No que acreditar?


Quando seu time está brigando na parte de baixo da tabela, você demora a entregar os pontos. Sempre acredita no atacante que vai engrenar e salvar a equipe, na competência do treinador, ou até mesmo nos milagres do seu goleiro. Sempre tem algo para se agarrar até o final e acreditar que o momento ruim vai passar.

Na verdade, nem sempre.

O Vasco de 2015 parece uma das exceções. Sim, obviamente os torcedores não se renderam a realidade do rebaixamento e ainda acreditam em uma arrancada. Mas nem eles mesmos sabem no que acreditar ou apostar para uma salvação.

O descenso atormenta qualquer vascaíno e parece ser o caminho mais óbvio para o time de Celso Roth, que parece sem rumo e em breve pode nem ser mais o comandante cruzmaltino. E se sair, o problema deve continuar. A culpa em partes é do treinador, óbvio, mas ele está longe de ser o principal culpado. As peças de real qualidade são poucas e o elenco é fraco para disputa de uma série A. Imaginar uma campanha mediana dessa equipe já seria difícil, uma sequência de vitórias e arrancada para se salvar da degola é algo praticamente inimaginável hoje.

Como falamos no início do texto, não existem personagens para depositar a esperança. 

Não se tem um homem gol que possa desandar a marcar e conquistar pontos importantes para equipe. Viu-se no jogo contra o Palmeiras em que Herrera, foi Herrera e desperdiçou algumas oportunidades que fazem jus ao seu apelido. Tinha Gilberto, que depois de bom campeonato carioca decaiu e não teve oportunidades de dar a volta por cima. Acabou dando adeus e com certeza fara falta. Tem ainda nomes como Riascos e Dagoberto, que não são centroavantes mas podem deixar seus gols. O colombiano começou bem no cruzmaltino, fez gols importantes, no clássico contra o Flamengo por exemplo, mas no jogo contra o São Paulo desperdiçou várias oportunidades e mostrou que não vai resolver o problema do ataque da equipe. Já Dagoberto, pouco joga em quantidade e qualidade.


Não se tem um treinador confiável que possa extrair leite de pedra e conquistar pontos em partidas difíceis. Roth é conhecido por organizar sistemas sólidos defensivamente, de poucos gols sofridos e também poucos marcados, mas nem isso vem conseguindo implantar no clube. Além disso, como já dito, não se sabe nem se ele ficará mais duas, três semanas no clube, e quem vier, com certeza vai encontrar dificuldades para mudar alguma coisa.

Além de tudo isso, uma das poucas coisas que se tinha era confiança no goleiro Martin Silva, que de "ídolo" pra alguns se transformou em vilão após as falhas em São Januário e nem foi para o jogo seguinte. Sua segurança, experiência e qualidade podem fazer falta. Sabemos que ele não é o que foi no último jogo e que sofreu pela falta de ritmo, mas Roth preferiu achar um culpado. Jordi é bom, mas inexperiência não é bem vinda num momento delicado como esse. 

Outros setores do time dispensam comentários. A zaga é sofrível e não a toa é a pior do brasileirão. O meio de campo é praticamente inoperante na saída de bola, principalmente. Guinazu tem a raça e a liderança, mas na maioria das vezes não tem a qualidade, assim como Serginho, inexplicavelmente titular na maioria das partidas.
Apoio não falta. O Vasco e sua torcida não merecem o momento que o clube vem vivendo.

Enfim, a torcida não sabe no que acreditar. Alguns apelam para Eurico, mas já falamos sobre isso no blog (Leia aqui). O momento é delicado, a luz no fim do túnel fica cada vez mais distante e a história do gigante Vasco da Gama continua sendo manchada por más administrações e jogadores que não estão a altura de vestir tal camisa. Uma pena.
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