Perdemos o cão de guarda


A seleção brasileira está longe de ser o grande centro das atenções dos brasileiros atualmente. Grande parte, ou praticamente todos os torcedores do país, com certeza estão mais preocupados com o momento dos seus clubes no campeonato nacional, do que com a Copa América que está para chegar. Porém, para quem gosta e torce para a seleção, a segunda-feira foi de péssimas noticias.

O volante Luiz Gustavo, do Wolfsburg, acabou sendo cortado da competição continental, por conta de lesão no menisco, e terá de operar. Para muitos que não acompanham, ou apreciam jogadores de mais nome, o jogador não é lá uma grande perda, mas a seleção perde demais com a lesão do ex-jogador do Bayern.

O camisa 17 da seleção canarinha pode não ser um primor técnico, mas impressiona pela calma com que sai jogando. Na copa do mundo por exemplo, parecia um dos únicos prontos para o momento. Jogou leve, como se estivesse no quintal de casa. Talvez só não tenha feito Copa superior a de Neymar, estrela maior da companhia, mas de todo modo, fez um mundial acima da média.

No Wolfsburg é fundamental para o esquema do técnico Dieter Hecking, fazendo o trabalho de marcação e também da saída de bola, buscando a bola na defesa e ligando a defesa ao ataque. De fato poderia ser um pouco mais ousado, abusa dos passes de lado, mas erra pouco, e as vezes o ''não errar'' decide partidas.

Luiz Gustavo é parte importantíssima da seleção de Dunga, assim como era de Felipão. Se torna ainda mais imprescindível quando notamos que não temos nenhum jogador de características parecidas na lista da Copa América por exemplo. Já entre os 23 temos Casemiro e Fernandinho, que podem fazer a função, mas com características menos defensivas, o que pode acabar prejudicando a retaguarda brasileira, e fora da lista, para repor sua saída, Dunga parece decidido a chamar Fred, do Shakhtar, outro jogador completamente diferente de Luiz Gustavo.

Fato é que o desfalque dificulta demais a vida da seleção na Copa América. Um volante moderno, eficiente e acima de tudo calmo, fator que pode ser determinante quando temos uma seleção tao jovem quanto a nossa. Luiz Gustavo poucas vezes é lembrado entre os melhores do mundo, mas deveria. O bigode segue atuando em bom nível, e disputar a Champions League na temporada que vem pode abrir os olhos de muitos e lhe cavar um lugar em uma equipe melhor.

Uma pena muitos não valorizarem o futebol do volante, e uma pena também perdermos o nosso cão de guarda, já que talvez não tenhamos uma reposição a altura.
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