As vezes é necessário assumir a inferioridade


No futebol, não podemos pensar igual em todas as partidas. Os técnicos tem que lidar com várias situações diferentes, e muitas as vezes precisam admitir a superioridade do rival e jogar um pouco mais fechado, esperando o adversário. Não se pode por exemplo, jogar da mesma maneira contra um time de série B e um dos melhores times do mundo. 

Nessas oitavas de final de Uefa Champions League, vimos diversos técnicos assumindo que estão um nível abaixo do rival e jogando de uma maneira mais cautelosa e inteligente. Mesmo perdendo o Schalke 04 de Di Matteo jogou fechado, esperando um contra ataque para quem sabe sair vitorioso, perdeu, mas talvez tenha usado a melhor estratégia possível. Temos também o exemplo do Monaco, de Leonardo Jardim, que foi ao Emirates com o objetivo de se defender, fez bem, e em contra ataques fez os gols, inclusive, chegou a dominar a partida na segunda etapa.

Temos também os exemplos negativos nessa fase da maior competição europeia. Manuel Pellegrini tinha pela frente o Barcelona, e errou na escalação. O chileno resolveu manter os dois centro-avantes que deram certo na goleada contra um fraco Newcastle, mas para enfrentar o time catalão, não devia ter apostado nisso. Acostumado a propor o jogo, até contra os adversários mais próximos na liga local, a equipe inglesa não soube esperar o Barcelona, e pouco fez na partida. Foi engolido durante todo o primeiro tempo. Com dois homens parados na frente, perdeu em marcação, e era visto o buraco no meio campo, que contava com Fernando muito recuado para marcar. No segundo tempo, com algumas substituições, até melhorou, mas devia ter assumido, que não podia bater de frente com o adversário no momento.

Felipão pagou caro por tentar bater de frente com a Alemanha
Temos vários outro exemplos de treinadores que tiveram consciência e dos que não tiveram. Talvez o maior exemplo de insucesso por não assumir a inferioridade tenha sido o de Felipão contra a Alemanha. Para enfrentar a maior seleção do mundo, o treinador não se preocupou em povoar o meio campo para anular a principal virtude do rival, optou por tentar ser ofensivo, e deu no que deu.

No futebol, cada jogo é um jogo, não podemos confiar plenamente na nossa equipe, a ponto de não pensar na força do rival. Jogos grandes merecem uma preparação especial, e devemos pensar sempre em tentar anular as maiores qualidades do rival, para depois explorarmos a nossa. O Monaco fez isso, e deu certo, já o City, pode não ter volta
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