Desde o título brasileiro da Série B - se é que podemos chamar de título, alguns clubes consideram - e a conquista do acesso à Série A de 2006, o tricolor gaúcho vem em uma fase aliada com a seca de títulos importante, a fase do quase, ou morrer na praia.
Em 2006, além da conquista do Campeonato Gaúcho, com um gol de nuca de Pedro Júnior em pleno Estádio Beira-Rio, contra o Internacional (aquele mesmo que poucos meses depois, conquistaria a América e o Mundo), também foi terceiro colocado no Campeonato Brasileiro, em um time que tinha Lucas Leiva como um dos principais destaques. Marcelo Grohe ainda era um desconhecido, que vivia revezando com o ídolo da época, porém contestado, Galatto.
Em 2007, com a manutenção do elenco por parte de Mano Menezes, além de jogadores considerados bons, até excelentes, como Diego Souza, Carlos Eduardo, Gavilán, Sebástian Saja, Lúcio, Tcheco, Sandro Goiano, entre outros, teve a façanha de conquistar o bicampeonato gaúcho com certa propriedade em cima do Juventude, com o placar de 7x4 no agregado. Junto disso, numa surpreendente campanha na Libertadores, chegando ao vice-campeonato, enfrentando um Boca Juniors quase que imparável com o tridente Riquelme, Palermo e Palacio, viu o sonho do tri da América fugir pelas mãos. Viu também a vaga da Libertadores escapar na última rodada, acabando no sétimo lugar do Campeonato Brasileiro.
Mais uma vez no quase. O Grêmio não teve forças para eliminar um dos melhores times da América nos últimos anos. |
Em 2008, começou grande campanha com Vagner Mancini, porém a diretoria não engoliu muito bem a atuação fraca que o time teve contra o xará Grêmio Jaciara, pela Copa do Brasil daquele ano, mesmo com a vitória magra por 1x0. Mancini, então, foi demitido de forma invicta, uma das demissões mais injustas da história recente do futebol brasileiro. Celso Roth assumiu e viu o tricolor sendo eliminado em duas competições em uma semana, primeiro, foi o Juventude que derrubou o tricolor em pleno Olímpico Monumental no Gauchão, depois veio o Atlético Goianiense, desta vez pela Copa do Brasil, também em Porto Alegre, em uma disputa de pênaltis, e com o goleiro Márcio, hoje no Goiás, em noite inspiradíssima. No Brasileiro, mais uma surpresa, rodadas e mais rodadas na liderança, até que, no final, o time acabou perdendo força, e viu o São Paulo de Muricy Ramalho, ultrapassá-lo, levando o troféu com apenas três pontos de diferença, 75 a 72.
No ano seguinte, após algumas derrotas sofridas, principalmente para o Internacional, Celso Roth é demitido. Mesmo com uma bela campanha na Libertadores, estando nas semifinais do torneio continental, Celso não aguentou a pressão de perder vários clássicos, sendo um por 4x1. Após uma temporada no Oriente Médio, Paulo Autuori assumiu o time com a função de levar a equipe para mais uma final, mas acabou sendo derrotado pelo Cruzeiro de Kleber Gladiador e Wellington Paulista, 3x1 no Mineirão e 2x2 no Olímpico. Mais uma vez o sonho do tri ficava pelo caminho. Porém podemos ressaltar a brilhante campanha como mandante no Campeonato Brasileiro, goleando grandes equipes como Cruzeiro, Fluminense, Flamengo, Corinthians, vencendo o Gre-Nal do Centenário, entre tantos outros jogos que mostraram seu poderio caseiro. Mas desta vez, o time acabou no meio da tabela, na nona colocação, muito pela campanha ruim como visitante, já que venceu apenas o Náutico fora de casa, por 2x0.
Autuori chegou para levar a equipe a final, mas ficou no quase. |
Chega o ano de 2010, Silas e seus comandados conquistam o Campeonato Gaúcho em cima do Internacional, festa em Porto Alegre, após 3 anos de inércia, o tricolor voltava a dominar o Rio Grande. Porém, nas semifinais da Copa do Brasil, tinha a sensação do momento, o Santos de Neymar, Robinho, Ganso e André na sua frente, no primeiro jogo, atuação espetacular de ambos os lados, e uma vitória tricolor por 4x3, com direito a atuação inspirada do goleiro santista, golaço de Jonas e gol de Robinho nos acréscimos. Na volta, mesmo com o resultado a favor, acabou perdendo por 3x1, com um gol de cobertura de Robinho e um chutaço de Ganso, de fora da área. Silas após esta eliminação e o começo ruim do time, estando na zona de rebaixamento, acabou sendo demitido. Renato Portaluppi, ídolo máximo do clube, assume o time, e com uma campanha surpreendente, consegue o título simbólico do segundo turno do Brasileiro, e uma quarta colocação, garantindo o clube na Libertadores do ano seguinte.
