É notório que o 4-1-4-1 de Tite funcionou em 2016. Fato também é que o treinador teve grande mérito no encaixe e funcionamento quase que perfeito daquela equipe. Por conta disso, o técnico tinha a intenção de manter o que vinha dando certo. Porém, um furacão chinês devastou o time alvinegro e Adenor viu seu plantel ser extremamente modificado. Seria hora de sentar e pensar em alternativas.
Pois aí é que está a problemática. Tite pensou. Buscou peças que pudessem encaixar nas lacunas deixadas pelo dinheiro chinês. Mas ainda assim, acabou trazendo jogadores de características diferentes. Seria necessário uma mudança de esquema? Talvez não, mas no mínimo de funcionamento.
Era inimaginável vermos Guilherme voltando e cobrindo tantos espaços de campo quanto Renato Augusto. O ex-camisa 8 corinthiano é de condução, cria de muito atrás. Já o atual camisa 10 é do passe. Corre pouco com a bola no pé e, com espaço, faz a bola correr. Por mais que tenha tido lampejos, ainda se demonstra bem confuso com a nova forma de jogar. Giovanni Augusto já foi algo mais sistemático. O meio ex-Atlético Mineiro tinha semelhanças com Jadson e logo de cara se mostrava bastante suscetível a função. Mesmo assim, era preciso mudar.
Guilherme talvez seja o mais prejudicado com a insistência nas funções do ano passado. |
Os papéis se inverteram. Por mais que tenha qualidade, Giovanni não é o meia do último passe, como era Jadson. Esse passe final é justamente a característica de Guilherme. Ou seja, por mais que o desenho fosse mantido, a ideia de jogo deveria mudar. Agora, a qualidade de passe estava pelo meio do campo e a condução pela lateral. As funções de cada peça precisavam de variação. Mas Tite prefere insistir. Quer retomar aquele estilo de jogo, o que, para muitos torcedores, é impossível e só atrapalha o rendimento do Corinthians.
Na temporada passada, Tite parece ter montado o esquema para se adaptar aos seus jogadores. Já nesta, tenta a todo modo adaptar todos os jogadores ao já "manjado" 4-1-4-1. É preciso variação.
Adenor quer o pivô. Coloca André de costas para o gol para realizar o papel, mas não faz a bola chegar. Elias já não infiltra como antes, Rodriguinho não tem qualidade para ser meia e o lado de campo com Fagner e Marquinhos (ou Giovanni) acaba sobrecarregado.
Tite quer de André o trabalho de pivô, mas a bola pouco chega para o atacante, bastante isolado no meio dos zagueiros. A aproximação não acontece como no ano passado. |
A torcida faz seu "papel". Pede os 11 melhores em campo. Quer que a equipe funcione. Quer, se preciso, mudar totalmente o esquema. Abrir mão de um ponta mais agudo como Lucca e jogar com dois meias abertos. Deixar de lado a ideia do pivô e jogar com Luciano mais móvel. Até Elias perde prestígio com o tempo.
Talvez seja hora de repensar o funcionamento desse Corinthians, que, de maneira nenhuma, pode ser comparado com o de 2015. É hora de dar cara ao Corinthians de 2016 e, mesmo que a fé no esquema atual seja grande, talvez não adiante insistir.