Clubes brasileiros e o leilão "obrigatório"


É praxe no país: quando um bom jogador fica “disponível”, o leilão se inicia. Por mais que poucos times tenham o cacife ou alguém na equipe com salário parecido, arriscam todas as cartas nesse nome. Muitas vezes acaba parecendo uma contratação mais para fora do que para dentro de campo. É óbvio que grandes jogadores sempre vão ter espaço numa equipe, mais deixar o ego do elenco, o lado financeiro e vários outros fatores de lado acaba “descredibilizando” a contratação. Passando a impressão de que entre na jogada apenas para agradar sua torcida e ganhar uma disputa com os rivais.

Quem não lembra do embate paulista por Dudu? O atacante, então jogador do Grêmio, vinha de boa temporada, mas teve seu valor extremamente acrescido por conta dessa guerra entre as equipes. Tanto São Paulo quanto Corinthians precisavam àquela altura de alguém para a função, mas será mesmo que brigar com cifras tão altas era necessário? Selar a contratação do atacante era mais uma questão de honra e de vencer o rival do que acrescer em qualidade o seu plantel.

Acabou que quem chegou depois levou o “prêmio”. O Palmeiras conseguiu surpreender e fechar com o jogador, que como sabemos, faz valer o investimento na grande maioria das vezes.
O acréscimo que Dudu daria dentro de campo ficou em segundo plano, bater os rivais era a "grande conquista".

Vamos então ao foco do texto, o que vemos no momento, o “todos na briga por Fred”. A cada minuto vemos um time novo entrando na disputa. Alguns como o Palmeiras, que já conta com vários atacantes no elenco e parece não medir muitos esforços para mais um alto salário no plantel. Atlético Mineiro, Cruzeiro e São Paulo de fato precisam de alguém como Fred, mas a briga deve inflacionar ainda mais o já caro jogador.

Os times são como a população brasileira em dia de promoção. A empresa está toda com descontos, e centenas de pessoas esperam as portas se abrirem. Fred acabou virando essa grande oportunidade de mercado e vê vários times numa fila para tentar sua contratação. Talvez ele acabe ficando no Fluminense mas, hoje, parece obrigação de todo time pelo menos tentar trazer o camisa nove.

Por mais que dentro de campo ele até agregue, muitos esquecem o valor de seu salário e os problemas que ele pode causar ao elenco. O extra campo pesa e essas oportunidades únicas de negócio acabam atrapalhando muitas vezes. A obsessão pelo grande nome mascara algumas boas opções de menor expressão que poderiam ser contratadas.
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