Best Eleven I: Clube Atlético Mineiro


Quando pensamos em "time dos sonhos", quase todo torcedor tem aquela sua geração preferida. aquele esquadrão multi-campeão ou futebol encantador que logo vem a cabeça. Porém, quando pedimos para listar apenas os melhores, montando um time ideal de todos os tempos, as opções não param de surgir e fica dificil decidir os 11 que melhor representaram seu clube do coração. Cada um costuma fazer uma lista, baseada em títulos, identificação ou simplesmente gosto pessoal. Aqui no "Best Eleven" vamos tentar relacionar todos os critérios possíveis, e montar o mais próximo do que seria o 11 inicial dos sonhos para todo torcedor. Para começar, listamos o que para nós seria o grande time do Atlético Mineiro e estamos abertos a questionamentos e uma boa discussão, caso considere que tenha faltado alguém importante. 

(GOL) VICTOR 


Após a passagem pelo Grêmio, chegou ao Atlético em 2012 com status de estrela e com uma missão: acabar com a maldição no gol do time alvinegro. O time vinha capengando para encontrar um goleiro do calibre de Diego Alves - o último grande goleiro de sua história, deixando o clube em meados de 2007 -, e não decepcionou! Victor chegou passando confiança ao torcedor e assegurou de vez a titularidade do gol alvinegro, tendo bastante destaque na campanha do vice-campeonato brasileiro em 2012. O que levou para disputar a Libertadores no ano seguinte (e que ano)! Não há dúvidas que o auge de Victor foi em 2013. Após uma brilhante fase de grupos do time alvinegro, veio a consagração de Victor nas quartas-de-final, após pegar um pênalti nos acréscimos de Riascos (atual jogador do Vasco), classificou sua equipe diante do Tijuana-MEX.

Na semi-final não foi diferente. Após o resultado agregado 2x2, os pênaltis iriam decidir o finalista. E não é que Victor se garantiu? Atlético na final da Libertadores. Após perder o primeiro jogo no Paraguai por 2x0, o Atlético consegue, no fim da partida, igualar o resultado contra o Olímpia. Resultado? Pênaltis. De novo! E era a vez da estrela do goleiro brilhar. Após pegar a primeira batida, Victor vê Gimenez isolar a bola e corre pro abraço. O Atlético era campeão pela primeira vez da Libertadores. Campanha inesquecível para Victor e os torcedores atleticanos, que deram à ele o apelido de Santo: São Victor. Victor voltou a brilhar na Copa do Brasil do ano seguinte, conquistando o título em cima do maior rival na final. Atualmente é uns dos principais jogadores do clube e ídolo máximo da massa atleticana. Afinal, não é qualquer um que desbanca o recordista João Leite aqui na nossa lista, dentre outros nomes de expressão, como Kafunga, Renato, Taffarel e o grande Mazurkiewicz.

(LD) NELINHO 


Uns dos melhores laterais direitos da história do futebol brasileiro, Nelinho conseguiu uma proeza que poucos jogadores conseguiram: ser ídolo nos dois maiores clubes do estado. Após uma passagem brilhante pelo Cruzeiro, Nelinho chegou ao Atlético em 1982 sob desconfiança de alguns torcedores atleticanos, mas logo mostrou a que veio. Dono de um chute potente e preciso, caiu na graças da torcida. Participou, no time que para muitos, o maior time da história do Atlético, fazendo uma dupla e tanto com Éder. Foram 274 jogos, 52 gols e três títulos estaduais com o Galo nos anos 80.

(ZAG) VANTUIR


Bastante identificado com o clube, Vantuir foi formado nas categorias de base do Atlético e fez história por lá. Assumindo a titularidade no campeonato mineiro de 1970, foi uns dos melhores zagueiros do país, inclusive sendo o melhor do campeonato brasileiro de 1971, também conquistando o título com o time alvinegro. Vantuir foi um verdadeiro xerife, raçudo e com um vigor físico impressionante. Começou a conviver com lesões sérias anos depois, até saindo do clube e indo para o Flamengo. Voltou em 75 para o Atlético, conquistando dois campeonatos mineiros e um vice-campeonato brasileiro para o São Paulo, uma das maiores perdas da história do clube. Disputou 507 partidas com a camisa alvinegra.

