Panóptico



Um muro alto. Fechado. Vigias em pé. Milhões. A retina que vê a rotina e processa os derrotados. Um eterno responsabilizado que, agora, é perdoado. Tarde. Sob o olhar "del Justiceiro", que os sentenciou anteriormente à queda: 'que não mais voltassem sem a recompensa'.

Mas é ao mais conhecido que os olhos seguem. Por todos os lados. Em todos os cantos. Em cima das tribunas cinzentas, o mar azul olhava, choroso, para aquele errante e moribundo réu. Réu não pelo que fez. Nem pelo que era de sua responsabilidade. Réu de sua psiqué. Deveria trazer a glória da África, do Brasil, do Chile e, na última flecha, no Norte da América. Nenhum tesouro. Mudou seu visual para fugir da pressão dos vigilantes e 'del Justiceiro'. Dos seus companheiros e dos seus comandantes. Mudou seu comportamento e sua personalidade. Caiu no mesmo limbo que sempre o jogaram. De joelhos.

Mostrou seu lado mais humano quando todos o imaginavam como sobrenatural. Queriam o Messi Máximo, quando na verdade ele sempre quis ser o Messi Messi. Só assim traria o necessário, o esperado e o desejado. Porém, todos não se satisfizeram, e no último ato do Messi Máximo, notaram que eles também queriam o Messi Messi! Não pela representatividade, ou para aliviar suas cabeças fervilhantes, mas porque só os naturais sobrevivem às quedas mundanas. As entidades e santidades se retiram, por respeito. E Messi Messi não queria ser imputado como tal. Mas também se afastou.



Para Bentham não botar defeito, o muro foi implacável em 23 anos, e só se abriu quando nem com sua mais preciosa jóia atingiu o Nirvana. E o suplícia que fizeram sofrer. Desde sempre erradicado em outro país, com outros povos. Todas as vezes voltando com seu coração patriota para a terra mãe. Uma pena. O grito que antes era de rechace, agora é de súplica pelo retorno.

E fora do panóptico estão os que observam. Os catalães, os espanhóis, os brasileiros, os chilenos, o monge, o papa, o soldado e o dragão. Ninguém quer que a novela dê em tragédia. Poucos esperam o fim. Acabar é sempre ruim, pois. Queremos a continuidade, o incendeio dos melhores. Ao limbo os que realmente te derrubaram! E que o Messi Máximo também vá ao limbo! E ninguém mais lhe imputará tal responsabilidade. É o Messi Messi que importa. O pequeno menino que, com a cabeça baixa, levanta as nossas. Com a bola nos pés, abaixa as dos defensores. Com a 10 nas costas, a história escreve.

‪#‎NoTeVayasLeo‬

   
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