O ano de 2016 começou mal para várias torcidas de clubes importantes do interior paulista. Com a mudança no regulamento, tivemos 18 rebaixados se somarmos as três principais divisões do Campeonato Paulista. A partir de 2017, a Série A1 terá apenas 16 times na disputa, e isso causou várias mudanças com relação aos rebaixamentos e acessos nesse ano de 2016. Por exemplo, da primeira divisão caíram seis equipes, e apenas duas serão promovidas (fase final da Série A2 está em disputa). Se apenas 2 conseguirão o acesso, seis foram rebaixadas para a Série A3, onde ocorre a mesma situação (dois subirão e seis caíram). Na Segunda Divisão (quarto nível estadual), que ainda não começou, apenas dois chegarão ao acesso para a divisão de cima.
Enfim, depois de tentar explicar toda essa confusão, vamos
às histórias das equipes que tiveram um episódio triste marcado em sua
história, o rebaixamento.
Começando pela Série A3, tivemos duas equipes que chamaram
atenção pelo aspecto negativo. O Fernandópolis, que voltava ao terceiro nível
estadual depois de vários anos, fez feio e já voltou para a Série B, contando
inclusive com um W.O. na última rodada, quando não teve equipe para enfrentar o
EC São José . Fez apenas 9 pontos em 19 jogos, tendo 2 vitórias, 3 empates e 14
derrotas. Já o Grêmio Barueri...
Provavelmente, todos aqueles que acompanharam notícias do
futebol brasileiro neste início de ano, viram algo relacionado ao time da
Grande São Paulo. E, com toda certeza, foi algo negativo relacionado a esse
clube. A agremiação, que esteve na Série A do Brasileirão até poucos anos
atrás, passou vergonha na Série A3, acabando o torneio com 19 derrotas em 19
partidas, com apenas 8 gols marcados e incríveis 78 sofridos, com um saldo
negativo de absurdos –70. Assim como o Fernandópolis, acumulou uma derrota por
W.O., quando não entrou em campo na 1ª rodada, quando enfrentaria o Primavera
de Indaiatuba, por não cumprir os prazos de inscrição de jogadores. Dirigentes
do clube foram acusados de tentar subornar os jogadores, oferecendo uma recompensa
financeira para o time perder de pelo menos três gols de diferença para o Rio
Preto, em jogo válido pela 11ª rodada. O dinheiro viria de um apostador
asiático. Segundo os jogadores, a proposta foi rejeitada, mas mesmo assim, o
resultado foi 4x0 para o time de São José do Rio Preto. Além disso, jogadores
se queixaram de não receberem salários, e algumas vezes até de faltar água e
comida na mesa. Com isso, vemos um clube que teve destaque no cenário nacional
recente, ficar abandonado e, ao que tudo indica, fechar as portas em pouco
tempo.
O Grêmio Barueri está completamente abandonado, rumando para um fim melancólico (Imagem: Globoesporte.com) |
Os outros rebaixados na Série A3 foram o Primavera de
Indaiatuba, que ficou na 18ª colocação com 17 pontos, o Guaratinguetá, mais um
clube que teve destaque no cenário nacional nos últimos anos, chegando a ser
semifinalista da Série A1 do Paulistão em 2008, e assim como o Barueri, acabou
perdendo o apoio da prefeitura e de empresários, fazendo o nível da equipe
despencar drasticamente. Nessa Série A3, fizeram apenas 19 pontos, e ficaram na
17ª posição. A Itapirense e o São José foram “prejudicados” pelo regulamento,
pois ficaram em 16º e 15º, respectivamente, e em anos anteriores não seriam
rebaixados. Mas, como houve essa mudança, esses dois clubes também amargaram a
queda para a última divisão. O time de Itapira chegou a subir para a Série A2
em 2013, mas não se manteve, e em 2017 disputará a última divisão estadual. A
Águia do Vale, time tradicionalíssimo e que chegou a ser vice-campeão paulista
em 89, vive dias cada vez mais complicados e no ano que vem tentará se reerguer.
Passando para a Série A2, também temos seis clubes que mancharam
um pouco sua história, colocando um rebaixamento no ano de 2016 no “currículo”.
Times tradicionais e importantes no futebol interiorano,
Marília e Rio Branco amargaram as duas últimas posições. As duas equipes
fizeram apenas 15 pontos em 19 partidas, com três vitórias, seis empates e dez
derrotas cada um. O Marília ficou a frente por ter saldo de gols “menos pior”
que o Rio Branco: -9 contra -11. Outra coincidência que une o MAC e o RBEC são
seus mascotes, já que ambos são representados pelo Tigre. O Marília vem de uma
fase tenebrosa em sua história, já que acumula dois rebaixamentos consecutivos,
sendo o primeiro, com uma das piores campanhas da história do Paulistão. Já o
Tigre de Americana, depois de alguns anos com campanhas irregulares na A2,
voltará a disputar o terceiro nível do campeonato estadual.
Atlético Sorocaba, Independente de Limeira e Monte Azul
também fizeram campanhas bem ruins, e caíram antes ainda da última partida. Fizeram,
respectivamente, 16, 17 e 18 pontos, ficando bem abaixo do que se espera numa
campanha de 19 jogos. Cada um dos três venceu apenas 4 vezes na competição,
diferindo apenas na quantidade de empates para definir a posição de cada um
dentro da zona da degola, e que, convenhamos, não faz diferença absolutamente
nenhuma.
O time de Limeira teve a pior defesa da competição, tendo
sofrido 34 gols e marcado apenas 17. Disputando pela segunda vez seguida a A2,
o Independente não conseguiu se segurar e acabou voltando para a A3. O Atlético
Monte Azul, que chegou a disputar a Série A1 em 2010, e desde 2011 estava na A2,
mas esse ano não conseguiu se manter, apesar de manter a mesma colocação do ano
passado (16ª – caiu esse ano por conta do novo regulamento). Já o Atlético
Sorocaba, que já esteve por alguns anos na Série A1, acabou fazendo uma
campanha pífia e amargou mais uma vez o sabor do rebaixamento. Muito disso,
deve-se ao “abandono” de seus investidores coreanos, que não apoiaram o time
nesse ano, sem injetar dinheiro para a montagem do elenco, e dificultaram muito
as coisas pro Galo Sorocabano.
Paulista e Independente caíram juntos para a A3 (Imagem: Gustavo Amorim) |
O último rebaixado foi o Paulista de Jundiaí. O Galo da
Japi, que teve seu ápice nos anos de 2005 e 2006, quando venceu a Copa do
Brasil e disputou a Libertadores da América, vem se afundando cada vez mais. Em
2014 caiu para a A2, e agora, dois anos depois, acumulou mais um rebaixamento.
O término na 15ª colocação, com 22 pontos, acabou culminando no descenso do
Tricolor Jundiaiense.
Os "substitutos" desses times, ainda não foram definidos por completo, já que os estaduais ainda não chegaram ao fim. E claro, quando tivermos a definição dos participantes das Séries A1, A2 e A3 de 2017, falaremos sobre isso aqui no Modão.