(ZAG) LUISINHO


Sem dúvidas, o maior zagueiro da história atleticana e um dos maiores do futebol brasileiro. Soberano na década de 80, Luisinho previa os desfechos nos lances, antecipava-se aos atacantes e tomava a bola dos adversários antes mesmo que estes conseguissem dominá-la. Já recém chegado ao Atlético, era um dos melhores zagueiros do país e titular da seleção brasileira durante as eliminatórias para a Copa de 82. Com o sucesso, apesar da também titularidade assegurada para a Copa, nem tudo
foram flores para Luisinho. Abalado, saiu daquele mundial acusado de ter amarelado na desclassificação do Brasil contra a Itália. Porém no Atlético, continuou fazendo história e se tornando cada vez mais ídolo da torcida. Antes de ser vendido para o Sporting em 89, Luisinho ainda foi destaque na campanha atleticana no brasileirão 87, caindo na semifinal para o Flamengo de Zico, Bebeto, Renato e cia; o que lhe rendeu mais um prêmio de melhor zagueiro da competição. Foram 537 jogos pelo Atlético e um lugar marcado no coração de seus torcedores.

(LE) CINCUNEGUI


Uns dos maiores estrangeiros a passarem pelo clube, o uruguaio estreou pelo Atlético em 1968. Dono de uma raça incrível, Cincunegui chegou e logo caiu nas graças do torcedor. Já renomado e experiente, campeão sul-americano com a seleção uruguaia em 64 e convocado para a Copa do Mundo de 66, disputada na Inglaterra, veio para fazer história no clube. Chegou esbanjando categoria e vontade no clássico mineiro, onde é lembrado por neutralizar Natal, uns dos craques do Cruzeiro na
época. Mais tarde, com a chegaga de Telê Santana ao comando do clube, virou peça fundamental no esquema. Com o técnico, já veio o primeiro título do jogador: o campeonato mineiro. Um ano depois veio a consagração, o Atlético era campeão brasileiro e fazia história. Cincunegui virou ídolo da massa, vindo a atuar em 164 partidas pelo clube.

(VOL) OLDAIR


Raçudo, técnico, polivalente e um líder em campo - esse era Oldair. Chegou ao Galo em 1968, vivendo bons e maus momentos com o técnico Yustrich, mas seu auge foi com a chegada do treinador Telê Santana. Um jogador que todo ténico gosta, daqueles que você troca a sua posição, porém não perde qualidade. Oldair jogou bastante tempo de Lateral-esquerdo, depois foi jogador no meio-campo, à frente a defesa. Seu estilo de jogo era durão, competivo e líder. Querido pela torcida, foi considerado o melhor jogador do campeonato mineiro de 1970, levantando a taça que o clube não via há 7 anos e quebrando uma hegemonia de 5 anos do rival.

No ano seguinte, foi campeão brasileiro após liderar o triangular decisivo envolvendo Botafogo e São Paulo. Muitos falam que Dadá fez o gol do título em cima do Botafogo naquele ano (de certa forma, sim, pois o 0x0 que dava o título pro time mineiro não era um resultado seguro), mas também pode se dizer que Oldair fez o mais importante.

Na partida anterior ao Botafogo, o São Paulo visitou o Atlético no Mineirão e fez uma partida bastante disputada, mas aí que brilhou a estrela do meio-campista que, aos 30 minutos do segundo
tempo, bateu uma falta no ângulo esquerdo de Sergio e fez 1x0 para o Atlético, dando a vantagem do empate na partida contra o clube carioca. Ídolo eterno da torcida, disputou 282 partidas com a camisa alvinegra e marcou 61 gols.

(VOL) TONINHO CEREZO


Uns dos maiores volantes da história do futebol brasileiro, Cerezo começou nas categorias de base do Atlético até se profissionalizar em 1974. Por lá, já foi logo se destacando e mantendo a titularidade no clube por uma década. Nesse tempo, foi campeão mineiro de 76 e uns dos principais jogadores daquele campeonato, que teve suma importância, pois quebrou uma hegemonia do rival Cruzeiro de 4 anos. Depois ainda conquistou o hexacampeonato estadual e dois vices brasileiros (77 e 80). 
Transmitindo bastante segurança para os companheiros, foi um símbolo de uma época de ouro do Atlético naquele tempo. Chegou a ser premiado por duas vezes como o melhor jogador do brasileirão nos respectivos vice-campeonatos. Com o seu sucesso no Atlético, não deu outra, foi convocado para a seleção brasileira e conseguiu uma vaga para a Copa de 78, disputada na Argentina. Após uma Copa razoável, teve um mau momento com o técnico Coutinho em 79. Com a chegada de Telê Santana à seleção, voltou a encontrar aquele futebol vistoso que todos estavam acostumados a ver e foi o melhor jogador do mundialito de 81, após arrebentar com os alemães na final.Com isso, foi convocado para a Copa de 82 e formando uns dos maiores meios-de-campo da história do futebol ao lado de Zico, Sócrates e Falcão. 

