Hilton… Este nome pode não ser conhecido para nós brasileiros amantes de futebol, mas certamente possui seu reconhecimento na França.
Nascido em Brasília, começou sua carreira profissional na Chapecoense, quando a equipe ainda era totalmente anônima para o futebol brasileiro, no final dos anos 90. Logo transferiu-se para o Paraná, sendo um dos destaques no título do Módulo Amarelo da Copa João Havelange em 2000.
Não demorou muito para que o zagueiro tomasse o rumo do futebol Europeu. Contratado pelo Servette, da Suíça, para a temporada 2001-02, logo conquistou seu espaço na equipe, tornando-se titular ainda na primeira metade da temporada. Seu primeiro gol em solo europeu foi marcado na Copa da UEFA. Com um bonito toque de cabeça, o brasileiro abriu o placar para o Servette, encaminhando uma surpreendente vitória do time suíço por 3 a 0 sobre o Hertha Berlim de Marcelinho Paraíba, na Alemanha, que garantiu a classificação da equipe para as oitavas de final da competição, em que foram eliminados pelo fortíssimo Valencia, com direito a gol contra do brasileiro em pleno Mestalla.
Hilton seguiu tendo papel importante na equipe suíça até que, na metade da temporada 2003-04, foi emprestado para o Bastia e aí começava sua história no futebol francês. Ao final dessa temporada, transferiu-se para o Lens, por onde jogou mais de 150 partidas em 4 temporadas.
Depois desta passagem pelo Lens, deu o voo mais alto de sua carreira, apesar de já estar com mais de 30 anos de idade. Chegou a um gigante do futebol francês, acertando com o Olympique de Marseille para a temporada 08-09. Em Marseille, ele não era titular absoluto, mas teve a fase mais vencedora de sua carreira, conquistando um título francês, duas Copas da Liga francesa e uma Supercopa francesa.
No Marseille não teve titularidade absoluta, mas foi campeão em quatro oportunidades. |
Sem muito espaço, Hilton foi para o Montpellier para a disputa da temporada 11-12. Chegou sendo titular e ajudou a escrever o capítulo mais importante da história do clube. Contribuiu de forma grandiosa para o primeiro e único título francês da história do Montpellier, que desbancou o ascendente Paris Saint-Germain, que tinha acabado de ser comprado pela Qatar Sports Investments. Uma grande conquista para o atleta, que já estava com 34 anos e próximo de sua aposentadoria.
Aposentadoria? Que nada, meu filho!
Na temporada 13-14, tornou-se capitão da equipe do Montpellier, e desde então segue sendo o dono da braçadeira. Enquanto se aproxima dos 40 anos de idade, Hilton não para de escrever capítulos da sua história no futebol francês. Na terra dos perfumes, já atuou 459 vezes por times locais, marcando 23 gols. Como capitão do Montpellier, jogou 130 partidas, ou seja, foi capitão da equipe em mais de 60% das vezes que esteve em campo.
Capitão e muito respeitado, Hilton fez história no Montpellier. |
Para um jogador ter uma carreira bem sucedida não é necessário jogar em Barcelonas e Real Madris. Hilton é a prova disso, foi importante para o Paraná num momento de total ascensão do clube e certamente terá seu nome lembrado pelos torcedores do Montpellier por muito tempo. A segunda metade da sua carreira mostra que nunca é tarde para correr atrás do que se quer, tendo conquistado seus maiores feitos nessa época. Hoje vemos muitos jogadores saindo jovens para o futebol europeu e dizemos “Vish, esse aí tinha bola pra jogar em lugar melhor, acabou com a própria carreira por dinheiro”, “Mercenário”, “Foi na onda do empresário”. Independente de onde atuarão, fica o questionamento: Ao final de suas carreiras, eles se sentirão plenos? Eu tenho certeza que Hilton sim!