Independiente Santa Fé, a consagração

Capitão Omar Pérez, imporantíssimo na campanha, erguendo a taça da Copa Sul-Americana junto de seus companheiros


















09/12/2015, a data que marcou a recompensa de uma luta história. Uma persistência e trabalho que vêm de longa data. O Independiente Santa Fé, conhecido como espreso rojo, cardenales e também como primer campeón, em alusão ao glorioso feito de ser primeiro campeão da história do futebol profissional no país, em 1948, enfim conquistou algo em âmbito internacional. A equipe possui 8 títulos colombianos em sua história e faltava essa glória fora de seus domínios.

O clube passou por diversas crises em sua história, que começaram a se dissipar após o início do mandato de César Pastrana, que colocou o clube nos eixos. Resultado disso foi a conquista da Copa da Colombia em 2010, dando amostras da recuperação do gigante time colombiano. Porém, a maior recompensa veio 2 anos depois. Após amargar 37 sem a conquista do principal título nacional do país , o Santa Fé voltou a erguer a taça no ano de 2012 e começava ali de fato, uma nova era para os cardenales.
Time campeão festejando o título de 2012, que marcou história com a quebra do enorme jejum


Com uma equipe muito organizada taticamente e com bons valores, o Santa Fé caminhou para a Libertadores de 2013 com muita confiança. Nomes como o de Medina e o talentoso e experiente argentino Omar Pérez se destacaram, o time fez uma campanha notável e de respeito na principal competição do continente. Foi parado pelo Olimpia(PAR) nas semi-finais da competição. Em sua trajetória tirou Real Garcilaso(PER) e o Grêmio da competição. O ano de 2014 para o espreso rojo foi a perfeita definição do termo "da água pro vinho". Com uma campanha decepcionante na Libertadores, sendo eliminado na fase de grupos e ocupando a posição final de lanterna do grupo, o time caminhava para a temporada com uma interrogação. Porém a interrogação deu lugar a euforia, com mais uma conquista nacional. Campeão colombiano de 2014, os cardenales foram para a Libertadores 2015 com muita confiança. Com um time muito bem organizado e novamente tendo Omar Pérez como maestro, a equipe ficou em 2º lugar na fase de grupos da competição, sendo derrotada duas vezes pelo Atlético Mineiro, que aliás, fez parte do grupo dos cardenales também nas edições de 2013 e 2014. Após eliminar o Estudiantes(ARG) nas oitavas-de-final, o espreso rojo caminhou para enfrentar o Internacional nas quartas-de-final. Venceu o primeiro jogo por 1x0 e deu muito trabalho ao colorado, porém na volta foi eliminado com um placar de 2x0 para o time brasileiro com aquela sensação que poderia ter seguido mais adiante na competição.
Rafael Moura, atacante do Internacional, comemorando o gol que deu a classificação aos colorados

O clube foi para a disputa da Copa Sul-Americana pensando apenas no título, na inédita conquista internacional em sua história. Mas se engana quem pensa que o caminho foi fácil para os cardenales. Após eliminar a LDU Loja, o clube teve uma tarefa complicadíssima na segunda fase, o tradicionalíssimo e multicampeão Nacional(URU). Onde venceu o primeiro jogo por 2x0 e na volta, foi derrotado por 1x0 e conseguiu a suada classificação pelos méritos de vencer seu jogo em casa com margem. Enfrentando um organizado Emelec(EQU), o espreso rojo teve muitas dificuldades para se classificar. Perdeu por 2x1 a primeira partida no Equador. O gol fora de casa deu esperanças a equipe roja, que com a força de seu time e torcida, conseguiu reverter o resultado no Él Campín vencendo os equatorianos por 1x0 e garantindo assim, sua passagem para as quartas-de-final. Nas quartas passou por cima do maior campeão da história da Copa Libertadores, o Independiente(ARG). Após uma vitória simples em casa, o Santa Fé segurou o empate com gols na Argentina e conseguiu sua passagem para as semi-finais. Onde encontrou um surpreendente Sportivo Luqueño(PAR), que ali chegava como a zebra da competição e quase conseguiu estragar os planos do Santa Fé. Com 1x1 no jogo de ida no Paraguai, as coisas pareciam bem resolvidas para os cardenales, mas não foi bem isso que aconteceu. O Sportivo teve várias chances de sair classificado do Él Campín, mas o Santa Fé contou com aquilo que todo bom campeão deve ter além da competência, a sorte. E com o empate por 0x0 na Colômbia, o Santa Fé pela primeira vez em sua história se classificava para a final da Copa Sul-Americana. Bogotá em festa aliada de espectativa, pois só restava a Copa Sul-Americana. Porque o time frustrou sua torcida com baixas na Copa da Colombia e no campeonato nacional.
O time segurou um 0x0 impotantíssimo e se classificou para a primeira final de Copa Sul-Americana em sua história

Chegando na final, encontrou um Huracán que acabara de eliminar o atual campeão da Libertadores e então detentor da taça da Copa Sul-Amercana, o River Plate. O El Globito, como é conhecido o Huracán, chegava pela primeira vez na sua história em uma decisão internacional. Com Wilson Morelo de um lado e Ramón Abila do outro, artilheiros da competição, o duelo prometia ser de muita qualidade. Coisa que ficou apenas na promessa. Dois times se arriscando pouco, com aquele cuidado para não deixar a taça escapar e o resultado disso, foram dois resultados 0x0 e uma inevitável emocionante disputa por pênaltis. Com o resultado de 3x1 em combranças para os cardenales, Bogotá entrava em festa, a torcida do Santa Fé finalmente poderia soltar o grito de campeão internacional, o time quebrava ali uma barreira em sua história. Se colocando em um posto de campeão da Copa Sul-Americana, a segunda maior competição do continente. Com esse título, o espreso rojo coroa o trabalho realizado no decorrer dos anos e o consolida entre os tradicionais do continente sul-americano. Depois de muita luta, dificuldades e frustrações no decorrer de sua história, o Independiente Santa Fé consegue sua consagração e promete dar trabalho nas próximas temporadas. Muitos falam que não há justiça no futebol e tenho que concordar. Que me desculpem os que carregam a opinião que o merecedor do título seria o Huracán. Mas o Santa Fé por tudo que passou, que trabalhou e que vêm mostrando nessa década, é o justo campeão, de direito e merecimento da Copa Sul-Americana do ano de 2015.




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