Cerezo saiu do Atlético em 83 para fazer história em clubes como Roma, Sampdoria e São Paulo. No Galo foram 400 jogos e 53 gols marcados.

(PD) PAULO ISIDORO


Ágil e habilidoso, Paulo Isidoro fez história no Atlético. Motorzinho no meio campo, foi uns dos principais jogadores atleticanos na metade da década de 70, fazendo uma excelente dupla com Reinaldo. Conquistou três campeonatos mineiros nesse tempo e um vice-campeonato brasileiro em 77, onde ficou marcado pela escolha do técnico Barbatana que, já sem Reinaldo para a decisão, decidiu não escalar Isidoro junto com Marcelo Oliveira (esses que disputavam acirradamente a mesma posição). 

Paulo Isidoro, o melhor meia avançado daquela competição, entrou no segundo tempo mas pouco fez. O atlético perdia em casa o título para o São Paulo. Já vestindo a amarelinha com frequência, Tiziu, como era conhecido pelos companheiros de grupo na época, acertou sua ida para o Grêmio em 80 e disputou a Copa do Mundo em 82.

Voltou ao Atlético em 85, conquistando dois campeonatos mineiros pelo clube e saindo, definitivamente, em 87. Pelo Atlético, foram 399 jogos e 98 gols marcados.

(MEI) RONALDINHO


Junto com Victor, foi o ponto alto da reformulação do Atlético nesta década. Após passagens sem brilho por Milan e Flamengo, o Galo decidiu apostar no jogador, que vinha sendo motivo de desconfiança para os torcedores de todos os clubes brasileiros - a prova disso foi o baixo salário do acordo na época, cerca de R$ 150 mil mensais. Duas vezes melhor do mundo e ídolo do Barcelona, era dado a Ronaldinho uma missão nada fácil: dar ao Atlético um título de expressão internacional. Chegou em 2012 e já foi destaque do time no vice-campeonato brasileiro perdido para o Fluminense. Com essa posição, se classificou para a Libertadores do ano seguinte. 

Em 2013 encantou o torcedor atleticano com sua técnica, disposição em campo e suas brilhantes assistências para os companheiros de ataque, principalmente Jô, com o qual se entendia muito bem. Com um time bastante maduro e consistente, Ronaldinho teve liberdade para ditar o ritmo no meio-campo e proporcionar magia aos torcedores no Horto. Conseguiu um feito inédito que jogadores do calibre de Reinaldo, Eder, Cerezo e cia. não conseguiram, ganhar uma Libertadores com o clube! 
Com sua carisma e seu status, não conquistou apenas a torcida atleticana. Ronaldinho era destaque em todos os países por onde passava com a delegação do Galo. Atraía torcedores de todos os cantos e sempre com a marca do clube estampada. Podemos dizer que um craque faz muita diferença em um time, porém um craque como Ronaldinho faz muita diferençaem um clube. Após o fiasco do Atlético no Mundial de Clubes, já percebia que não havia mais aquela alegria contagiante e vontade de jogar bola nele. Foi, então, que chegara ao fim sua era, em 2014, após o título da Recopa Sul-americana. Deixou imensa saudades quando saiu. Pelo Atlético, foram 88 partidas e 28 gols marcados. 

Mais do que números, Ronaldinho foi essencial para a crescente do clube nos últimos anos: um novo Atlético, um Atlético que disputa títulos, seja a competição que entrar!

(PE) ÉDER


Torcedor atleticano desde criança, Éder começou sua carreira no América-MG e foi transferido para o Grêmio. Insatisfeito por lá, veio para o Atlético numa negociação envolvendo Paulo Isidoro. Troca boa para os dois lados. Atingiu o seu auge na carreira vestindo as cores alvinegras e se tornando uns dos maiores pontas do Brasil. 

