Começo de uma temporada em que voltar para a Champions League era uma obsessão, para não dizer obrigação. O time do lado vermelho de Manchester precisava enfim voltar a figurar entre os grandes. A vida pós-Ferguson tinha de começar de verdade e para isso era preciso reforçar a equipe. Van Gaal foi ao mercado e trouxe apostas como Schneiderlin, Darmian e o já consagrado Schweinsteiger, porém, os grandes gastos e expectativas caíram sobre Depay e Martial.
O holandês vinha de uma temporada absurda. Sobrou no campeonato holandês e por isso chegava por um valor considerável. Para muitos, até foi barato por tudo que prometia, mas é inegável que era uma aposta alta. Foram 25 milhões de euros na conta do PSV, bem menos que os 37 que caíram na conta do Monaco pela aquisição do "Novo Henry". Eram duas promessas caras desembarcando em Old Traford, mas por incrível que pareça, só um deles parecia de fato uma aposta, enquanto o outro, era tratado como realidade.
Depay tinha status de certeza. Parecia aquele investimento sem erros. O craque que chega, toma sua posição, escolhe a camisa histórica e aos poucos constrói uma bela caminhada dentro do clube. Já Martial, chegou cercado de desconfiança e até mesmo críticas pelo alto valor. Quem não se lembra da capa do Mirror com a manchete "Que desperdício de dinheiro"?
Desperdício de dinheiro? Até aqui passa longe disso. |
A temporada foi passando e não demorou muito para que, aos poucos, os papéis se invertessem. O jogador que era uma certeza de sucesso acabou indo para o banco, enquanto o outro, marcou em sua estreia e aos poucos se mostrava mais e mais confiante.
As coisas mudaram tanto de panorama que, hoje, Anthony Martial atua justamente onde Memphis Depay parecia ter lugar garantido. Depois de ir muito bem como um nove de maior movimentação, o francês acabou deslocado para a esquerda. Muitos não gostaram, mas já nos tempos de Monaco ele rendia muito bem assim, com Berbatov no comando do ataque, por exemplo. O grande questionamento fica pela falta de um nove, o que abriria o espaço para ele por ali, mas, vindo da esquerda ele parece mais fatal, abrindo espaço, quebrando defesas e, ainda assim, marcando muitos gols.
O holandês perdeu espaço para os pratas da casa do United. A chance de sair existe. |
Enquanto vê o sucesso do companheiro francês, Depay entra em algumas partidas, faz uma boa jogada ou outra, mas passa bem longe de ter se tornado o que parecia já ser. As coisas mudaram tanto que rumores já surgem da saída do camisa 7, e o pior, como moeda de troca.
Todos nós sabemos o quão imprevisível é o futebol, mas em alguns casos acabamos acreditando numa verdade absoluta que ainda não existe. Muitos cravavam que agora sim a camisa 7 do United estaria novamente em boas mãos. O wonderboy da Eredivisie já era para muitos uma realidade, enquanto o tal "Novo Henry" não passava de mais um superestimado. As coisas mudaram. Martial é o artilheiro da temporada dos red devils e com certeza um dos melhores da equipe em 15/16, já Depay não passa de uma opção para o banco. O esporte tem dessas. Bastou uma temporada para que os valores e expectativas se invertessem.