Qualquer uma das esferas da sociedade tem se questionado sobre a honestidade e o caráter de pessoas, instituições, governos e empresas. No futebol não poderia ser diferente. Com a facilidade na comunicação e a rapidez da informação, se tornou cada vez mais frequente vermos denúncias referentes a manipulação de resultados pelo mundo afora.
Dois escândalos abalaram o futebol inglês no outono de 2013, um deles envolvendo uma quadrilha de Cingapura e o outro um ex-jogador da Premier League. A Alemanha está levando adiante o processo do caso mais famoso de manipulação de resultados, em Bochum, que revelou que uma rede criminosa de corruptores tem afetado o futebol em todos os cantos do mundo na maior parte da última década.”
Estes são alguns trechos que constam no livro Jogo Roubado, do escritor Brett Forrest.
O livro em questão. |
O grande problema disso tudo é que, de fato, algumas acusações se comprovam verdadeiras e fazem ruir toda a mágica que o esporte bretão pode nos proporcionar. Pensar que talvez aquele jogo em que choramos, gritamos e socamos a parede, já tivesse um resultado definido antes mesmo do apito inicial é o pesadelo de todo torcedor. Nunca antes estivemos tão aptos a olhar por trás das cortinas que dividem o espetáculo no gramado, ver os bastidores complexos.
Antigamente, proferir a palavra “roubo” era apenas um rito característico de quem perde um jogo por um lance polêmico ou fica irritado com um cartão vermelho. Já hoje, o uso da palavra até mesmo em manifestos de organizadas ou por jogadores em entrevistas pós jogo é passível de punição do tribunal desportivo. O medo de manipulação é tanto que até mesmo quando um torneio acaba, tem gente que prefere esperar algumas semanas até ter a certeza de que nenhuma ação será movida cobrando uma punição por uma escalação estranhamente irregular ou nenhum jogador será julgado por algum produto "atípico" acusado no exame antidoping.
Antigamente, proferir a palavra “roubo” era apenas um rito característico de quem perde um jogo por um lance polêmico ou fica irritado com um cartão vermelho. Já hoje, o uso da palavra até mesmo em manifestos de organizadas ou por jogadores em entrevistas pós jogo é passível de punição do tribunal desportivo. O medo de manipulação é tanto que até mesmo quando um torneio acaba, tem gente que prefere esperar algumas semanas até ter a certeza de que nenhuma ação será movida cobrando uma punição por uma escalação estranhamente irregular ou nenhum jogador será julgado por algum produto "atípico" acusado no exame antidoping.
Fonte: Globoesporte.com |
O ainda obscuro mercado de apostas é uma das frentes que guia a corrupção no futebol, as vezes movendo mais dinheiro que muitos países e ligas somados. O dinheiro envolvido chega à árbitros, funcionários de federação e até mesmo jogadores.
Na visão de um torcedor romântico pelo esporte, o prejuízo ideológico é imensurável se formos analisar o futebol como uma paixão, não importando quaisquer números ou porcentagens, antes mesmo de subirem para a arquibancada, a paixão já está ali, ela já estava ali desde a primeira batida do coração. E é isso que se perde, se perde a vontade de acreditar, enquanto proporcionalmente sobe a chance de uma virtual conspiração que a qualquer momento fará desabar (novamente) toda a já frágil estrutura de um torcedor apaixonado.
Na visão de um torcedor romântico pelo esporte, o prejuízo ideológico é imensurável se formos analisar o futebol como uma paixão, não importando quaisquer números ou porcentagens, antes mesmo de subirem para a arquibancada, a paixão já está ali, ela já estava ali desde a primeira batida do coração. E é isso que se perde, se perde a vontade de acreditar, enquanto proporcionalmente sobe a chance de uma virtual conspiração que a qualquer momento fará desabar (novamente) toda a já frágil estrutura de um torcedor apaixonado.
E enquanto hoje romantizam os grandes clássicos, os jogos memoráveis, os grandes craques e as torcidas inflamadas para lembrarmos como era lindo o futebol, amanhã talvez precisemos romantizar a honestidade no esporte para lembrar que, um dia, já pensamos que era tudo de verdade.