O certo que dá errado?


Não é novidade para ninguém, futebol é negócio. O dinheiro é cada vez mais indispensável para sobrevivência dos clubes e para que eles possam disputar algum título de fato importante. Para isso, as equipes contam com inúmeras fontes de renda, venda de camisas, bilheteria, artigos do clube, planos de sócio torcedor, patrocínios entre outros. Porém, em alguns países, como o Brasil por exemplo, talvez a principal forma de ganhar dinheiro dos clubes seja a venda dos direitos de TV.
Em vários lugares do mundo, a distribuição desse dinheiro é muito discutida, e inúmeros são os campeonatos que discutem ano após ano como dividir de forma justa o dinheiro para os clubes.

Na Espanha por exemplo, marcada pela desigualdade de Real Madrid e Barcelona dos demais, os clubes de menor faturamento buscam alternativas na justiça para uma distribuição mais justa do dinheiro de televisão.

Muito desse protesto dos menores clubes espanhóis vieram gracas ao novo contrato da badalada Premier League, que vai distribuir 1,7 bilhões de libras por temporada entre os clubes da elite inglesa, um absurdo compara aos 800 milhões de euros da Liga BBVA.

As enormes cifras distribuídas nessa temporada, Para próxima devem aumentar ainda mais
Quanto mais dinheiro, mais forte a liga, certo? Em partes, sim. A Premier League é a liga mais assistida do mundo. Várias grandes equipes, craques de todos os cantos do mundo e inúmeros jovens valores, mas continentalmente falando, o país é um fracasso, porém, esse não é o tema do texto, até por que já é debatido dia após dia em qualquer rede social.

O assunto do texto é exatamente o prejuízo que esse dinheiro traz ao English Team. É difícil pensar que dinheiro seja ruim de alguma maneira, mas no caso da Inglaterra parece sim atrapalhar nesse aspecto. O método que parece perfeito fortalece a liga e enfraquece a seleção, já que cada vez menos se investe na base e em jogadores ingleses. A liga é completamente internacional e a seleção vai ficando cada vez mais fraca.

Se analisarmos a atual geração inglesa, vemos sim alguns nomes interessantes e com pouca idade, mas quantos deles jogam em grandes clubes? A base de quem tem mais poder, fica cada vez mais fraca. Exceções como Harry Kane e Sterling, que surgiram em times da parte de cima da tabela, os demais bons valores surgem em times de menor expressão e acabam chegando a um dos ricos já formado.
O bom "squad" inglês sub21

Nessa semana, mais um fracasso para o English Team, dessa vez da sub21. A equipe acabou precocemente eliminada da Eurocopa da categoria, mesmo com vários bons jogadores. Se analisarmos os elencos, podemos perceber que a Inglaterra tem sim um dos principais esquadrões da competição. Mas é quase inexplicável o "espirito de perdedor" dessa seleção. O problema não está só nos jogadores, ou em um investimento menor do que o esperado, podemos observar a falta de uma renovação de ideias, taticamente falando.

A escola de treinadores ingleses a tempos não convence, e na própria Premier League vemos cada vez menos profissionais do país. Vemos muitas vezes nas seleções inferiores da Inglaterra, a falta de uma tática inovadora ou moderna, além das escolhas erradas de alguns jogadores como titulares.

Certo é que, o crescimento de liga e seleção parecem inversamente proporcionais, e está na hora de equilibrar isso. Obviamente o dinheiro é excelente para todos, é o método correto, a liga fica competitiva, grandes craques desfilam seu futebol na terra da Rainha, mas se os ingleses querem novamente erguer uma taça de Copa do Mundo ou de Eurocopa, eles precisam não necessariamente investir mais, até por que times como Chelsea tem categorias de base qualificadíssimas, ganhando vários títulos, o problema está na falta de oportunidades. Além disso, uma reciclagem de treinadores, ou quem sabe um treinador estrangeiro no comando da seleção, também possam ajudar o English Team a render mais, desde as categorias inferiores.

O dinheiro está ali, é investido, mas falta um algo a mais, faltam as oportunidades. Por que contratar tantos jogadores estrangeiros com 18-19 anos, e não apostar no destaque de sua categoria de base? Está na hora de repensar um pouco isso, e ver que o país carece de uma glória com a seleção e que para isso, eles precisam perceber que nem tudo está perfeito e algumas coisas precisam ser repensadas.
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