Após um 2011 sem grandes campanhas e quase sendo rebaixado, em 2012, agora com o “pofexô” Luxemburgo, a expectativa de conquista era grande, já que era um treinador de ponta, multicampeão por onde passou, mesmo não ganhando nada relevante desde 2004. Porém, eliminações dolorosas para Caxias no Campeonato Gaúcho, Millionarios da Colômbia nas quartas da Sulamericana, e principalmente, a dura derrota para o time do Palmeiras, considerada a zebra da Copa do Brasil daquele ano nas semifinais, por 2x0 em pleno Olímpico, com gols de Mazinho e do argentino Hernán Barcos, que jogaria no Grêmio no ano seguinte, acabaram com o sonho do penta, o jogo da volta foi realizado na Arena Barueri, com muitas polêmicas e acabou empatado por 1x1. Mas houve um balanço positivo no Campeonato Brasileiro, uma boa campanha, terceira colocação e vaga assegurada na Libertadores de 2013.
Em 2013, com a Arena como nova casa, um time milionário, repleto de medalhões, como Vargas, Barcos, Cris, Elano, Zé Roberto, André Santos, Dida, pratas da casa como Fernando, a expectativa da torcida não era pequena, o time era considerado favorito por todos, sejam torcedores ou por parte da imprensa esportiva nacional. Após eliminar a LDU em uma emocionante disputa de pênaltis, teve uma campanha fraca na fase de grupos, enfrentando Fluminense, Huacipato-CHI e Zamora-VEN, passando de fase pelo saldo de gols. Viu a eliminação diante do Santa Fé da Colômbia nas oitavas de final, com um gol de Medina, aquele mesmo que estava no Tolima, que ajudou a eliminar pela primeira vez, um clube brasileiro na Pré-Libertadores. Após estas eliminações, e resultados ruins, Luxemburgo é demitido. Renato retorna ao clube e reassume o cargo, consegue o vice do Brasileiro, fazendo grande campanha, ficando apenas atrás do Cruzeiro. Já na Copa do Brasil, caiu nas semifinais, diante do Atlético Paranaense, dentro da Arena, mais uma eliminação dolorosa na conta.
Apesar do timaço, as conquistas ficaram apenas nas previsões e expectativas de quem acompanha o futebol nacional. |
Após um 2014 sem grandes campanhas, 2015 chega e com um velho conhecido como comandante: Luiz Felipe Scolari. Felipão já estava no ano anterior, porém com um novo ânimo, querendo conquistar novamente um título com o tricolor. Bateu na trave no Campeonato Gaúcho, em um duelo praticamente igual, acabou perdendo para o Internacional, 0x0 na Arena, e 2x1 para o colorado no Beira-Rio. Chega o Brasileirão, um início ruim, empate com a Ponte Preta em casa e derrota para o Coritiba, além de outros resultados ruins causaram a queda do maior treinador do clube e pentacampeão mundial pela seleção. Roger Machado, outro ídolo do clube, um dos maiores laterais esquerdos da história do tricolor, e fazendo boa campanha no Novo Hamburgo, é contratado pelo Grêmio. Com um futebol vistoso, causando frisson na torcida e na imprensa, causou impacto, levando o time à terceira colocação do Brasileirão, com lampejos de jogadas brilhantes e posse de bola com qualidade, o tricolor retornava para o maior torneio das Américas.
Time de Roger Machado teve grandes momentos, se destacando pelo futebol bem jogado. |
Agora em 2016, o começo da temporada também foi empolgante, mas com o passar dos jogos, o time foi caindo de produção, fazendo com o que as eliminações viessem. A inércia diante do Rosário Central nas oitavas da Libertadores causou espanto: 4x0 para os argentinos no agregado. Diante do Juventude, na semifinal do Gauchão, causou orgulho, apesar da eliminação, os jogadores demonstraram muita raça e vontade de vencer. No Brasileiro, outro começo empolgante, nos primeiros 4 jogos, 4 vitórias, e nenhum gol sofrido, o time se manteve um bom tempo na parte de cima da tabela, até que um racha no elenco e brigas internas, além da queda brusca no campeonato nacional e da pressão demasiada, Roger pediu para sair. Renato Portaluppi, pela terceira vez em seis anos, reassume o clube, tentando recuperar o espírito “copeiro”, muitas vezes visto no time de Roger, tem a tarefa difícil de conseguir um título, ou mais uma bela campanha.
Será que isso acontecerá? Vejamos nos próximos capítulos.