Mesmo com um padrão definido, é preciso variação


Muitos times brasileiros sofrem com a falta de um padrão de jogo. Alguns não creem ter essa necessidade e se adaptam ao adversário de cada partida, no entanto, a grande maioria sabe que a repetição gera a perfeição, ou quase isso, e ter um padrão de jogo, um esquema consolidado e movimentação definida é muito bom para formação de uma equipe competitiva.

O Grêmio de Felipão não tinha o tal padrão, não tinha cara de time, e jogo após jogo se perguntavam qual seria o esquema do tricolor. Já com Roger Machado, isso mudou. Todos sabem como o Grêmio vai entrar em campo, o padrão é mantido dentro e fora de casa. Intensidade, movimentação e muita utilização dos flancos são coisas que vemos em todas as partidas do time gaúcho.
Os três homens de movimentação intensa. A chave do Grêmio

O esquema é bem definido e a forma de jogar também, isso é bom, mas sem variações, acaba se tornando um defeito. É óbvio que quanto mais "padronizado" for o seu time, mais fácil é para o adversário te estudar e identificar maneiras de neutralizar o seu jogo. Para isso servem as variações, mudar o esquema durante as partidas, alternar posições e jogadas é muito importante para que a equipe não fique "manjada" e esse parece ser o defeito do ótimo Roger. Falta variação. Falta criatividade para sair de uma marcação encaixada. As vezes falta sair da mesmice e tentar jogar de outras maneiras, sem sair do que é trabalhado pela equipe nos últimos jogos.

 O tricolor joga sem centro avante, tem três jogadores que se movimentam muito no ataque, e Douglas para municia-los, na maioria das vezes em jogadas diagonais. Porém, quando marcam esses jogadores de lado, o time praticamente fica sem criar. Fica sem alternativas. Roger talvez queira mudar esse esquema, mas ainda não conta com um 9 de confiança para colocar. Mesmo assim, é possível manter a equipe assim, já deu muito certo e mesmo com a queda de rendimento ainda rende, resta achar maneiras de não ser totalmente neutralizado pelo esquema de marcação adversária.

É bom ter um padrão de jogo, mas para funcionar, ele precisa de variações. Futebol é como um jogo de xadrez, e quanto mais óbvias forem suas jogadas, mais fácil serão interceptadas.
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