Com um chute forte como um canhão, foi o jogador com o maior número de convocações para a seleção Brasileira enquanto dirigida por Telê Santana. Titularíssimo, foi convocado para a Copa de 82 e encantou a todos com seu futebol, sendo até apelidado de Exocet, nome do míssil que causou enorme destruição na Guerra das Malvinas, mas acabou sucumbindo junto com toda a equipe diante da Itália. De volta ao Atlético, continuou fazendo história. Foi o terceiro melhor jogador das Américas em 1983, segundo o jornal El País do Uruguai, e chegando às semifinais do brasileirão daquele ano, caindo para o Santos. 

Já no ano seguinte, fez novamente uma brilhante temporada, sendo escolhido mais uma vez pelo El País como uns dos melhores da América (10º). Dono de um temperamento forte, Éder também ficou marcado por ser um pouco indisciplinado, perdendo a cabeça e sendo expulso em vários jogos. Por esse motivo, ficou de fora da Copa de 86, onde era certa sua titularidade, mas após dar um soco
no lateral peruano Castro em um amistoso, foi expulso pelo árbitro Arnaldo Cezar Coelho. 
Saiu do Atlético em 86 deixando saudades nos torcedores atleticanos.

Voltou ao clube em outras duas oportunidades, mas essas sem o brilho de outrora. Foram 368 jogos com a camisa alvinegra e 122 gols marcados.

(ATA) REINALDO



Sem qualquer pingo de dúvidas, "Rei", como era conhecido Reinaldo, foi o maior jogador da história do clube. Revelado no próprio Atlético, estreou como profissional no ano de 1973, ainda adolescente. Após o belo início de carreira, logo foi caindo nas graças da torcida. Em 75, foi convocado pelo técnico Osvaldo Brandão para disputar a Copa América, mas a seleção acabou caindo nas semifinais para a boa seleção do Peru, do craque Cubillas. Já no Atlético, vivia sua melhor fase da carreira. Foi vice-campeão brasileiro em 77 em casa, mas acabou sendo artilheiro da competição e estabelecendo um recorde que dura até hoje: tornou-se o artilheiro com melhor média de gols em um único Campeonato Brasileiro (28 gols em 18 partidas, incríveis 1,55 por jogo!). 

Infelizmente, a carreira de Reinaldo é marcada também pelo excesso de lesões. Poderia ter sido muito maior do que foi (imagina, hein?!) se não fosse as inúmeras pancadas sofridas pelos defensores adversários, devido a sua extrema habilidade e técnica. Após algumas cirurgias, voltou a ter grande destaque no brasileirão de 80. Levou o time para a final daquele ano e, mesmo bichado nas finais, ainda sim foi soberano contra o Flamengo de Zico e cia. Tinha tudo para ser o grande personagem daquele título, marcando 3 gols nos dois jogos da decisão, mas o destino não quis assim. Injustamente, Rei foi expulso no Maracanã, Reinaldo viu, mais uma vez, seu time perder uma final de brasileirão (em 77 não jogou a final). 

Rápido, driblador e matador dentro da área, com o passar do tempo, Reinaldo foi perdendo um pouco dos seus atributos, se aliando ainda mais às suas contusões. Foi descartado pelo técnico Telê Santana a ir à Copa de 82. Teve ainda mais dois excelentes anos pelo clube, um desses sendo semi-finalista do brasileirão em 83. Era o fim da "Era Rei"; as lesões acabaram encurtando a carreira de uns dos maiores 9 da história do futebol. Dos seus 475 jogos pelo time alvinegro, deixou marcas que até hoje não foram superadas, como: maior artilheiro do Mineirão (157), maior artilheiro da história do Atlético (255 gols) e o maior artilheiro do clássico mineiro (16).

(TÉC) TELÊ SANTANA



Um dos maiores treinadores do país, Telê Santana foi o grande treinador da história do Atlético. Com seus métodos diferenciados e sua inteligência, deu uma cara diferente a equipe atleticana no início da década de 70. Comandou o Atlético em 434 oportunidades, somadas nas três passagens que teve pelo clube entre 1970 e 1988. Conquistou o título estadual nesses dois anos, mais o Campeonato Nacional de Clubes de 1971. 

No dia 3 de setembro de 2008, a ADEMG (Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais) inaugurou no hall do estádio Mineirão um busto em homenagem ao ex-treinador do Atlético e Seleção Brasileira.
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E aí, discorda de algum nome?


RESERVAS: João Leite (G), Humberto Monteiro (LD), Leonardo Silva (Z), Zé do Monte (V), Diego Tardelli (MA) Mário de Castro (A), Dario (A).
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