Três zagueiros para priorizar o ataque



Você já deve ter ouvido de muita gente frases como “O Brasil não possui um time bom, a culpa é da safra ruim!”, “Não há nada a fazer, a geração ruim não nos possibilita nada além disso”.

Mas será mesmo que essas afirmações procedem? E se o problema for falta de criatividade na hora de montar o time ou medo de arriscar um novo esquema que privilegie características de alguns jogadores que podem desequilibrar durante o jogo?

Bom, abaixo podemos ver o desenho tático do amistoso entre Brasil x Estados Unidos, onde a seleção brasileira venceu por 4x1. O esquema brasileiro foi 4-2-3-1, apesar de variar conforme as substituições a as orientações do técnico.
Escalação do ultimo amistoso
Obviamente algumas falhas da equipe canarinha acabam não sendo testadas contra times tecnicamente inferiores como os EUA, além do time titular não ser o descrito na imagem visto que Dunga continua realizando testes com alguns jogadores em algumas posições, entretanto fazendo uma breve análise sobre a seleção e as opções que temos, duas coisas ficam claras de forma explícita.

Nossos laterais estão entre os  laterais mais técnicos da década.

Temos muitas opções para a defesa.

É inegável que Marcelo e Daniel Alves figuram entre os jogadores mais técnicos da Europa, ainda mais se formos restringir a região de busca apenas até o campo de defesa, os dois possuem uma capacidade enorme de condução de bola aliado a grande velocidade e qualidade de passe, Marcelo possui uma enorme habilidade com dribles, isso pode ser visto em suas atuações pelo Real Madrid, já Daniel Alves é um dos jogadores que mais deram assistências em gols do Messi, tem uma visão diferenciada do campo de jogo.

Já na defesa, além de termos Thiago Silva que psicologicamente é fraco porém é um dos zagueiros mais completos do mundo, temos David Luiz, Miranda, Gil, Marquinhos, Jemerson e Gabriel Paulista. Só com esses já daria pra formar no mínimo 6 duplas de zaga completamente diferentes, são realmente muitas opções diferentes, tudo isso me fez pensar em um plano de jogo como esse abaixo.
3-4-2-1 
Obviamente que uma ou outra peça poderia ser trocada por outro jogador na opinião de quem está lendo, mas citei os melhores para cada posição no meu ver, a flexibilidade da alteração está aberta a qualquer opinião do leitor, o foco principal é atentar-se ao esquema.

O Brasil tradicionalmente sempre foi uma seleção ofensiva e acostumado a ter os melhores jogadores do mundo vestindo a amarelinha lá na frente, porém de uns tempos pra cá a equipe brasileira tem se destacado pela sua defesa que antes da copa de 2014 era considerada a melhor defesa do mundo, depois que o Dunga assumiu a seleção, o time continuou pecando na armação de jogadas ofensivas e acabava muitas vezes ficando dependente de um único jogador (Neymar) cujo viés criativo é imenso para criar jogadas, entretanto sem ele em campo a seleção volta a ser robotizada e separada por um espaço enorme entre os setores.

Com esse 3-4-2-1 teríamos a tão sonhada criatividade pelos lados do campo com Daniel e Marcelo que de fato poderiam tirar um pouco do peso do protagonismo das costas do Neymar alternando a armação de jogadas pelo lados ou até mesmo surpreendendo com uma infiltração no miolo da zaga adversária, já o meio campo continuaria sólido com volantes de pegada porém com uma saída de bola no mínimo razoável, Hernanes daria prioridade ao toque de bola e controle da posse enquanto Fernandinho daria preferencia ao dinamismo e na velocidade de chegada no setor ofensivo. Neste caso a opção seria do técnico, poderia citar como opção Felipe Melo, o volante da Inter de Milão conseguiria imprimir um ritmo mais forte no jogo e aumentaria o poder de marcação do time brasileiro de forma absurda.

Na zaga contaríamos com um grande trio de zagueiros compactos com Thiago Silva no miolo contendo os avanços pelo meio enquanto Miranda e Marquinhos além de ajudar o Thiago na composição da zaga, fariam a cobertura dos dois alas com o auxílio dos volantes.
Os volantes teriam um trabalho importante na recomposição, enquanto os alas poderiam até aparecer pelo meio
Desta forma Neymar poderia jogar com menos responsabilidade mas sem perder o rótulo de coringa do time, ainda caberia a ele fazer o time criar e chegar ao gol, já do lado direito Lucas Moura e Willian seriam ótimas opções para a jogada aguda pela ponta seguida de cruzamento ou passe para o meio da área, Oscar seria uma alternativa para centralizar mais as jogadas na busca de um passe chave que deixe o atacante em condições de fazer o gol, ou poderia se aproveitar dos bons chutes de média distancia que se utiliza tanto jogando pelo Chelsea.

De centroavante, citei na imagem duas opções bastante utilizadas recentemente pelo treinador, Hulk vem em uma fase primorosa na Rússia enquanto Firmino ainda busca sua afirmação no time do Liverpool porém vem tendo uma sequência de convocações, nenhum dos dois faz o tipão do camisa 9 tradicional, Hulk por sua vez se destaca pelo seu poderio físico avantajado e seu impressionante chute de longa e média distancia, por outro lado Firmino possui mais qualidade de passe e paciência, por isso mesmo sendo inferior fisicamente PODE ser capaz de fazer o pivô melhor que o Hulk, outra opção plausível seria o Jonas, atacante do Benfica que vem fazendo um ótimo ano no futebol europeu, este jogador é o que mais se assemelha ao estilo de um legítimo camisa 9, infelizmente não é muito lembrado na seleção brasileira.

Isso sem citar as opções de variação desse esquema conforme o desenrolar do jogo, poderíamos colocar Douglas Costa na posição do Neymar para podermos contar com o atacante do Barcelona como “falso 9” no lugar do Hulk, o leque de opções é imenso.

Ainda contaríamos com um banco cheio de alternativas flexíveis como Lucas Lima, David Luiz, Ramires e Elias.

Será mesmo que a nossa geração é tão fraca assim, ou é só um pretexto pra justificar a incompetência nas escolhas e nos planos táticos de uma seleção que só precisa achar seu regista fora de campo para decolar? 
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