Após uma temporada de sufoco e salvação na última rodada, o
presidente Paulo Nobre viu que era hora de mudar tudo e recolocar o Palmeiras
no seu lugar. Para isso, buscou Alexandre Mattos, melhorou o plano de sócios e
acima de tudo, montou um elenco qualificado e numeroso. Receita ideal para um
campeonato como o Brasileirão.
O planejamento se mostrava bem feito desde o início da
temporada. Fora de campo a equipe ficava cada vez mais forte, grandes arrecadações, cada vez mais sócios, jogadores chegando, patrocínios e bons públicos. Mas dentro das quatro linhas, o time se mantinha extremamente oscilante. Vencia bem grandes
partidas e tropeçava em outras não tão difíceis. Chegou a final do estadual
quebrando tabus contra o rival Corinthians, mas acabou ficando com o vice na
Vila Belmiro. Mesmo assim, o título não era imprescindível, o projeto era para
longo prazo. Mesmo assim, seguiu cercado de desconfiança e demorava a tomar
forma como “time”. Meses de trabalho não serviam e o time de Oswaldo parecia
desentrosado. Isso lhe custou o cargo.
Para seu lugar, chegou Marcelo Oliveira, conhecido de Mattos
e bicampeão brasileiro com o mesmo no Cruzeiro.
Alguns insistiam que o treinador se aproveitou de um bom time no Cruzeiro
e questionavam suas qualidades, muito pelo rendimento em mata-mata e em
clássicos, porém, até aqui ele vem se provando.
Em poucas semanas de trabalho, o Palmeiras já tem a cara de
Marcelo. Mesmo sem trocar várias peças no 11 inicial, o time parece outro.
Intensidade, trabalho de bola, chances
criadas e jogadores rendendo mais. O peso do técnico é notável.
A torcida e o elenco não devem empolgar demais, faltam
muitas rodadas, mas isso também é de se animar. O time deve ir se encaixando
ainda mais no decorrer da competição, e tem tempo de sobra para chegar nas
primeiras colocações.
O alviverde está crescendo na hora certa, e depois de alguns
anos em que parecia impotente e pouco incomodava os rivais, pode estar voltando
a se tornar aquele Palmeiras do hino. Imponente.