Num mundo contemporâneo, onde a globalização permite uma maior interação entre diversos países, há uma influência, nesse sentido, nas bases dos clubes europeus que contém jogadores de diferentes nacionalidades. Isso proporciona uma maior chance de encontrar dentro do próprio clube jogadores capazes de satisfazer as necessidades do time principal.
Outra forma de encontrar um bom jogador a um baixo custo é pesquisar e encontrar nomes com menos destaques, mas muito jovens e promissores, normalmente em ligas mais fracas. Juntando esses dois fatores, isso proporciona às grandes ligas europeias o surgimento de destaques jovens. E esse texto trás alguns destes destaques que tem em comum os fatores anteriormente citados e, além disso, uma mesma nacionalidade.
A Nigéria é uma das grandes seleções de destaque do continente africano, sempre tendo jogadores conhecidos na Europa, como Mikel, Moses e Musa e com um bom número de participações em Copas do Mundo, são cinco, sendo a segunda seleção africana nesse quesito, atrás apenas de Camarões, que participou por 7 vezes. Os Super Eagles vêem surgir na Premier League um trio talentoso que pode ajudá-los bastante no futuro.
Iheanacho
Kelechi Iheanacho, atacante, de 20 anos, do Manchester City, tem como principais características uma finalização e chutes de fora da área muito bons, além de ter uma boa movimentação, bom drible e controle de bola. O jovem atacante é cria da base dos Citizens e fez sua estreia no time principal com apenas 18 anos de idade, na vitória contra o Watford no dia 29 de agosto de 2015. E o seu primeiro gol não demorou muito para acontecer: menos de um mês depois, no dia 12 de setembro do mesmo ano o jovem nigeriano marcou o gol da vitória contra o Crystal Palace. Iheanacho já soma 21 gols em 59 jogos com a camisa do City.
Entretanto, o atacante enfrentará um problema que, na verdade, já começou nessa segunda parte da temporada 2016/2017: a forte concorrência por uma vaga no time titular. O time, que já contava com o grande atacante argentino Agüero, contratou recentemente o brasileiro Gabriel Jesus, que teve um excelente começo no time de Guardiola colocando inclusive Agüero no banco. Com isso, Iheanacho tornou-se, hoje, a terceira opção para o ataque dos citizens. Essa situação faz com que o jovem nigeriano tenha que pensar sobre o seu futuro, se permanece no City para brigar por uma vaga no time titular ou sai, por empréstimo ou em definitivo, para um clube onde possa ter mais minutos de jogo. A segunda opção pode ser mais vantajosa para ele, tomando como exemplo a carreira de Lukaku, atacante que era reserva no Chelsea e, por isso, resolveu sair dos Blues para se tornar um dos principais atacantes da Premier League, sendo titular no Everton.
Mesmo com essas dificuldades, Iheanacho já disputou 24 jogos nessa temporada, tendo marcado sete gols e dado três assistências. Mostrando estar numa crescente e que realmente precisa ter espaço na temporada que vem para continuar sua evolução. Pela seleção da Nigéria, Iheanacho também mostra destaque, estreando com apenas 19 anos. Ele disputou, até o momento, sete jogos e marcou quatro gols.
Os números de Iheanacho pela Nigéria. (Fonte: Transfermarkt) |
Iwobi
Alex Iwobi é um meia atacante que pode atuar tanto pelo centro como pelos lados do campo (sendo que na atual temporada ele atuou mais pelo lado esquerdo). O meia do Arsenal tem apenas 20 anos e tem como principal característica uma excelente qualidade de passe que é beneficiada por uma visão de jogo muito boa, vale destacar também seu bom drible, criatividade e controle de bola (é muito difícil de roubar a bola do jogador). Ele é uma revelação da base dos Gunners e estreou em 27 de outubro de 2015, numa derrota para o Sheffield Wednesday em jogo válido pela EFL Cup. Seu primeiro gol demorou um pouco para sair, foi na vitória contra o Everton no dia 19 de março de 2016.
O camisa 17 já disputou 56 jogos pelo time de Londres, tendo marcado seis gols e realizado dez assistências. Essa tem sido a temporada de afirmação do meia, já são 35 jogos, 23 só no Campeonato Inglês, quatro gols e sete assistências. São mais jogos e assistências do que jogadores como Walcott, Ramsey e Xhaka (e só Walcott marcou mais que o meia nigeriano dentre os citados).
Iwobi já vem sendo chamado para a seleção, tendo jogado oito jogos e já marcado um gol.
Ndidi
Wilfred Ndidi é um volante que, assim como os outros dois jogadores citados nesse texto, tem apenas 20 anos de idade, mas já vem chamando a atenção. Quando Mendy, o primeiro contrato com a intenção de substituir Kanté não correspondeu às expectativas, o Leicester viu-se na necessidade de ir buscar, na janela de transferências do meio da temporada, alguém para a vaga do francês que ainda não havia sido preenchida à altura. O atual campeão inglês viu em Ndidi, do Genk, alguém capaz de, ao menos, trazer segurança defensiva ao time.
Ndidi, diferente de Iheanacho e Iwobi, não é um jogador vindo da base do próprio clube, ele se encaixa no segundo tipo de jogador citado no inicio do texto: um jovem jogador promissor que se destaca em uma liga mais fraca.
O volante nigeriano tem como principais destaques o forte jogo aéreo e a qualidade para desarmar e interceptar (ele tem uma média de 5.2 desarmes e 3.1 interceptações por partida), tem também uma boa saída de bola (média de 75% de passes certos por jogo). Ele estreou pelo Leicester no dia 7 de janeiro desse ano na vitória por 2x1 contra o Everton e marcou seu primeiro gol com a camisa dos Foxes no dia 8 de fevereiro contra o Derby County.
Ndidi tem seis jogos com a seleção da Nigéria e estreou bem jovem, com apenas 18 anos.
Nesse seu inicio pelos Foxes, o volante já disputou 12 jogos, tendo marcado um gol, realizado uma assistência e o mais importante: dando segurança defensiva ao time. Com destaque para sua grande partida contra o Sevilla, no segundo jogo pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, protegendo bem a defesa (realizou 2 desarmes, 2 interceptações e afastou 8 bolas) e distribuindo bem o jogo (acertou 92.9?% dos passes).
Dois dos três jogadores citados já estão em times fortes e isso os ajudará no caminho que eles têm que percorrer para se firmarem como grandes jogadores. Enquanto que Ndidi não está em um time tão forte, mas que vive um momento mágico na sua história e isso poderá contribuir muito para o seu futebol pelos grandes jogos que o Leicester vem vivenciando e caso esse bom momento do time passe o volante poderá já ter despertado o interesse de um clube maior. Fato é que a Nigéria tem jogadores com boas perspectivas para o futuro e que poderão, caso correspondam as expectativas, ajudar muito a seleção, além de se tornarem destaques do futebol mundial.