Tradição não foi o suficiente














Aston Villa, heptacampeão inglês, heptacampeão da Copa da Inglaterra e campeão da Liga dos Campeões. Um dos times mais tradicionais e que ajudou a fundar o Campeonato Inglês, em 1888, está rebaixado para a segunda divisão. Perda de peças importantes e mau investimento em jogadores sacramentaram o que já vinha perseguindo o time de Birmingham há algumas temporadas.
A Champions League é a glória máxima dos Villains.














Mesmo não tendo conquistado o Campeonato Inglês nesse novo formato (o último título foi na temporada 80/81), o Villa na maioria dos anos de Premier League fez boas campanhas como, por exemplo, o 4º lugar de 1995/1996. Porém, nos últimos anos, desde a saída do técnico Martin O'Neill, o time vem lutando contra o descenso, tendo escapado na temporada passada por apenas três pontos.

Histórico da classificação do Aston Villa nos últimos 20 anos. O time que, com Martin O'Neil, terminou três vez seguidas na 6ª colocação, após a saída do técnico vem lutando contra o rebaixamento. Nessa temporada não foi possível escapar. (Imagem: Transfermarkt)









Trocas de técnicos, saída de jogadores importantes, contratações que não deram resultado, ataque ineficiente, é o pior da Premier League com 23 gols, 8 a menos que o West Brommiwch, segundo pior; Harry Kane, por exemplo, com 24 gols, tem mais gols que o Aston Villa. Esses e outros motivos culminaram na queda do clube, confira com mais detalhe fatores determinantes para o rebaixamento do tradicional time de Birmingham:

Saída dos pilares do time

Se o Aston Villa conseguiu escapar do rebaixamento na temporada passada, Benteke teve grande parcela de contribuição na busca por esse objetivo. O atacante belga marcou 11 gols nas últimas 11 rodadas da Premier League colaborando diretamente na permanência dos Villains na primeira divisão.

Outra peça importante na temporada 2014/2015 foi Fabian Delph. O meia inglês era peça importante do meio de campo do Aston Villa dando a dinâmica necessária para o time. As atuações do capitão inclusive o levaram para a seleção inglesa. Com Benteke e Delph, o Villa, além de escapar do rebaixamento, conseguiu chegar à final da FA Cup, mas não conseguiram desbancar o Arsenal, sendo derrotados por 4x0.

As atuações da dupla chamaram a atenção Liverpool e Manchester City. Benteke rumou para a Liverpool, se tornando a segunda transferência mais cara do time da cidade dos Beatles e Delph, em transferência polêmica, após o meia dizer que permaneceria em Birmingham, foi para Manchester.
A dupla salvou o clube do descenso, saiu e as reposições não foram eficientes.













Ainda merecem destaque as saídas de Vlaar e Cleverley. O primeiro poderia contribuir bastante com sua experiência para ajudar o time nesses momentos difíceis, mas foi dispensado. Enquanto Cleverley, assim que seu empréstimo terminou, voltou para o Manchester United e ficou livre para assinar com qualquer clube, indo assim para o Everton. Desatenção da diretoria do Aston Villa.

Reposição não foi à altura

O Aston Villa perdeu peças importantes e de grande qualidade técnica, porém tinha dinheiro em caixa (as vendas de Delph e Benteke renderam mais de € 55 milhões) para poder se reforçar bem. Mas não foi isso que aconteceu. Quando um time perde titulares importantes, o esperado é que ele faça a reposição com jogadores que tenham no mínimo o mesmo nível dos que saíram, entretanto, os jogadores trazidos pela diretoria do Aston Villa não chegaram nem perto de demonstrar o futebol dos antigos titulares do time de Birmingham:

Rudy Gestede – O atacante veio do Blackburn para ser a referência do ataque da equipe. Ele até começou bem, marcando o gol da vitória na primeira rodada da Premier League. Mas agora, depois de disputar 35 jogos o jogador tem apenas 6 gols marcados, pouco para quem teve a tarefa de substituir Benteke.
Gestede fez pouquíssimo para quem tinha de substituir o mais importante jogador do time.
Jordan Ayew – Outra contratação para fortalecer o ataque dos Lions, Ayew também marcou apenas 6 gols ao longo da temporada, tendo disputado 32 jogos e ainda se envolveu em polêmica num jogo contra o West Ham ao declarar que o Aston Villa estava acabado.

A diretoria dos Villains ainda fez contratações de jogadores que traziam pouca credibilidade como o do experiente Lescott que não teve muito destaque nas temporadas recentes e Micah Richards, ex-Manchester City que não conseguiu apresentar um bom futebol na Fiorentina.

Má administração

Cartaz dos torcedores criticando o fato do Aston Villa já ter tido 4 técnicos nessa temporada, apenas 3 vitórias na Premier League e dois diretores que erraram nas contratações













Em 2006, o clube foi comprado pelo empresário Randy Lerner. O americano investiu ao longo desse período mais de 200 milhões de libras, mas não conseguiu fazer os Villains conquistarem algum título. Em 2014, Lerner colocou o clube a venda com o intuito de recuperar parte do dinheiro investido, mas ainda não apareceu nenhum interessado. Essa foi a primeira demonstração de que Lerner estava perdendo o interesse no Aston Villa. O empresário foi se distanciando cada vez mais do clube e deixando de comparecer aos jogos e isso deixou a torcida Villa furiosa gerando protestos nos jogos. Para fortalecer ainda mais a ideia de que ele estava se afastando do clube, nomeou o empresário Steven Hollis como novo presidente do time.

Torcedor do Aston Villa segurando camisa, como forma de protesto, com os dizeres: "História gloriosa, sem futuro. Fora Lerner"











Desde 2014 Tom Fox era o responsável pelas contratações, enquanto que Hendrik Almstadt foi escolhido como diretor esportivo nessa temporada. Porém, com os maus resultados os CEO’s também sofreram protestos da torcida, deixando o clube em março. As escolhas dos técnicos também prejudicaram o Aston Villa, Tim Sherwood não conseguiu fazer o time render mesmo treinando-o desde a pré-temporada pela primeira vez. Enquanto que Remi Garde já chegou ao time num momento em que os jogadores não demonstravam muito poder de reação.

Aviões lançados pela torcida com a pergunta "qual o futuro?"













Agora os torcedores do Aston Villa esperam que a diretoria do quinto maior campeão inglês faça as escolhas certas para que o clube consiga reerguer-se e voltar para a Premier League o mais rápido possível, já que apoio não irá faltar, pois mesmo nesse difícil momento os torcedores dos Villains sempre lotaram o estádio.

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