As mesmas cores, diferente função


Depois de deixar o Leicester de Ranieri para juntar-se ao Chelsea de Conte, é notável que N'Golo Kanté passou por mudanças na sua maneira de atuar. Afinal, a mudança de clube com técnicos que impõe um estilo de jogo um tanto quanto diferente, obviamente iam surtir efeito na forma como o francês se porta dentro do jogo.

Com Ranieri, o meia era o verdadeiro volante carrapato. Destruidor de jogadas, maior ladrão de bola da Premier League, motorzinho do histórico Leicester de 2015/16, não a toa ficou entre os melhores meias da competição. Contudo, a sua principal - e quase única - ocupação nos Foxes era não deixar o outro time jogar, o que desempenhava com muita aptidão.
Antes um destruidor, agora Kanté ainda marca, mas ajuda Hazard e cia na hora de começar as tramas ofensivas.

Com Conte e suas inúmeras variações táticas durante o jogo, Kanté também tem que ser um destruidor, mas dessa vez, o papel ofensivo dele é muito importante (entenda-se como fundamental) também. Quando a equipe do Chelsea tem a bola, ele e o sérvio Matic possuem a incumbência de armar o time (imagem abaixo), com os alas subindo e atuando como pontas, e o trio de ataque (Hazard, Pedro e Diego Costa) flutuando no meio entre as linhas. Porém, todos sabemos que o volante não é primor técnico com a bola no pé, ou seja, não é 100% de certeza que a pelota chegará redonda para os pontas ou o trio do Chelsea, mesmo assim, o camisa 7 tem desempenhado excelente papel.


Números que ilustram essa troca de funções são:

No Leicester, 40 passes (aproveitamento de 81,6%) em média p/ jogo. Nos Blues, 64 passes (aproveitamento de 89,1%) em média p/ jogo. Ou seja, muito mais ativo na construção de jogadas. Outro ponto que queríamos citar são os desarmes. Pelos Foxes eram 4,7 desarmes e 4,2 interceptações por jogo (média), já no Chelsea, o número cai consideravelmente: são 3,1 desarme por jogo e 2,9 interceptações.

Não podemos questionar o cargo que Conte dá para o volante, até porque, se não estivesse dando certo, o Chelsea não estaria liderando a Premier League com autoridade. Mas, observando o futebol do francês, é inegável afirmar que ele fica um pouco deslocado na função.


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