Um dos destaques do jovem time do Borussia Monchengladbach, Raffael vem ganhando cada vez mais notoriedade perante os brasileiros que antes não o conheciam pelo fato de não ter jogado muito na sua terra natal. Com gols e (muitas) assistências, o brasileiro vem conquistando cada vez mais a exigente torcida do clube alemão. Conversamos um pouco com o meia-atacante. Ele nos falou do quão importante foi seu início de carreira na Suíça, e até se pensa em voltar para o Brasil no fim de seu contrato!
Confira a entrevista na íntegra:
1. Seu pai também foi jogador de futebol quando mais jovem, atuava como lateral. Desde que se entende por gente já queria seguir os passos de seu pai e se tornar um atleta, ou sua paixão pela profissão surgiu com o tempo?
Sem dúvida, quando eu
entendi o que era ser jogador de futebol e vi que meu pai era um, isso me
despertou um desejo muito forte. E desta forma, foi a primeira coisa que eu
pensei em ser quando crescesse.
2. Você começou a sua
trajetória no futsal, acha que ter essa raiz te ajuda muito dentro do campo? O
futsal realmente traz uma percepção melhor da qual pode aproveitar pra usar
no campo? O que por exemplo?
Acho que eu ter começado o
futebol pelo futsal me deu uma vantagem. Eu vejo dessa maneira porque foi no
futsal que eu comecei a ter o primeiro contato com a bola. Inclusive alguns
gols que eu fiz dentro de campo, como profissional, foi por causa do futsal.
Meus amigos até costumam falar que alguns dos meus gols são gols de futsal.
3. Por incrível que pareça,
você foi se profissionalizar na Suíça, caso bastante inusitado. Como sua
carreira profissional foi parar lá e não se iniciou no Brasil?
Na verdade eu me
profissionalizei no Juventus de São Paulo. Só que logo depois de um mês como
profissional, eu fui pra Suíça. Sendo assim, eu poderia dizer que a minha
carreira profissional começou na Suíça mesmo, pelo Chiasso.
4. Logo após se destacar nas
divisões anteriores com muitos gols, foi defender um grande do país suíço, o Zurich. Levou o clube a grandes títulos e vitórias memoráveis contra rivais
históricos, o que o F.C Zurich representa na sua vida e sua carreira?
Acho que representa uma
parte considerável da minha carreira. Eu acho que foi depois do meu desempenho
no Zurich que eu parti para desafios maiores. Até porque foi pelo Zurich que
eu tive a felicidade de ser campeão na Europa, que foi algo que nunca tinha
acontecido comigo e que me marcou. E também pude ajudar o clube que estava há
muito tempo sem ganhar um título.
5. Após sua ida pra Alemanha,
já havia uma grande expectativa pelo seu futebol, pois já era notícia
suas grandes temporadas na Suíça. Depois de um primeiro ano excelente, veio uma
queda inesperada com o Hertha Berlim pra segunda divisão. Como lidou com o
descenso? Qual foi a reação da torcida com você que era ídolo, diante de tal
desastre?
Posso dizer que foi o pior
momento da minha carreira. A queda com uma equipe como o Hertha foi horrível
para nós, para o clube como um todo e para a cidade, que é a capital da
Alemanha. Mas, eu entendi como uma coisa que faz parte do futebol. O
interessante é que logo no ano seguinte nós conseguimos o acesso rápido e assim
voltamos para a elite do futebol alemão.
6. Dizem que jogar em países
como Ucrânia e Russia é uma tarefa difícil. Você jogou no Dínamo de Kiev por um
curto período, não completando nem 10 partidas pelo clube ucraniano. Na sua
visão, qual foi o fator preponderante pra que sua ida pra Ucrânia não fosse tão
bem sucedida quanto suas outras passagens?
Acredito que quando
acontece uma mudança de clube e principalmente de país, é necessário um tempo
para se adaptar. Além do mais, quando eu cheguei na Ucrânia o time já tinha
feito a pré-temporada. Mais na frente, quando eu comecei a realmente me adaptar
e passei a jogar com regularidade, terminei me machucando (fiquei um mês fora),
coisa que dificilmente aconteceu na minha carreira. Por tudo isso, infelizmente
a minha passagem por lá não foi das melhores.
7. Você possui um irmão, (Ronny) com o qual inclusive já dividiu vestiário no Hertha. Qual é a
vantagem de ter um irmão que também é jogador? Na pelada da família, deixam
vocês jogarem no mesmo time?
Desde pequeno a gente tinha
esse desejo de ser jogador de futebol. Então, chegar ao ponto de jogar junto
com meu irmão foi maravilhoso. Uma realização de um sonho! Quanto a pelada,
quando a gente jogava, nós montávamos sempre o meu time contra o dele, se fosse
diferente a gente não achava tão divertido.
8. Sua ida pro seu atual clube,
o Borussia Monchengladbach, foi uma decisão super acertada, hoje se encontra em
um clube estruturado e que tem um plantel bastante eficiente. Te propicia a
jogar com o melhor que tem. Porém, quando encerrar o contrato com o time
alemão, planeja vir ao Brasil para jogar em algum dos nossos clubes? Se sim,
quais são suas preferências?
Sempre fui muito feliz aqui
na Alemanha. Todos esses anos aqui foram muito positivos. Meu contrato termina
daqui 1 ano e meio e o clube já manifestou interesse em renovar. Mas, eu estou
tranquilo, não tenho pressa. O meu desejo é ficar aqui porque eu gosto muito do
clube e do país, e a minha família também está contente em viver aqui. Voltar
para o Brasil agora não está nos meus planos.
9. Sua função crua sempre foi
jogar como um meia - atacante. Porém durante sua carreira, se percebe que tem
uma facilidade pra fazer gols. Em algumas ocasiões, já jogou como atacante pelo
seu atual clube. Afinal, em que posição específica se sente mais a vontade pra
jogar?
Minha posição de origem é
meia-atacante. Com o passar do tempo na Europa eu terminei jogando como segundo
atacante. Isso depende também da maneira como o clube joga. O treinador me dá
liberdade para jogar de forma livre dentro de campo. Posso atacar, ajudar com
passes ou assistências e sempre que possível ajudar na marcação. É uma posição
que estou bem adaptado.
10. Diante de uma carreira tão
boa, já deve ter lhe passado pela cabeça uma vaga na seleção brasileira. Na sua
opinião, porque acha que ela não veio? No decorrer da carreira, já cogitou
defender as cores de outra nação?
Acho que uma chance na seleção
brasileira não veio ainda porque a concorrência é muito grande. Tem muitos bons
jogadores brasileiros na minha posição. Eu nunca pensei em jogar por outra
nação. Nunca foi o meu real desejo.
11. Nós do 4-3-3 desejamos toda a sorte do mundo! Tem algo a dizer para os fãs brasileiros, ou algo sobre o que gostaria de falar?