Mais uma derrota para quem torce pelo futebol brasileiro
Nesse ano, falamos aqui nesse mesmo blog sobre o absurdo que foi a demissão de Marcelo Oliveira, naquela altura, acreditávamos ser a demissão mais lamentável da temporada com certeza, porém, ontem nos apareceu uma fortíssima concorrente. O Atlético Paranaense decidiu mandar Milton Mendes embora, um crime.
Com um elenco bem limitado e digno de Z4, segundo os próprios torcedores rubro negros, o treinador tirou leite de pedra. Brigou por várias rodadas lá em cima, com possibilidade de G4 e até assumindo a liderança por algumas oportunidades. Coisa quase impossível de se imaginar no início da competição. Hoje, são sete pontos do grupo dos quatro melhores, e os mesmo sete da zona da degola. A campanha está até acima da expectativa, mas estamos falando de Brasil, e quatro derrotas seguidas falaram mais alto que todo o projeto.
Sim, o time caiu demais na parte tática. Parece perdido, desorganizado e desequilibrado durante as partidas, algo até normal se analisarmos o desgaste físico, os desfalques que aparecem e a dificuldade das partias. Mesmo assim, as críticas são sim com razão, mas ele merecia mais tempo, a diretoria precisava confiar, assim como ele confiou no projeto e negou algumas propostas para permanecer no clube.
A demissão de Mendes foi a 24ª nessas 28 rodadas de campeonato brasileiro. Número absurdo, mas que infelizmente, não surpreende. Temos um campeonato melhor, evoluímos técnica e taticamente, mas nossos dirigentes, seguem ultrapassados e imediatistas.
Agora, um dos técnicos mais promissores dessa nova geração - como foi citado várias vezes na temporada - está sem clube, e espera-se que ele receba oportunidades de mostrar seu trabalho, com tempo e confiança de alguma diretoria, o que é difícil, mas não impossível.
Como o próprio ex-técnico do CAP disse em entrevista a ESPN, nossos cartolas se baseiam demais em resultado, e "cada técnico demitido é mais um gol da Alemanha". E como já dissemos no texto do Marcelo Oliveira, O imediatismo dos atrasados dirigentes do futebol brasileiro prejudica mais um profissional, mas no fim, quem sai perdendo são os clubes.
