Passado o período mais turbulento e movimentado da janela, é possível finalmente começar a esboçar o que deve ser o Corinthians de 2016. Com as inúmeras perdas para a China e Europa, Tite e os dirigentes do timão foram atrás de peças de reposição pontuais e sem grandes gastos. Chegaram André, Giovanni Augusto, Guilherme, Marlone, Willians e Balbuena deve ser anunciado em breve.
Desses, o único com status de solução talvez seja Guilherme, mas as recorrentes lesões o colocam como mais uma das apostas, junto dos demais reforços. Com o plantel praticamente fechado, Tite já sabe mais ou menos o que pretende fazer, mas tudo vai se dar pelo encaixe. Caso a tal "química" não ocorra, o time não funcione e as coisas não andem como esperado, a mudança de esquema ou de peças não deve ser descartada, e os jogadores permitem isso. Vários dos atletas executam mais de uma função, e devem ser peças móveis no tabuleiro de Adenor. Ele vai movê-los, até encontrar a melhor posição.
Vamos então ao que tende a ser o esquema óbvio do Corinthians. O 4-1-4-1 que fez sucesso na temporada passada é ainda a bola de vez para Tite. Sem as importantes engrenagens do último ano, o treinador vai tentar encaixar os reforços no mesmo desenho, com o dever de executar a mesma função, e possivelmente vir a ter a evolução técnica que os jogadores tiveram em 2015.
A intenção é mudar pouco:
Em tese, Guilherme e Giovanni Augusto chegam para executar a mesma função de Renato Augusto e Jadson respectivamente. Porém, estamos falando da teoria, baseado apenas nas características que Tite viu em ambos. Ou seja, existe a chance da não-adaptação, o que provavelmente resulte em uma troca de esquema. Mas, vamos partir do pressuposto que ambos se adaptaram e a imagem acima represente a disposição tática corinthiana para a temporada. O que mudaria?
Com Bruno Henrique e Guilherme, as necessidades defensivas de Elias devem aumentar. Se o volante é um acréscimo técnico muito interessante na saída de jogo, perde em marcação quando comparado a Ralf. Já o novo camisa 10, tem - em tese - menos mobilidade e capacidade física que Renato Augusto, tendo características bem mais ofensivas, ajudando menos na reposição. Com ele um pouco mais a frente, o esquema pode parecer por vezes um 4-2-3-1, com Elias quase ao lado do primeiro volante.
Por tudo isso, não deve ser surpresa nenhuma vermos Williams ganhando a posição do camisa 25. Tite gosta do cão de guarda, e o ex-cruzeirense é muito mais esse jogador do que o seu companheiro de posição. Além dessa provável mudança, outro que pode sair do time é Lucca, que não vem agradando e vê Marlone, recém chegado, querendo espaço.
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Outra possibilidade abordada por Tite é a de que Guilherme possa ser um falso 9. Com a contratação de André a chance de isso ocorrer diminui, porém, não é descartável, principalmente se o ex-Sport não corresponder. Com essa mudança, Rodriguinho talvez tivesse espaço no meio de campo, por onde vem sendo titular nesse inicio de temporada. O meia parece cada vez mais adaptado a função e já foi até elogiado pelo treinador, que ainda brincou dizendo que o espaço para Guilherme estava ficando complicado.
Com Rodriguinho ao lado de Elias e Willians na proteção da zaga, o camisa 7 corinthiano voltaria a ter a liberdade que tanto gosta. Sua participação ofensiva tenderia a ser maior do que na primeira formação, chegando como elemento surpresa em diversas oportunidades, com Rodriguinho guardando a posição.
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Saindo do 4-1-4-1
Abrindo um pouco mais o leque de opções, Tite pode optar por deixar de lado a formação de 2015. Uma espécie de 4-3-3 pode ser montada, com um volante mais marcador e dois que tem qualidade para sair para o jogo. Willians ficaria com o "trabalho" sujo, enquanto Bruno Henrique e Elias revezariam nas chegadas ao ataque.
Mais a frente, Guilherme e Giovanni Augusto, dois jogadores que tem na criação a principal característica, jogariam pelos lados, mas com liberdade para cair pelo meio e aproximar do pivô André. Com essa disposição, a participação ofensiva dos laterais seria imprescindível, e a presença dos três volantes possibilitaria uma cobertura de qualidade, mantendo o sistema defensivo sólido, coisa que Adenor sempre preza.
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Analisando previamente, tudo, ou quase tudo, parece passar por Guilherme. O novo camisa 10 é peça chave desse novo Corinthians, que precisa o encaixar da melhor forma possível para formar um conjunto tão competitivo quanto o do ano passado.
A adaptação de Guilherme é ponto importantíssimo para podermos imaginar o Corinthians de 2016. |
Além de todas as alternativas citadas, Tite conta com a possibilidade de ter Luciano em breve. O camisa 18 pode ser útil tanto no comando de ataque, quanto pelos lados, onde Malcom deixou uma lacuna. André também é peça fundamental da nova versão do 4-1-4-1. Tão móvel quanto Love, o novo camisa 9 ainda tem tamanho e pode fazer o pivô, coisa que Tite sempre gostou e mostrou vontade de ter em seu time.
Por mais que as saídas façam uma enorme falta, o Corinthians já tem material humano suficiente para ser competitivo, e se bem conhecemos Adenor Bachi, as chances do coletivo favorecerem as individualidades são grandes.