Irreverente à moda antiga - Douglas




Entre os grandes símbolos da resistência ao "futebol moderno" internet a fora, Douglas é um dos poucos que faz questão de mostrar que segue a cartilha do clássico boleiro anos 90. Carismático e bom de bola, o meio campo coleciona glórias e honras por onde passou. Conversamos um pouco com o atleta gremista, confira na íntegra:

1- Como foi a adaptação para a função que o Roger impôs? Você se considera nesse time, um meia ou um atacante? Por vezes fica um tanto “solto” seu posicionamento no jogo, difícil de cravar de fato.

Com o tempo a gente vai aprimorando a adaptação... Eu sou um meia, mas o Roger nos cobra muito a movimentação, então as vezes acabo saindo dessa faixa do campo e aparecendo na área, por exemplo.

2- Depois do "Grenal do trator", você postou um vídeo provocando o rival. O que acha de provocação no futebol? Acredita que isto já foi melhor e o esporte realmente está mais chato com o politicamente correto?

Acho válido a brincadeira, mas que não passe dos limites. Acho que hoje ainda existe essa corneta, um pouco menos, mas existe.

3- Você começou sua carreira no Criciúma, passou 9 anos da categoria de base ao time principal do clube catarinense e ganhou os títulos da Série B e Série C no Hulse. Pretende retornar um dia ao clube que lhe revelou?

Pretendo encerrar minha carreira no Grêmio, como já disse na mídia, mas futebol é imprevisível.

4- É sabido que você não segue a cartilha tradicional do comportamento extra-campo, inclusive nas redes sociais. Isso aumenta o carinho que o torcedor tem pelo seu carisma, pois o mesmo entende e se identifica com esse lado mais "humanizado" que muitas vezes falta nos jogadores de futebol. Você já enfrentou problemas com treinadores ou diretoria em algum momento da carreira devido a seu estilo de vida fora dos gramados?

Jogador também é cidadão, pessoas normais. Cada um age de um jeito, eu sou assim e todo mundo sabe, desde que não interfira dentro de campo é válido. Nunca tive problemas com isso.
Cena corriqueira no estilo de vida do jogador.
5- Quais são suas lembranças daquele jogo contra a Argentina em sua única passagem pela seleção, onde perdeu a bola que deu origem ao gol da vitória de Messi? Marca mais a falha no momento crucial ou a alegria de poder ter o orgulho de dizer que foi um dos poucos jogadores brasileiros a conquistar a chance de vestir a amarelinha?

Foi uma experiencia nova, claro que é sempre bom vestir a camisa da seleção, todo mundo sonha com isso. O gol realmente foi uma infelicidade minha, mas acontece, são coisas do futebol.

6- Ultimamente tem se falado muito da alcunha de um “último 10”. Com a aposentadoria de Román Riquelme, esse “posto” fica vago. Como você vê essa necessidade da existência do 10 pensante, lento, técnico e articulador? Você se considera um 10 clássico?

Não acho que esteja extinto, e muito menos que eu seja este "último 10", pois temos jogadores que ainda fazem esta função, como o Ganso, por exemplo.

7- Como foi pra você ficar de fora de um dos jogos mais importantes da história do Corinthians, a final do mundial? E aproveitando o gancho, Tite hoje goza do sucesso que alcançou com o clube paulista e o credenciou a seleção. Qual era a sua relação com ele?

A gente sempre quer jogar, seja mundial, brasileiro, estadual, a gente sempre fica triste de ficar de fora do time titular. Minha relação com o Tite é ótima, é um excelente profissional e tem tudo pra dar certo na seleção.
Pelo Corinthians, foram altos e baixos.



8- Você tem 34 anos e com certeza já não é mais nenhum garoto. Quantos anos mais acha que pode jogar em alto nível? E quando pendurar as chuteiras, quais serão seus planos para o pós aposentadoria?

Não parei pra pensar nisso, enquanto me sentir bem vou jogando, isso aparece com o tempo. Eu nunca parei pra pensar no que fazer quando me aposentar também. Até lá temos tempo pra isso.

9- Você ficou bem famoso por atuar em grandes clubes brasileiros. Porém poucos sabem que já teve passagens por clubes fora do país. Como foi essa experiência? Em que agregou na sua carreira? Se pudesse voltar atrás, teria esperado mais para ir a clube europeu mais expressivo?

É uma experiência nova, ajuda a dar experiência ao atleta e podemos aprender coisas novas. Realmente é um futebol bem diferente e eu não me arrependo de ter partido naquela época, em 2005.

10- Foi um prazer para nós conduzir essa entrevista. Deixe suas considerações finais abaixo, desejamos toda a sorte do mundo, grande abraço!

Eu que agradeço, sucesso pro pessoal! Abraço pra nação gremista! Tamo Junto!
Compartilhar: Plus