A Seleção brasileira vive uma Neymardependência. Praticamente
todas as jogadas do time, são criadas, pensadas e concluídas pelo craque de
apenas 23 anos. A seleção carrega um peso maior do que qualquer outra, graças
ao 7x1 na semifinal contra Alemanha em pleno Mineirão no ano passado. Mas
tirando esse fato pesado, a situação do Brasil é parecida com de outra geração
que fora campeã do mundo. Em 1994, o Brasil lutou até o fim para apenas se
classificar ao Mundial e só o conseguiu devido a genialidade de outro craque. Romário.
Os cenários são parecidos. O Brasil tinha bons jogadores
como Zinho e Mazinho, mas não tinha mais gênios como as seleções de 82 e 86 que
fracassaram ao tentar buscar o título (Situação semelhante a 2006). Na Copa
anterior a do tetra, o Brasil também enfrentou uma eliminação dolorosa ao
perder para argentina no histórico gol de Caniggia. Para completar as
semelhanças, nós tínhamos apenas Romário como grande craque atuante em nosso
futebol e sem ele, nós quase não fomos para a Copa do Mundo (Parreira e Zagallo
tinham rixa com o Baixinho e o convocaram para a partida contra o Uruguai sob
pressão de toda a população brasileira).
Mas tinha um porém.
Romário não jogava sozinho. Ele tinha um parceiro — não
gênio como ele, mas Bebeto era alguém com quem o Baixinho podia tabelar e
dividir um pouco do protagonismo dentro de campo. Romário tinha Bebeto e Neymar
precisa de um também.
Mas para isso, o esquema e principalmente a mentalidade da
equipe precisa mudar. Não vou entrar no mérito que a estrutura geral do futebol
brasileiro deveria mudar após o 7x1 pois isso atualmente é infelizmente, uma
utopia. Portanto, algum jogador deve dividir o protagonismo com nosso menino
prodígio. A seleção não é ruim. Temos goleiros confiáveis, uma zaga excelente e
ofensivamente, apesar de não termos mais craques como 2006 e 2002, temos bons
jogadores que podem ser o nosso Bebeto.
Temos William, Roberto Firmino e Coutinho como jogadores que
podem fazer essa função. O primeiro, acredito que não seja o ideal para dividir
o protagonismo, apesar da grande temporada que na Premier League, jogando pelo
Chelsea. Roberto Firmino apareceu faz “pouco tempo” talvez ainda não esteja
preparado para o posto. Mas Phillipe Coutinho, com certeza tem know how para
exercer a função, como fez em 2014 com Luisito Suarez no Liverpool e assumiu o
posto de protagonista da equipe na última temporada.
Talvez, a solução para a seleção não seja tão difícil em
termos de peças. Os jogadores citados a pouco, são destaques em suas equipes na
europa e apesar de estarem alguns degraus abaixo de Neymar, podem fazer algo
parecido com o que Bebeto fez em 94 e com o apoio dos outros BONS jogadores,
podem fazer a Seleção jogar um futebol melhor e sonhar mais alto para 2018.