A paixão e o negócio chamado futebol


O rebaixamento do Internacional é mais uma prova que só camisa não ganha jogo. Não é o primeiro time com status de grande que fará seu torcedor sofrer um ano com as gozações dos rivais, principalmente do seu principal rival. O Grêmio, que não tem muito que se orgulhar pois também já passou pela segunda divisão. E não caberá aqui explicar os motivos do descenso.

Os dois times da capital gaúcha já conquistaram os mais importantes títulos do Brasil, da América e conquistaram o mundo, mas nada apaga o vexame de uma queda para divisão inferior. Claro que não é o fim do mundo, nem o fundo do poço. Clubes de grande expressão do futebol brasileiro passaram por essa experiência, mas nem todos conseguiram realizar de fato um trabalho bem planejado no seu retorno. Outros conseguiram até ser rebaixados mais de uma vez.

Para o torcedor que verá o seu rival na segunda divisão é muita alegria e diversão. Para o outro, cabisbaixo, sobra a grande paixão pelo clube que jamais acabará, mesmo na segunda divisão.

Mas, e o negócio chamado futebol? Será que as grandes empresas privadas, de qualquer ramo de atividade, preferem ver a concorrência em alta ou caindo pelas tabelas?

Para o bem dos clubes, é importante a presença constante dos clubes rivais sempre em alta, competindo, contratando, ganhando títulos.

Quando o Palmeiras e Corinthians, em anos diferentes, foram parar na segunda divisão, ainda era possível realizar alguns clássicos com um ou com outro grande. Afinal de contas, são quatro os clubes no estado de São Paulo que podemos chamar de clássico quando eles se enfrentam.

No caso específico do GRENAL, e como já aconteceu em Minas, o prejuízo é grande quando um não tem o outro. E que jogo do campeonato brasileiro o estádio do Grêmio e do Internacional consegue atrair um maior número de torcedores? No GRENAL.

É o jogo da vida dos dois. É o campeonato deles. Há um apelo para o jogo. Festa, show, promoção. O jogo envolve dinheiro, negócio, paixão, rivalidade. Aumentam os ingressos e o torcedor não reclama. 

Enche o estádio, comparece mesmo. É GRENAL, tchê!

O futebol hoje virou negócio. Mas não há negócio apenas com uma das partes.
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