A necessidade de sangue dos morcegos de Mestalla


A última temporada do Valencia no campeonato espanhol foi decepcionante. A equipe amargou o décimo segundo lugar com 44 pontos. Pontuação essa que em alguns campeonatos seria limite para escapar do rebaixamento ou até suficiente para causar o descenso. A campanha pífia se deve muito aos fraquíssimos comandos técnicos. Nuno Espírito Santo e, principalmente, Gary Neville fizeram trabalhos de baixo nível. A diretoria dos morcegos efetivou então o auxiliar Pako Ayestaran, tendo discreta evolução no rendimento, porém, o suficiente para evitar a ameaça de rebaixamento para a Liga Adelante.
O trabalho do inglês Gary Neville ficou muito aquém do aceitável.


O esperado seria então que o clube, que nos últimos anos teve alguns dos elencos mais fortes no futebol espanhol protagonizando a briga como quarta força nacional, fosse ao mercado e tentasse recuperar a força perdida na última temporada. Mas isso não aconteceu. Os torcedores, antes otimistas, viram sair rumo a Premier League jogadores como Álvaro Negredo, Feghouli e o lateral Barragán. Além das baixas para o futebol inglês, Piatti e Javi Fuego rumaram ao Espanyol.

No entanto, o retorno financeiro por essas perdas não foi alto (alguns desses foram emprestados) e o platel acabou enfraquecido sem ter o dinheiro para reposições a altura. Porém, uma importante venda teve alto retorno financeiro: o meia André Gomes. Jovem de boa qualidade técnica e considerado uma das maiores promessas da atualidade para a posição, o português teve temporada bastante irregular, sendo alvo de algumas críticas, inclusive durante a Eurocopa. Apesar de seu potencial, a venda foi um excelente negócio para o Valencia, com um preço acima do que se acredita que o jogador possa valer. Com mais verba em caixa, era esperado que os reforços enfim começassem a chegar, mas não é o que acontece.
O meia André Gomes assinou com o Barcelona por um preço considerado bastante elevado.


Considerando que as saídas em geral foram de jogadores que não viveram grande momento em 2015/2016, era de se esperar que o mercado do Valencia ao menos nas negociações para saídas fosse considerado bom. Porém, poucas peças foram contratadas. Nani, Montoya, Mario Suárez e Medrán foram os acréscimos para a temporada 2016/2017. Nada que excepcionalmente eleve o nível do time ou represente um avanço em comparação aos atletas que saíram. Considerando que nomes como Mustafi (talvez o melhor jogador do clube na última temporada) e Diego Alves ainda podem deixar o clube, a queda de nível técnico deve se tornar ainda mais acentuada.
Nani é o principal reforço do Valencia até o momento.


A estreia no campeonato espanhol foi alarmante, já que o clube foi derrotado em casa para o Las Palmas por 4 x 2. O Valencia ainda entrou em campo com uma série de jogadores considerados irregulares, o que diminui o grau de confiabilidade na equipe. Abdennour, que decepcionou bastante na última temporada, sendo uma das piores contratações da liga, foi o comandante da zaga. O meio campo teve Parejo e Enzo Pérez escalados por Ayestarán. O primeiro foi um dos nomes que recentemente rendeu bem abaixo do possível e o segundo, desde que chegou ao Valencia não conseguiu repetir o futebol mostrado no Benfica, de onde saiu como melhor jogador do campeonato português. A se destacar positivamente, apenas a ótima atuação do jovem Santi Mina.

Caso não queira passar mais um ano longe de competições europeias é clara a necessidade de reforços para o Valencia. Aqueles conhecidos como morcegos estão sedentos por sangue novo, um fortalecimento para uma equipe hoje enfraquecida.
O início de temporada do Valencia também não foi nada animador.

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