somos capazes" e levem esse espírito de final para todos os jogos para recolocar seu time na elite, pois o responsável por esse declínio é singular e único, mas infelizmente está livre e com certeza não sente remorso pelos absurdos cometidos contra um clube importante e de grande história para o futebol brasileiro.
Porém, é válido tirar sarro do "título", tem que haver brincadeira, mas no fundo, devemos entender e parabenizar os botafoguenses pela vitória!