As perdas de Unai Emery, Gameiro e Krychowiak na última janela de verão indicavam o fim de um ciclo vitorioso em Sevilla. Apesar da baixa expectativa após perder suas principais peças, o clube é segundo colocado na La Liga, sendo o time com melhor campanha nos últimos seis jogos e capaz de fazer frente aos gigantes Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid. Também é destaque na Champions, onde está nas oitavas de final e, no seu duelo contra o Leicester, é o favorito. O ciclo não se terminou: apenas continua de outra forma e com novos personagens, o que não é novidade para o tradicional clube de Andaluzia.
A história começa na temporada de 13/14, a primeira que Unai comandaria desde o começo. Após dois anos discretos no espanhol e com uma Liga Europa a disputar, as expectativas eram de melhora. Entretanto, alguns dos poucos destaques das últimas temporadas saíram. Nomes como: Negredo, Medel e Jesús Navas foram buscar novos ares; Chegaram à Andaluzia Bacca, Gameiro, e Cristóforo. As apostas deram certo e a equipe conseguiu um quinto lugar no espanhol. Além, claro, de uma inesquecível Liga Europa, eliminando o maior rival e conquistando-a nos pênaltis contra o gigante português Benfica. Bacca foi o artilheiro da temporada e Rakitić o principal jogador do meio campo.
Mais uma janela de verão, mais perdas: o croata, principal nome do time, vai para o Barcelona; Moreno ao Liverpool. Outras peças do elenco também partiram, mas novamente o Sevilla do executivo Monchi mostrou sua capacidade de garimpar talentos, indo ao mercado buscar Krychowiak e Aleix por preços baixos, além de Dennis Suárez e Iago Aspas, por empréstimo - sucesso novamente! O quinto lugar se repetiu e a eliminação precoce na Champions League não prejudicou a equipe. Repetindo o ano anterior, conquistou o título de Liga Europa, frente ao Dnipro, da Ucrânia. Segundo título consecutivo da competição e quarto na história de um time que crescia e se consolidava no continente cada vez mais.
No início da temporada, o artilheiro Carlos Bacca foi para o Milan. Aspas e Aleix também saíram da equipe de Andaluzia. Novamente, como um carma, a missão era achar boas peças para suprir ausências. N'Zonzi, Khron Dehli e Mariano foram algumas das contratações. Konoplyanka, que destoava do modelo de contratações anteriores, chegou ao clube badalado, mas não atingiu o esperado. Após mais uma vez a eliminação precoce na Champions League, o Sevilla resolveu focar na busca pelo tri continental, ficando em sétimo no campeonato nacional. O tricampeonato de fato veio, com uma final memorável contra o bom time do Liverpool, comandado por Klopp.
Mais um título para conta do time espanhol. Hegemonia. |
Então chegou a temporada atual e, como de praxe, saíram peças fundamentais. Unai Emery foi para o PSG e consigo levou Krychowiak. Gameiro, artilheiro da equipe, foi outro que partiu. Coke e Banega completaram a lista de importantes desfalques. Mas, novamente, as reposições foram feitas. Jorge Sampaoli, argentino que comandava a seleção chilena, foi o escolhido para novo técnico e chegou com status e ambição. Apesar de ser um clube acostumado com apostas, Sampaoli era alguém consolidado e o casamento vem dando muito certo, pois a equipe vive um momento fantástico desde sua chegada. Nomes como N'Zonzi, Escudero e Mariano evoluíram, além das pontuais contratações de Vietto, Nasri e F. Vazquez, importantíssimos na mecânica do argentino. Outras contratações importantes e criativas foram feitas: caso de Sarabia, Mercado, Kranevitter, Jovetić (janela de inverno) e Ganso - este último, ainda sem a resposta ideal.
O casamento entre Sevilla e Sampaoli vem sendo perfeito. |
O Sevilla deve ser exaltado em sua capacidade de planejamento. Os espanhóis obtiveram um lucro fantástico com negociações e, como uma fênix, renascem a cada início de temporada. Muito disso se deve ao supracitado executivo Monchi, um dos mais reconhecidos no mundo inteiro. Para o próximo ano, não devemos nos surpreender se algumas peças importantes deixarem o clube. Surpreendente também não será se os novos contratados mostrarem um futebol de alto nível e conduzirem a equipe alvirrubra a novas glórias em um ambiente tão difícil como o futebol espanhol.