Você comanda um time relativamente forte numa liga disputadíssima e praticamente não tem chances de títulos, lhe restando apenas a briga pelo G4. Paralelamente a isso, você disputa uma competição continental secundária, que lhe dá a sonhada vaga na maior competição da temporada seguinte. O que você prioriza? Buscar um título e consequentemente a vaga ou se manter forte na briga pelo G4, e manter um time misto na outra competição?
Muitos respondem sem pensar que um título com certeza é melhor, e é. Mas porque os times ingleses não pensam assim?
Nessa quinta-feira de Liga Europa, vimos o Liverpool poupar alguns jogadores pensando no seu compromisso pela Premier League no fim de semana, mesmo não tendo chances de título. Sim, é um jogo dificil, contra o forte Manchester City, mas abrir mão de ir com força total é uma boa?
Geralmente os times ingleses fazem isso. Utilizam a Liga Europa para rodar o elenco, e acabam não indo muito longe. Várias são as possíveis razões que acarretam nesse tipo de comportamento. Por ser uma liga forte, é muito dificil e arriscado jogar com jogadores reservas, por isso opta-se por usar o que se tem de melhor na competição caseira. Outro motivo é a questão financeira. Perder posições na PL significa perder um bom dinheiro, e nenhum clube quer isso.
O motivo de escrever esse texto foram as diversas reclamações que vi de torcedores do Liverpool, e até mesmos de outros times, que não entenderam o motivo dessa escolha de Rodgers. Nesse caso, até entendo que realmente não era possível, nem acho recomendável apostar todas as fichas na Liga Europa. Os reds não tem hoje um elenco espetacular. Não vejo material humano suficiente para se manter bem nas duas competições, e abrir mão da briga pelo G4, para correr o risco de não ser campeão e ficar fora da próxima Champions League, seria um enorme prejuízo para os cofres do Liverpool.
Mesmo sem força máxima, o Liverpool quase conseguiu a classficação |
Ainda sobre o assunto, não foi só o Liverpool que poupou. O Tottenham também foi a campo com algumas modificações, mas o time londrino tem a final da Capital One no domingo, o que torna a escolha de Pocchetino totalmente justificável. Por outro lado temos o Everton, que já sem pretenssões, e grande decepção na PL, vai com força máxima na competição continental, e quem sabe consiga uma inesperada vaga na Champions League da próxima temporada. Faria um bem tremendo aos cofres dos toffes. Outro exemplo contrário a tendência de deixar a "série B da Champions" em segundo plano é o Chelsea de 12-13, que sem chances na Premier League, apostou na competição e levou o título para casa.
Enfim, existem vários casos e justificativas para o que os ingleses fazem com a Uefa Europa League, mas está na hora de eles se esforçarem um pouco mais, por que o nível da poderosa Premier League é cada vez mais contestado pelos fracassos de seus clubes fora da terra da rainha.