Durante alguns anos, o Barcelona de Guardiola dominava o futebol europeu, com um futebol incrível, entrosado e eficiente. Essa hegemonia durou, e o clube catalão parecia imbatível. Porém, na temporada 09-10, Mourinho, estacionou o ônibus da Inter, e eliminou o poderoso clube espanhol, mostrando que o time de Guardiola tinha suas fraquezas. A queda de rendimento esperada não aconteceu, e na temporada seguinte, Guardiola e seus pupilos voltaram a erguer a orelhuda, retomando as rédeas do futebol no continente. Porém, um ano depois, novamente na semi-final, o Chelsea de Di Matteo usaram da tática de Mourinho, e em contra ataques decidiram o jogo, escancarando então o provável fim de uma era, e culminando na saída de Pep Guardiola.
O penalti de Sérgio Ramos ainda passa pela cabeça dos torcedores |
Mas durante esse período, o Bayern de Munique de Jupp Heynckes vinha batendo na trave, com duas finais disputadas, porém sem nenhum título. Até que no dia primeiro de maio de 2013, o time alemão deu a maior prova de que poderia ocupar o lugar do clube de Messi. Com um 3x0 no Camp Nou, e um convincente 7x0 no placar o agregado, iniciava-se uma nova era no futebol europeu. Um clube em crescimento, parecia crescer cada vez mais, e se encaminhar para um período de glórias.
Jupp Heynckes se aposentou, e veio então aquele mesmo Guardiola, em busca de uma nova hegemonia no continente, dessa vez com um time diferente, que já tinha uma maneira de jogo definida. O elenco foi reforçado, chegaram Gotze e o queridinho Thiago, que acabou se lesionando, enquanto Gotze é figura freqüente no banco.
Guardiola e a dificil missão de substituir Heynckes |
Guardiola já no inicio começou a implantar o famoso tiki-taka, sem centro-avante e com um time de posse de bola altíssima. No entando, o técnico se via muitas vezes obrigado a “apelar” para o antigo esquema, colocando Mandzucik no ataque.
O time rendia, quase tão bem quanto na temporada passada, e conquistou o campeonato alemão de maneira incrível, sem sustos e com uma enorme antecedência. E ia caminhando para mais uma final de Champions League.
Até que o maior time do planeta caiu no caminho dos bávaros. O Real Madrid de Ancelotti, Bale, Benzema e o melhor do mundo Cristiano Ronaldo. Seria o jogo do ano. Um jogo de afirmações para o time de Guardiola, e que também gerava muita expectativa pelo lado dos galáticos, já que o time vem encantando, com um grandioso ataque, e uma defesa muito bem arrumada.
Como o esperado, foram dois grandes jogos, o primeiro, de domínio alemão, mas decidido por Benzema em um contra-ataque rápido. Nada de anormal. Ao contrário do segundo jogo, na Alemanha.
O Bayern foi dominado pelo time espanhol |
Parecia um filme repetido, a potência do momento, no comando de Guardiola, sendo derrotada pelo time em crescimento, um Real que vinha caindo semifinal atrás de semifinal, mas se mostrou perfeito e humilhou o clube alemão. Ancelotti não pensou em só se defender, colocou Bale, e acreditava que fazendo um gol passaria a administrar o jogo. Não foi o que houve.
O clube se saiu melhor que o esperado. Achou dois gols de bola parada com Sérgio Ramos, e ficou tranqüilo para jogar o que sabe. E jogou. Deu aula. Deu show.
Um espetáculo madrilhenho, um time incrivelmente disciplinado, Pepe e Sergio Ramos jogando demais, os laterais marcando tão bem quanto, Modric e Xabi Alonso quase que perfeitos, e Di Maria, Cristiano Ronaldo, Bale e Benzema criando muito lá na frente. Um time que não se escondeu, não precisou se fechar contra o até então melhor time do mundo, e fez como faz Cristiano Ronaldo, dizendo algo como “Calma Bayern, o dono da Europa está aqui”.
Um time quase perfeito em campo, e na competição, já que com excessão do segundo jogo contra o Borussia Dotmund, não perdeu, e fez os resultados com certa facilidade. Um time que parece até que enfim ter amadurecido, e de volta a final tem muitas chances de buscar “La décima” tão sonhada por todos os torcedores do clube.
Ancelotti chegou e colocou o Real para jogar, e bem |
A evolução de Bale, o crescimento de Modric, Di Maria e Benzema, e o incrível Cristiano Ronaldo podem sim fazer história, e encantar o mundo do futebol.
Como dissemos aqui neste mesmo blog, no texto “Agora vai?”, o Real Madrid tem grandes chances de conquistar essa Champions, e no momento, como amante de futebol, torço muito para isso.
Se isso acontecer, Bayern, Barcelona, Chelsea e outros vão ter muito trabalho para tirar esse time do topo, mas é só esperar, que o futebol é uma caixa de surpresas, e algo como o que aconteceu hoje pode acontecer em qualquer jogo.
O Real Madrid ainda não é campeão, mas hoje, já marcou seu nome de certa forma na história, e provou mais uma vez a magia do futebol, onde não existem times imbatíveis, e cada jogo é um espetáculo.
Cristiano Ronaldo, o gênio que comanda o incrível Real Madrid |