O Renascimento do Capitão













Jordan Henderson recebeu de Jürgen Klopp uma nova função para desempenhar nessa temporada. Tendo iniciado sua caminhada no Liverpool como um segundo volante, um Box-to-box, Henderson foi recuado para atuar a frente dos zagueiros, como primeiro volante. E o que vem sendo visto nesse início de 2016/2017 é a volta do grande futebol que o inglês outrora havia apresentado nos Reds.

Na temporada passada, Henderson sofreu com lesões sérias que o fizeram ter algumas sequências fora do time, impedindo-o de mostrar um futebol convincente e chegando ao ponto de ser colocada em dúvida a sua continuação no esporte, já que ele poderia sofrer com constantes dores no pé. Esses problemas colocaram em cheque sua permanência no Liverpool e sua importância para o time, já que o mesmo disputou apenas 26 partidas e que não foram em grande nível, tornando a temporada 2015/2016 a sua pior desde que foi contratado junto ao Sunderland.

Porém, nesse início de temporada o capitão do Liverpool vem mostrando que está recuperando a boa forma, voltando a ser peça importante para o time e cada vez mais confortável na nova posição. Henderson ainda mostrou um pouco de dificuldade de adaptação em suas primeiras experiências na nova função, não passando tanta segurança e proteção defensiva, como tinha o time com o alemão Emre Can, como ocorreu na derrota para o Burnley na segunda rodada da Premier League. Mas esse problema já aparenta estar sendo resolvido, já que o meia é o jogador do time de Klopp com mais desarmes nesse começo de campeonato inglês com uma média de 4.4 desarmes por jogo, sendo que o segundo jogador nessa lista está bem distante (Clyne com 2.4 desarmes por jogo) e é também o segundo jogador com mais interceptações por partidas (1.8) atrás apenas de Lovren. Ou seja, Henderson está se mostrando um jogador que sabe defender muito bem e que não compromete mesmo não sendo tão rápido e forte fisicamente quanto Emre Can.
Jordan aos poucos dá ao time a proteção que Emre Can dava.

Existe outro fator positivo com essa nova função escolhida por Klopp para Henderson: a qualidade do passe. Jogando próximo da defesa, Jordan é quem mais recebe a bola dos zagueiros para iniciar as jogadas, tanto que o meia é o jogador com maior média de passes por jogo: são 84.8 passes em média com uma precisão de 88.9%, isso significa uma grande quantidade de chances criadas, o que causa, logicamente, um aumento nas possibilidades de gols. Não por acaso o Liverpool tem o segundo melhor ataque com 18 tentos (um a menos que Manchester City e Arsenal).

Mesmo atuando mais atrás, Henderson ainda mantém suas características de Box-to-box chegando ao ataque com qualidade. Isso mostra uma contribuição mais direta do inglês, que tem um gol (na verdade, um golaço contra o Chelsea em Stamford Bridge) e uma assistência nessa Premier League e realiza em média 1.4 passe chave por jogo.


Henderson não contribui apenas com o seu futebol, mas também com a sua liderança como capitão. Sua personalidade e emocional forte, sua seriedade e dedicação nos treinos inspiram admiração e respeito nos demais jogadores do time. Após o término do jogo da final da Europa League, contra o Sevilla, Henderson provou todo o seu espírito e consciência de capitão, mostrando-se firme emocionalmente e indo amparar os demais jogadores, que haviam sentido mais a derrota.
Comemoração de Henderson após marcar um belo gol contra o Chelsea.














A transformação no futebol de Henderson chamou a atenção e resultou em elogios de um jogador que já desempenho a mesma função que o inglês em Liverpool e tornou-se um dos melhores na posição, Xabi Alonso:
Não são apenas as performances em campo, do lado de fora parece que ele assumiu o papel de líder no vestiário. Jordan tem tanta energia, ele joga bem e ele é muito completo. Não apenas como um meia defensivo, ele é capaz de chegar mais perto da área. Ele está se tornando um jogador muito importante.
Henderson está voltando a ser um jogador importante para o Liverpool, calando os críticos e mostrando que merece carregar a braçadeira de capitão. Ele é uma liderança tática e técnica da equipe, um jogador que passa segurança na defesa e apoia o ataque com qualidade, podendo ser muito importante para ajudar Klopp a liderar os Reds no caminho de grandes conquistas.
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