O Mirassol Futebol Clube e o Esporte Clube Santo André estão de volta à elite do futebol paulista. O Ramalhão volta para a Série A1 depois de ter sido rebaixado em 2011, e bater na trave algumas vezes durante estes últimos anos. Já o Leão havia sofrido a queda em 2013, e agora terá nova chance entre os melhores clubes do estado.
As campanhas de ambos na primeira fase foi bastante
diferente. Enquanto o time de Mirassol fez uma campanha tranquila e sempre
esteve entre os primeiros colocados do torneio, terminando a fase de
classificação na terceira posição com 37 pontos, a equipe do ABC paulista
sofreu com a irregularidade e só conseguiu a classificação na última rodada,
conquistando a oitava colocação, com 29 pontos ganhos em 19 jogos.
Agora, os dois farão a final da Série A2 2016, para tentar
coroar o acesso com um título, que seria como “a cereja do bolo”. A decisão
acontecerá no estádio José Maria de Campos Maia, o Maião, em Mirassol, pelo
fato de que o Leão teve melhor campanha no acumulado das fases anteriores. O
jogo será no horário mais costumeiro entre jogos do segundo nível do estadual,
sábado (07/05) às 19h00min.
É interessante falar um pouco sobre a campanha de cada um
até aqui. Começando pelo que teve a campanha mais tranquila, sem muitos sustos
durante a competição. O Mirassol, do técnico Moisés Egert, ficou entre os
primeiros colocados da competição desde as primeiras rodadas, sempre se
mostrando como um dos favoritos para conseguir o acesso.
Na estreia, o Leão bateu o Atlético Sorocaba, fora de casa,
por 2x0. Nas três rodadas seguintes, oscilou um pouco, obtendo uma vitória (3x1
contra o Rio Branco) e perdendo duas vezes (1x0 para o Velo Clube, e 2x1 para o
Barretos).
Porém, com a vitória na 5ª. Rodada, por 1x0 contra a
Portuguesa, entrou na zona de classificação para a segunda fase, de onde não
saiu mais até a rodada 19. Mantendo a regularidade, a equipe do chamativo
uniforme amarelo terminou a fase inicial na terceira posição, com 37 pontos.
Foram 11 vitórias, 4 empates e 4 derrotas.
Nas quartas de final, enfrentou o União Barbarense, com a
vantagem de poder decidir a classificação em casa. Na primeira partida, em
Santa Bárbara d’Oeste, o Mirassol venceu por 3x2 num grande jogo, e levou a
vantagem pra casa. No embate decisivo, mais uma vitória do Leão da
Araraquarense, dessa vez por 1x0, e a vaga na semifinal garantida.
Era a hora da verdade. O Mirassol enfrentaria a surpresa Batatais,
que tirou o Bragantino nos pênaltis. Novamente, a vantagem de decidir em casa
era do Leão. E, assim como nas quartas, a vitória fora de casa aconteceu, dessa
vez por 1x0, e a decisão em casa ficou mais tranquila. No Maião, nova vitória,
por 2x0. O Mirassol espantou o Fantasma, e conquistou o retorno à elite, com
muitos méritos. Agora, busca o título para coroar esta grande campanha.
Xuxa comemora o acesso: cada vez mais ele grava seu nome na história do Mirassol |
O coletivo é o ponto forte da equipe, que soube compreender
a ideia de jogo do treinador Moisés Egert, e levou o Leão ao acesso. Como
principal destaque da campanha até aqui, eu cito o meia Xuxa, ídolo antigo da
torcida mirassolense, que fez gols importantes, tanto nas quartas quanto nas
semifinais.
Por sua vez, o Santo André sofreu muito, e só conseguiu se
classificar para a segunda fase na última rodada, e contando com a
incompetência de alguns de seus adversários, que tiveram chances para
ultrapassar o Ramalhão, mas acabaram não aproveitando e deixaram que o clube do
ABC chegasse na fase final.
Após um começo empolgante, com três vitórias e um empate nas
quatro primeiras rodadas (4x0 no Rio Branco, 3x1 no Votuporanguense, 2x1 no
Monte Azul e 1x1 com o Batatais), o Santo André começou a capengar.
Nos quatro jogos seguintes, nenhuma vitória. A oscilação
continuou grande até o fim da primeira fase, misturando grandes resultados com
atuações pífias e derrotas inesperadas. Nos dois últimos jogos conquistou uma
vitória sobre o Velo Clube em Rio Claro por 1x0 e empatou com o Paulista, em
casa, por 0x0. A classificação acabou vindo, também porque os concorrentes não
conseguiram os resultados necessários, como o Guarani que acabou perdendo em
casa para o Barretos por 2x0 e ficou de fora.
Mas, quando chegou no mata-mata, a história foi bem
diferente para o Ramalhão. Por ter se classificado em 8º, acabou enfrentando o
time de melhor campanha na primeira fase, que foi seu vizinho e rival São
Caetano. O primeiro jogo aconteceu no Bruno José Daniel, e o Santo André fez
2x1, conseguindo importante vantagem. No confronto decisivo, em São Caetano, o
Ramalhão segurou o 0x0 e eliminou seu maior rival.
Branquinho comemora um de seus gols: ídolo da torcida teve grande importância no acesso |
Na semifinal, enfrentou o Barretos, que fez uma campanha
bastante sólida, e tirou o Taubaté nas quartas. Novamente, o primeiro jogo foi
sob os domínios da equipe do ABC, e o mando de jogo prevaleceu novamente. Uma
ótima vitória por 2x0 e o acesso ficou bem encaminhado. No jogo da volta,
novamente segurou o 0x0 e aproveitou a vantagem que conseguiu na primeira
partida. O acesso estava garantido, e os torcedores ramalhinos poderão voltar a
ver os grandes do estado jogarem em Santo André, cena que se acostumaram a ver
na última década.
Toninho Cecílio conseguiu mais um feito importante para seu
currículo como treinador, e agora quer o título para poder comemorar ainda
mais. O peso da camisa do Santo André ficou evidente demais na fase final da
competição, eliminando duas equipes que fizeram campanhas bem melhores durante
o campeonato. Alguns dos destaques da equipe durante o torneio foram os meias
Guilherme Garré e Branquinho (sim, aquele mesmo!), além do goleiro Zé Carlos e
do versátil Agenor.
O objetivo principal já foi alcançado pelas duas equipes,
que era o retorno à elite, e que nesse ano estava mais difícil pois só dois dos
20 clubes iriam conseguir. Agora, eles disputarão para ver quem levará um
troféu a mais para a galeria. A espera é de um grande jogo, e que é
extremamente difícil apontar um favorito por tudo que as equipes demostraram
até aqui.