A saída de Osório e o retrocesso do futebol brasileiro


Mais uma vez presenciamos uma notícia nada agradável para o futebol brasileiro: A saída de um treinador de um clube. Trata-se de Juan Carlos Osório, que aceitou o convite da seleção mexicana, descontente com as recentes atitudes da diretoria do São Paulo e avisou ao presidente Carlos Miguel Aidar que deseja deixar o clube.

A chegada de Osório à capital paulista teve uma grande repercussão por parte da imprensa brasileira e a torcida do clube. Todos imaginavam o sucesso do colombiano, principalmente pelos métodos e novas ideias que seriam trazidas. Treinador moderno, sempre estava ajoelhado rente ao gramado analisando o desempenho dos jogadores com seu caderno de anotações e duas canetas, utilizadas para destacar os pontos positivos dos atletas.

Hoje foi confirmada a saída de Osório rumo à seleção mexicana. O que faria o treinador deixar o São Paulo num momento decisivo (briga por G4 no Brasileirão e clássico contra o Santos nas semi-finais da Copa do Brasil)? Dificuldade de adaptação? Não. Um problema antigo entre muitos clubes no Brasil: A falta de transparência de dirigentes.

Quando Osório chegou ao clube, tinha um elenco completo em mãos. Passadas semanas desde sua chegada, foi surpreendido com a perda de oito jogadores: Denílson, Souza, Rafael Tolói, Dória, Ewandro, Paulo Miranda, Jonathan Cafu e Boschilia deixaram o clube. Segundo Osório, quando chegou ao São Paulo a única venda que poderia ocorrer era a de Rodrigo Caio, disputado pelos rivais espanhóis Atlético de Madrid e Valencia. Rogério Ceni, numa entrevista depois da partida contra o Atlético-PR, no dia 1 de Julho, na Arena da Baixada, mostrou-se descontente com a situação.

– Você perder seis, sete jogadores de uma vez assim enfraquece. Entendemos a necessidade financeira do clube, mas eu entendo também a minha necessidade de ser campeão. Então aí são conflitos que temos de resolver – disse o capitão tricolor.
O caos dos bastidores do São Paulo e a falta de transparência não agradaram Osório.
Foto:Gazeta Esportiva

Na sexta-feira (25 de Setembro) o treinador colombiano mostrou sua insatisfação com a situação e disse que não confiava mais na diretoria do São Paulo, numa entrevista no CT da Barra Funda. A declaração causou um mal-estar nos corredores do clube.

A chegada de um treinador moderno ao futebol brasileiro tinha tudo pra dar certo mas, por incompetência, isso não foi possível. A manutenção de um treinador em um clube no Brasil a longo prazo é algo quase impossível nos dias de hoje, perante a falta de seriedade e transparência dos dirigentes brasileiros. 
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