Estava escrito


Muito tem se dito do segundo turno maravilhoso que o Vasco fez. Pontos marcados fora de casa contra equipes importantes (Ponte vivendo grande fase até então, Palmeiras, São Paulo). Resultados em seus domínios que trouxeram o torcedor carioca de volta ao Maracanã/à São Januário. A equipe buscou uma retomada heroica para escapar do descenso e continuar por mais um ano na Série A do Brasileirão. Chegou à última rodada para desafiar o complicado Coritiba dentro do Couto Pereira necessitando de uma vitória e de uma combinação de resultados envolvendo um de seus maiores rivais, o Fluminense. A equipe não cumpriu seu dever de vitória, e os resultados alheios não foram suficientes. O terceiro rebaixamento e o segundo em 3 anos está selado para o ''Gigante da Colina''.

Desde o início do ano que o clube cruzmaltino anunciava as suas baixas ambições, tomando decisões erradas principalmente na hora da montagem do elenco. Contratações que em sua maioria não levavam em conta o potencial atlético ou o momento que os jogadores viviam mas sim fruto de amizades com empresários, e alianças políticas com clubes de pequeno porte no cenário carioca. No campeonato estadual, os torcedores escolheram se alienar pela conquista de um campeonato defasado onde existem dúvidas sobre a veracidade e a imparcialidade das arbitragens na maioria dos jogos envolvendo o Vasco. O time era extremamente limitado e jogava um futebol pobre, ganhando na base da garra e da catimba os grandes clássicos que levaram ao título.

O primeiro turno do brasileiro expôs tudo. O time sequer rivalizava na maioria dos jogos sendo goleado dentro de casa, fora de casa, tomando gols de todas as maneiras possíveis. Quando conseguia jogar de igual para igual esbarrava na falta de talento e de organização, que foi protagonizada pelo gênio tático chamado Celso Roth e suas escolhas muito equivocadas. Contratações foram feitas às pressas para tentar a reação. Nenê, Jorge Henrique, Bruno Gallo, Andrezinho, Leandrão, Riascos. A maioria desses nomes deu certo, porém não foram suficientes e chegaram muito tarde para mudar o destino do clube.

Não foi por causa de atuações precárias de árbitros como contra Avaí e  Chapecoense. Não foram os gols de Rodrigo Caio e Vágner Love ao final dos jogos que decretaram a queda. Até os 10 pontos jogados fora contra Joinville, Goiás, Coritiba e Figueirense não foram o ponto principal. O clube sistematicamente atirou no próprio pé de janeiro à dezembro. Contratou errado ou na hora errada, trouxe o treinador erradíssimo na hora errada e ficou com sua história e grandeza à mercê de um senhor de oratória duvidosa mais uma vez. Quem apoiou esse senhor tem sua parcela de culpa, afinal foram esses que o colocaram nessa posição. O Vasco foi refém de sua diretoria e dos torcedores alienados que a apoiaram. Essa foi a grande causa do rebaixamento.
Compartilhar: Plus