Ultimamente muito se fala do canal esportivo mais emergente do Brasil, o esporte interativo, que recentemente adquiriu o direito exclusivo de transmitir a Uefa Champions League pelo próximo triênio, a transação girou por algo em torno de 130 milhões e acabou superando o valor oferecido pela principal concorrente, a ESPN.
Entretanto pouco se sabe sobre o canal que ainda não completou nem 10 anos de vida, a pouco tempo atrás ainda era algo praticamente amador e de qualidade duvidosa porém agora vem tentando se afastar dessa imagem “amadora” que ainda o persegue, pra isso vem usando um marketing bastante forte e expressivo.
No final da temporada de 09-10 no futebol europeu, a EI acabou por perder os direitos sobre o campeonato italiano e posteriormente perdeu também os direitos do campeonato inglês, argentino, português, alemão e a copa africana de nações. Sem contar a perda da NBA, que de fato costuma ter bastante audiência.
Diante de tantas baixas a EI acabou encontrando o pote de ouro no fim do arco íris, a tão pouco explorada região nordeste.
O canal EI Nordeste se iniciou em 14 de janeiro de 2014, entre seus destaques está a transmissão da tão falada Copa do Nordeste, além de também transmitirem outros regionais nordestinos como o paraibano, potiguar, maranhense, sergipano, cearense etc.
Caiu como uma luva a exploração do tão rico futebol nordestino que merece de fato que seus times tenham mais mídia, pois são apaixonados e isso está exemplificado na média de publico da copa do nordeste, porém uma coisa vem chamando a atenção de algumas pessoas.
A clara associação, mesmo que indireta que o novo canal faz ao relacionar o histórico estado precário do futebol nordestino com o “preconceito” dos telespectadores assíduos de esportes para com o novo canal, frases como “EI e nordeste, tem que respeitar” e “Nunca quiseram deixar o futebol nordestino crescer. Também não querem deixar o esporte interativo crescer. Mas agora com esporte interativo e nordeste juntos para sempre, quem vai parar?” exemplificam o ponto de vista citado acima, longe de nós dizer que o nordeste não merece um canal próprio, ou que não merece ter seus estaduais e copas repercutidos, porém o que parece acontecer as vezes é a EI se utilizar do nordeste como um gancho pra ganhar simpatia e fazer com que os nordestinos “abracem” o canal porque supostamente o canal lutaria pela causa nordeste perante o Brasil, o que claro, não é verdade.
Deve ser de entendimento mútuo que o problema nordestino com a falta de destaque no futebol nacional passa por inúmeras questões diferentes que vão desde dirigentes incompetentes até a abandono por parte de federações e problemas políticos e sociais.
Gostaria de novamente deixar claro que é com muito bons olhos que vejo a repercussão de jogos da região e que torço para a que a revolução esportiva aconteça, não critico o fato da EI dar espaço para o nordeste, critico a forma como se aproveitam disso apenas, não gostaria de ser interpretado de formar errada.
Talvez a EI ainda não seja calejada o suficiente pra conduzir uma situação dessas com imparcialidade e sem sensacionalismo, de fato a equipe ainda precisa de uma reforma técnica e televisiva. Layout, acessibilidade, identificação com o publico NACIONAL também são pontos que precisam de atenção da emissora.
Enfim não podemos afirmar nem cravar nada sobre a transmissão da UCL antes de ver acontecer, espero que a EI supere todas as prospecções feitas e surpreenda, até lá, resta esperar.
