Quanto vai custar a incompetência?


Em qualquer situação da vida, acomodar-se não é bom. Se você está indo muito bem em algo, deve seguir firme, trabalhando sem achar que atingiu o máximo e que vá ficar tranquilo por muito tempo. No futebol, deve-se pensar da mesma maneira. Se um bom trabalho está sendo feito, a única maneira de seguir bem, é continuar trabalhando.

Quando um time é bi-campeão brasileiro com a facilidade que o Cruzeiro foi, obviamente o trabalho está sendo feita de maneira diferenciada e muito mais eficiente do que os rivais. Um trabalho diferente do que costumamos ver no bagunçado futebol daqui. Continuidade para o treinador, reforços pontuais depois de ter o time consolidado e um elenco numeroso, sem perder em qualidade. Uma fórmula simples mas raramente vista aqui foi o suficiente para que uma "supremacia azul" acontecesse. Conquistado o segundo campeonato nacional, claramente o objetivo era dar o passo a frente, buscar a tão sonhada competição continental, mas a continuidade e manutenção de outrora não existiam mais. Verdade seja dita que segurar os grandes destaques do bi era quase impossível, mas repor era obrigação.

Você pode questionar a dificuldade de achar reposições a altura, ou baratas. Mas o dinheiro estava no clube, faltou visão. Se não teríamos o nível mantido, mantivesse a quantidade. O elenco que antes contava com duas ou três boas peças por função, agora dependia demais de garotos ou jogadores que notavelmente não tinham o nível para tal.

Foi Marcelo Oliveira que pagou o pato. De maneira absurda a demissão do treinador foi como um atestado da incompetência da diretoria celeste. Quando logo em seguida a mesma anuncia o ultrapassado Vanderlei Luxemburgo, era praticamente certo que o ano acabava ali. "Ficar longe da confusão" seria o objetivo para quem no fim da temporada anterior sonhava com a Libertadores.

Dito e feito. O "pofexô" obviamente não conseguiu tirar muito mais do fraco elenco celeste. Que poderia até render mais, é verdade, mas nada de espetacular podia ser feito. Garotos tendo de chamar a responsabilidade, torcida pressionando, totalmente o oposto do que havia sido presenciado nos dois últimos anos.

Todo um projeto prejudicado por escolhas erradas da própria diretoria. Um profissional de excelente nível como Marcelo Oliveira, pagando pelo pato. Não dá para generalizar, mas o futebol brasileiro em sua maioria se resolve assim. O técnico paga pelo erro de muitos outros.

Que não valeu a pena demitir o técnico, todos já sabem. Mas será que o prejuízo vai ser tão grande a ponto de tirar o Cruzeiro do seleto grupo de times que não caíram? Talvez. Para aqueles que apoiaram e decidiram demitir Marcelo, injusto não seria.
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