Era necessário mudar. Insistir já não era uma opção. O tempo de oportunidade foi dado, mas duas temporadas de "time em formação" é para se preocupar. Era hora de Brendan Rodgers dar adeus. Para alguns, a diretoria dos reds demorou a se divorciar do técnico galês, mas, ainda há tempo de uma boa temporada, dessa vez, de fato com um time em formação, mas nas mão de outro comandante.
E quem parece ser o mais provável comandante de um novo Liverpool é Jurgen Klopp. Mas isso é assunto para outro texto e outro momento. O foco aqui é o agora ex-treinador do time da cidade dos Beatles.
É de conhecimento de todos que o trabalho de Rodgers começou bem. Chegando do Swansea com a premissa de um futebol bonito, ofensivo e eficiente, o técnico iniciou muito bem seus trabalhos. Depois de um sétimo lugar na temporada de estreia, o Liverpool quase voltou a ser campeão inglês no ano seguinte. Suarez e Sturridge comandaram um dos melhores times da Europa naquele momento. O ataque funcionava absurdamente bem, o meio campo trabalhava bem a bola, como nos tempos de Swansea, e a defesa não comprometia. O título era uma enorme realidade, mas não veio por um deslize, literalmente.
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| A Premier League não veio por detalhes. O lance mais emblemático foi o de Gerrard |
Na temporada seguinte, Suarez deixou Anfield, e as críticas vieram com força, mas ainda existia aquela gratidão pela boa campanha e pelo retorno a Uefa Champions League. Retorno esse extremamente decepcionante, já que com uma campanha patética o Liverpool se despediu ainda na fase de grupos, com apenas uma vitória em um grupo considerado tranquilo para a maioria. Mas, a situação de Rodgers ainda piorou.
O time simplesmente não se encontrava, não existia padrão ou organização. Parecia outro treinador, ou até mesmo evidenciava o quanto Suarez havia "carregado Rodgers nas costas". Com isso, a eliminação da Uefa Europa League veio diante do Besikitas. Era praticamente o fim da temporada. Longe dos quatro primeiros da Premier League, só restavam as copas.
Nas copas, o time amargou eliminações para Aston Villa e Chelsea. Era o fim do sonho de dar um último título a Gerrard, porém, encerrar com uma temporada digna ainda foi possível, mas não aconteceu. Rodgers conseguiu acertar o time. Com três zagueiros, a equipe teve bons momentos, baseado na defesa sólida e na eficiência para marcar gols, mesmo sem centro avantes fazendo uma grande temporada.
Foram 12 jogos sem perder, e o enorme salto da 16ª para a 5ª posição. O sonho de voltar a UCL até ressurgiu,mas derrotas para os concorrentes diretos e outros vacilos tiraram toda a possibilidade de voltar a maior competição continental. O balanço final da temporada era péssimo. Mesmo com a improvável vaga na UEL, a equipe deixou a desejar. Gastou muito, rendeu pouco. E Rodgers já estava pressionado, 15/16 tinha cara de última chance para ele. E foi.
| O time vermelho pode render mais, se melhor montado |
Até aqui, o Liverpool faz novamente uma temporada muito abaixo do esperado. Não convence em campo e muito menos obtém os resultados necessários para "camuflar" as fracas atuações. Para muitos, foi bem ao mercado, mas ainda assim, não tem cara de time. Além disso, as mexidas durante a partida geram ainda mais revolta no torcedor. Era tempo de mudar.
Rodgers parecia ter muitas ideias, e simplesmente não sabia ou não conseguia colocar nenhuma de fato em prática. A relação dele com a torcida já não era a mesma. Gratidão não é para sempre, e a do Liverpool com ele acabou. Hora de seguirem caminhos distintos.
O treinador ainda tem mercado, deve aparecer em breve na própria Premier League. Os reds também estão bem, tem time, podem render muito mais e quem sabe voltar a ter boas campanhas quanto aquela de um Rodgers que hoje parece não existir mais.


