Hoje relembramos uma das finais mais icônicas da história do
campeonato paulista. Na realidade, este campeonato inteiro é marcado pelo forte
domínio dos times do interior. Os artilheiros, todos de times de fora da
capital. Os finalistas, Novorizontino e Bragantino, comandados por Nelsinho
Baptista e Wanderlei Luxemburgo (sim, na época, ainda era com W).
Na primeira fase, dois grupos de 12 times, aonde se
classificavam os sete primeiros do grupo 1, e os 5 primeiros do grupos 2. Os
que não se classificaram, iriam para a repescagem. Da repescagem saíram
Botafogo de Ribeirão Preto (eliminando o SPFC, e assim, teoricamente,
rebaixando o tricolor paulista), e Guarani.
Na terceira fase, Bragantino foi soberano no grupo onde
estavam os gigantes, Corinthians e Santos. Enquanto o Novorizontino eliminou
dentre outros times, o poderoso Palmeiras. Sendo assim, tivemos a primeira
final “caipira”.
No primeiro jogo, na cidade de Novo Horizonte, empate em um
a um, com gols de Édson para o time da casa, e Gil Baiano para os visitantes.
Na segunda parte da decisão, a torcida do massa bruta lotou
o estádio Marcelo Stefani, para soltar o grito de campeão. No tempo normal,
mais um empate em um a um, e o fortíssimo time do Bragantino segurou, na
prorrogação, o empate em 0x0, sagrando-se o grande campeão daquele ano.
O Bragantino campeão de 1990 |
O time campeão tinha em seu plantel: Mauro Silva (tetra
campeão em 1994) e Robert (que teve boa passagem pelo Santos). O Novorizontino
tinha dois jogadores que também estavam no título da seleção em 1994: Paulo
Sérgio e Márcio Santos. Além deles, Luis Carlos Goiano, Gil Baiano, Marcelo
(ex-técnico do Santos), integravam as equipes que fizeram história chegando na
final.
Nos dias atuais, o Bragantino disputa a primeira divisão do
estadual, e a segunda divisão do nacional. Enquanto o Novorizontino se mantém
licenciado de competições profissionais, desde 1999. Mas, a cidade de Novo
Horizonte, tem motivo para comemorar, já que um novo time, o Grêmio
Novorizontino, colocou a cidade novamente na elite do estadual. Este novo time,
apesar de ter um escudo parecido, e as mesmas cores, em nada tem a ver com o
antigo Grêmio Esportivo Novorizontino.
E, o domínio do interior foi tão grande neste ano, que os
três artilheiros deste ano saíram de times “caipiras”. Volnei (Ferroviária),
Alberto (Ituano) e Rubem (Guarani), foram os maiores marcadores, anotando 12
gols cada.
O grande time do vice-campeão Novorizontino |
Outra peculiaridade deste torneio é o polêmico, e até hoje
não explicado rebaixamento do São Paulo Futebol Clube. O time da capital, não
conseguiu, a sua classificação para a segunda fase da competição, sendo
eliminado pelo Botafogo de Ribeirão Preto na repescagem. O que seria
caracterizado como um rebaixamento da equipe para o ano seguinte. Porém, em
1991 o Tricolor disputou a elite do Paulistão novamente (inclusive foi
campeão), então o “rebaixamento” acabou não acontecendo de fato.