11 de outubro de 1913. Nesta data foi acordado o surgimento
de mais um time na cidade de Piracicaba. A união entre o Vergueirense, time da
família Pousa e o 12 de Outubro (time da família Guerrini), fez surgir um dos
maiores e mais tradicionais times do interior paulista. Surgia ali, o Esporte
Clube XV de Novembro de Piracicaba. Apesar da confusão, a data oficial de
fundação é dia 15 de Novembro de 1913 mesmo.
Logo em seus primeiros anos, o XV foi se fortalecendo como
um dos times mais importantes da cidade, e com isso, começou a ganhar
notoriedade no estado também. O primeiro título do campeonato do interior, veio
em 1931. Outros 3 títulos do interior foram conquistados pelo time
piracicabano.
Em 1947, veio o primeiro título da série A2 do Campeonato Paulista.
Em 1948, o bicampeonato da série A2, e um dos fatos mais históricos do XV,
lembrado até no próprio hino do clube. PIONEIRO DA LEI DO ACESSO, com o título
de 48, o XV conquistou também, o direito de ser o primeiro clube a representar
o interior do estado, na primeira divisão do estado de São Paulo.
Nos anos 60, o XV foi pioneiro mais uma vez. Contando com o
lendário, e um dos mais importantes presidentes de sua história, Romeu Ítalo
Rípoli, o time piracicabano foi o primeiro do interior a excursionar pela
Europa. Antes de ir à Europa, o XV jogou contra Bolívar (um empate e uma
vitória), e um jogo contra o Aurora, que foi marcado pela confusão, e um juiz
mal intencionado, que além de expulsar um jogador do alvinegro, ainda terminou
a partida 13 minutos antes.
Elenco chegando na Europa |
Na Europa, o XV fez sua estreia contra o Pakhtakov, perdendo
por um tento a zero. A segunda partida, foi contra o Kairat, aonde saiu
derrotado por 3x1. A terceira partida, uma das mais emblemáticas, foi contra a
seleção da União Soviética, que apesar da superioridade dos jogadores, não teve
jogo fácil, e venceu o time do interior paulista, por 2x0. Outra seleção que o
XV enfrentou, foi a seleção da Moldávia, e perdeu por 4x2. Na Ucrânia, o XV
enfrentou o Tchernomoretz, aonde conseguiu seu primeiro empate em terras
Soviéticas. Saindo da União Soviética, e indo para a Polônia, o XV enfrentou
por duas vezes a seleção Polonesa, empatando os dois jogos, e ainda, em terras
polonesas, enfrentou a Pomerânia, empatando em 0x0. Na Dinamarca, enfrentou um
combinado Danish-Staevenet, e saiu derrotado por 1x0, sendo que teve um gol
anulado, que gerou grande confusão.
Em sua passagem pela Alemanha Oriental, enfrentou B.S
Chemie, Motor Jena (campeão nacional) e o Wismuth, aonde somou duas derrotas, e
uma vitória, sobre o Motor Jena. Já na Alemanha Ocidental, o XV enfrentou Kalshure,
o Hannover e o Munchen 1860, mais uma vez tendo apenas uma vitória, contra o
Munchen 1860. Na Suécia, enfrentou o Gaevle I.F (empate em 5x5), I.K.F.
(goleada por 8x2 para o Alvinegro piracicabano), Seleção do Norte (vitória por
4x1). No seu último jogo em terras europeias, enfrentou o Harvick, goleando por
5x0.
No ano de 1983, o XV conseguiu mais uma de suas glórias.
Mesmo perdendo a final para o fortíssimo Palmeiras, o XV comemora o fato de ter
sido vice-campeão paulista daquele ano. O lendário time tinha nomes como
Capitão (que depois jogou por Palmeiras, Santos, Vasco, Atlético Paranaense,
Coritiba, entre outros, além de ter sido campeão brasileiro com o Guarani),
Nardella (um dos maiores jogadores da história do Joinville, e segundo maior
artilheiro do JEC) e Paulinho Massariol.
Em 1995, apesar do rebaixamento do time para a segunda
divisão do estadual, o XV conquistou o seu maior título até hoje. Decidindo o
campeonato contra o Volta Redonda, o XV conquistou o campeonato brasileiro da
série C, no Rio de Janeiro.
Em 1998, o XV marcou um recorde na série B do campeonato
brasileiro. Nos primeiros sete jogos do torneio nacional, o XV conquistou sete
vitórias, sendo até hoje o único time a conquistar tal feito.
Nos anos 2000, o XV viveu seu pior momento, aonde chegou a
quase falência, e disputou a terceira divisão do estadual. O renascimento do XV
começou em 2010, quando conquistou o acesso jogando em Ribeirão Preto, após um
empate contra o Comercial, onde o bandeirinha da partida anulou um gol do time
da casa, no final do segundo tempo. Caso perdesse, o XV permaneceria na
terceira divisão estadual.
No time do acesso da série A3, já estava Paulinho, que hoje veste
a camisa do Flamengo.
Em 2011, o XV conquistou o direito de voltar a disputar a
divisão de elite do estado, após 16 anos fora. Conquistou no campo, e com o
título. O Pentacampeonato da série A2, se tornando o maior vencedor dessa
competição.
Nos dias de hoje, o XV busca se firmar na série A1 do
campeonato paulista, e voltar a disputar um campeonato a nível nacional. Este é
o principal objetivo da torcida, e esperamos que seja também da diretoria. Um
time como o XV, tradicional e gigante, não pode voltar a passar o que passou
nas últimas décadas.
Texto de Daniel Henrique Fuzatto