Estrelas Secundárias #03 - Boniek
Zbigniew Boniek, atacante polaco de nome difícil. Jogador marcante do futebol italiano nos anos 80, apesar de estar na sombra de estrelas como o genial Platini e dos já míticos pela copa de 1982, Gaetano Scirea e Paolo Rossi. Parte de uma vencedora Juventus que pôde colocar a segunda estrela do Scudetto no peito e que venceu sua primeira Champions League.
Apesar de revelado no Zawisza Bydgoszcz, foi no Widzew Lodz, clube de seu país natal, onde chegou a ser ídolo por lá, após vencer dois campeonatos poloneses, que Boniek chamou atenção da Juventus. O atacante também teve destaque ao levar, ao lado de Lato, uma pouco tradicional seleção polonesa até às semifinais da Copa de 82, parando diante da Azurra de Scirea e Paolo Rossi. Boniek estava suspenso e gera a dúvida se a equipe com ele seria capaz de vencer a poderosa seleção italiana. Improvável, ou não, os quatro gols na competição despertaram o interesse dos clubes da terra da bota. A Roma quase assinou com ele, porém problemas na negociação fizeram com que ele fosse para Turim.
Junto com ele desembarcaria Platini e seria o início de uma era vitoriosa para a Velha Senhora. Ainda embalado pelo destaque na copa, seria o terceiro colocado na disputa da bola de ouro do ano, que seria vencida por Rossi. A primeira temporada seria dolorosa para os bianconeri, já que, apesar de vencer uma Copa da Itália, perderia o Scudetto para a Roma e a Champions League para o Hamburgo.
O tempo acertaria as coisas e logo seria vitorioso. Um Scudetto e uma Recopa Europeia, essa decidida com gol dele na final. Também marcaria os dois frente ao Liverpool na Supercopa. Em 84/85 temporada que seria a última do jogador em Turim, terminaria com chave de ouro. A equipe venceria o título da UEFA Champions League, com pênalti sofrido por ele e convertido por Platini. O jogo acabou marcado por um triste episódio que ficaria conhecido como tragédia de Heysel, em que a ação de hooligans resultou na morte de alguns torcedores italianos. Em um gesto nobre, Boniek doou o dinheiro recebido pela premiação da conquista para as vítimas da tragédia.
Apesar de não ter sido tão goleador, tinha bastante velocidade, aplicação, regularidade e uma qualidade técnica marcavam o futebol do jogador. Abria espaços e por vezes assistia para Rossi e Platini definirem. A partir daí iria para a Roma que acabara de perder Falcão que era seu principal jogador.
Pelos Giallorossi seria mais protagonista, marcaria mais gols (23, contra 14 pela Juve) e se mostraria mais versátil, jogando como meia e até como líbero. Por se tratar de uma equipe mais fraca, ganhouapenas a Copa da Itália de 86. Mas ainda assim conseguiu ser marcante para a torcida que dizia após sua aposentadoria que dois poloneses mandavam em Roma: o Papa e Boniek.
Tentou carreira como treinador, passando por alguns clubes na Itália, porém não teve grande sucesso. Entretanto em 2012, Boniek assumiu a presidência da Federação polonesa de futebol e teve atitudes destacadas como lutar pela liberação da pirotecnia nos estádios nacionais.