Para hoje me faltavam ideias sobre o que escrever. Eis que ontem, vendo o Linha de Passe da ESPN, me deparo com uma enquete com uma pergunta referente ao novo posicionamento de Marcelo Cirino (Assunto abordado no nosso último texto, confira) e com as seguintes alternativas : Sacada genial de Luxemburgo ou Invencionice do treinador.
No inicio do programa, achei que a primeira alternativa venceria com certa tranquilidade, já que é uma boa sacada de Luxa. Porém, ao decorrer do programa o equilíbrio era enorme e confesso que não vi o resultado final, mas pelo decorrer da pesquisa, houve quase que um empate. Com isso, me veio a ideia de escrever sobre o nosso preconceito com nossos técnicos daqui.
Por aqui é de praxe rotular como o mais novo "Professor Pardal" aquele técnico que tenta algo novo. Para a maioria da torcida, o futebol é como no vídeo-game, e o jogador deve jogar sempre na mesma posição, a de origem. A massa não aceita mudanças e quase sempre desmerece aqueles que tentam criar. Mas tal afirmação só é verdadeira quando o assunto é Brasil, já que são estes mesmos torcedores que aplaudem e definem como geniais as inovações ou improvisações que ocorrem na Europa. Quando Mascherano foi improvisado na zaga por exemplo. Quando Azplicueta subiu de rendimento improvisado na lateral esquerda. Quando Di Matteo parou o Bayern com Bertrand no meio de campo. Ou até mesmo recentemente quando Lahm virou volante. Todas deram parcialmente certo, e são consideradas por muitos daqui como "sacadas geniais" dos técnicos europeus, mas por aqui com certeza teriam resistência no começo.
No Brasil também temos alguns exemplos de improvisações, ou mudança de funções que deram certo. O mais recente talvez seja o de Zé Roberto, que foi para a lateral esquerda e no fim do ano levou a bola de prata como melhor da posição. Enfim. Nossos técnicos são sim ultrapassados, mas muita gente prefere não vê-los crescer. Tudo que se tenta fazer é considerado invencionice ou sem necessidade. Só pode dar certo se tentar. E poucos tem a liberdade para isso.
Por que não tentar? Por que temos que seguir o roteiro?
Essa pesquisa devia sim ter uma discrepância maior entre os que acham uma boa ideia de Luxa ou não. Isso só mostra o quanto não só quem faz futebol aqui, mas também quem assiste tem um pensamento antiquado e medroso.