A nova geração de narradores - Gustavo Villani


Acostumados com vozes um tanto carimbadas no cenário esportivo, poucas vezes destacamos algo novo entre tantos timbres já identificados de longa data. Gustavo é um dos nomes de uma grande safra de novos profissionais da narração. Trocou a ESPN pela Fox Sports e vem muito bem. Tivemos uma curta conversa com o narrador onde conversamos sobre diversos temas.

Confira na íntegra:

1- Geralmente os profissionais da área da comunicação tratam os jogos olímpicos como o santo graal da realização profissional. A cobertura das Olimpíadas foi o momento mais marcante da sua carreira? Se não, qual foi esse momento?

Foi, sim. A medalha inédita de ouro do futebol foi o jogo mais importante da carreira. Inesquecível.

2- Sabemos que cada profissão requer alguns cuidados especiais para serem exercidas. Os narradores normalmente devem cuidar muito de suas cordas vocais. Quais os cuidados que você toma com sua voz? Existe algo que seja como um "senso comum" de que todos os narradores devem fazer? 

Dormir bem, evitar bebida extremamente gelada momentos antes da transmissão, alimentos derivados de leite. Enfim, acho que é isso.

3- No mundo do futebol, observamos enormes diferenças de uma competição para a outra. Em umas o futebol é mais bem jogado, por outro lado, vemos muita força física em outras e por aí vai. Para o narrador também muda muita coisa? O estilo de narração "acompanha" o que a liga te propõe? Exige preparações distintas? 

A preparação é a mesma. Mas o estilo muda sim. Geralmente, os campeonatos em que a bola rola sem tanta falta, a transmissão flui melhor, tem mais dinâmica. 
Quanto mais bola rolando, mais fluída fica a narração.


4- Narradores consagrados geralmente são lembrados por frases características, os famosos bordões. Quão importante é o bordão para o narrador? Hoje você pensa mais nisso, busca criar ou vem naturalmente?

Importante é narrar o jogo. Bordão, frase de efeito, é consequência. É só um carimbo do narrador. Nunca pode ser mais importante do que o jogo em si. 

5- Entrando um pouco no futebol agora. Vemos na suas transmissões o quanto você exaltava a Premier League. Apesar dos fracassos nas competições europeias, você considera a liga inglesa a melhor do continente?

Sim, acho. É o campeonato mais endinheirado, logo, aquele que mais permite grandes contratações.

6- Antes morando em São Paulo em razão da ESPN, você acabou se mudando para o Rio de Janeiro no novo desafio pela Fox Sports, futebolisticamente falando, o que muda de uma metrópole pra outra? 

Pouco. Estilo de vida entre paulistanos e cariocas, ambos com vantagens e desvantagens. A questão é se adaptar bem. 
Gustavo vem se adaptando ao estilo carioca


7- Quais seriam os conselhos que dariam para quem deseja se dedicar a informar e opinar com propriedade publicamente sobre nosso amado esporte bretão? 

A profissão exige muita dedicação, abnegação mesmo. Informar-se por horas e horas, todos os dias, é obrigação. Sem falar dos aniversários, datas festivas, feriados perdidos. É sacrificante, mas só assim para se fazer bem feito.

8- É um grande tabu para alguns jornalistas relevar o time que torcem para o público, você revela? Esconder a torcida é difícil em alguns momentos? 

Não. Questão de profissionalismo. Nunca uma preferência pessoal pode estar à frente do interesse público. 

9- Foi um grande prazer para nós da 4-3-3 realizar essa entrevista, use esse espaço para deixar o recado que quiser, desejamos tudo de melhor, grande abraço!

Eu que agradeço o espaço, desejo sucesso a todos. Abração.

Gostaríamos de agradecer ao membro Lucas Rodrigues, do nosso grupo no Facebook, pela grande contribuição nesta matéria!
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