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Clássico, o que seria algo clássico?
Um clássico nos remete ao passado e ao apelo popular, os clássicos marcam uma época, identificam uma geração.
E quando se trata de futebol, um clássico é o embate entre times rivais com inúmeras histórias, de grandes jogos para contar. E não há definição melhor pra um Vasco x Flamengo, é um clássico puro, com todas as letras e é para falar de boca cheia, um CLÁSSICO.
Se a maioria dos torcedores e amantes de futebol tem mil e um motivos pra não gostar de Eurico Miranda, agora enfim temos um ponto a favor pra pesar na balança desequilibrada do cartola. O coroa conseguiu incendiar a maior rivalidade do Rio de Janeiro novamente, foram inúmeras declarações provocativas em direção da torcida e do clube, antes e depois do jogo:
“Meu rival é o Flamengo é guerra esportiva, matar ou morrer, não pode perder”
“Flamengo e Vasco é um campeonato à parte”
“O respeito voltou”
A última caracteriza muito bem o sentimento cruzmaltino diante de tantas decepções nos últimos anos. O clube que nunca fora rebaixado, acabou duas vezes entre os quatro últimos da série A e obrigado por demérito próprio a jogar a segundona. Foi motivo de chacota regional até dos times pequenos e enquanto via sua honra ir para o ralo assistiu a um Flamengo campeão da Copa do Brasil e seguidas vezes do estadual e viu um Fluminense campeão brasileiro. Não ganha o carioca desde o saudoso ano de 2003, há 12 anos atrás. Era muita decepção pra uma torcida tão imensa e orgulhosa.
A frase marcante de Eurico, caracteriza exatamente o que a torcida do Vasco voltou a sentir, RESPEITO. Respeito que veio naquele gol do Gilberto, respeito que veio nas defesas do Martin Silva, na caneta do Bernardo, em mais uma bola tirada da área de cabeça pelo Rodrigo.
No último domingo a torcida vascaína viveu mais do que só um jogo, foi a volta do orgulho próprio e daquela sensação única de vencer o maior rival em um jogo decisivo com o estádio lotado, a torcida encheu os pulmões, como a muito tempo não fazia e gritou “E-LIMINADO!” para a parte preta e vermelha presente, que cabisbaixa apenas olhava aquela festa com um misto de surpresa e desconfiança estampado no rosto.
Beneficiados? Ajudados pelo juiz? Alguém liga? Alguém ligou ano passado?
Não.
Pelo contrário, vascaínos em sua maioria até apreciaram o fato de ver o flamenguista sentindo o que ele sentiu durante muitos e muitos jogos, afinal, aquele “Roubado é mais gostoso” ainda ecoa na mente de qualquer cruzmaltino fanático e não se pode lhes tirar o direito da felicidade, de apreciar a redenção.
Essa será uma semana feliz em São Januário, dizem por ai que o Vasco já venceu um campeonato, agora vem mais um, contra o Botafogo, porém pelo visto até véspera de domingo, o alvinegro estará em segundo plano.
E ao Flamengo só resta aprender que quando se trata de um CLÁSSICO, não importa qualidade técnica, situação financeira, jogadores renomados ou agressividade. Se o coração não estiver na ponta da chuteira, a bola não vai entrar. Encarem um clássico como deve ser encarado, seja como uma final de Champions ou de Copa do Mundo, porque como disse o Eurico: “É guerra esportiva, matar ou morrer, não pode perder”. A lição que fica ao rubro negro é: sente domingo no sofá, e na próxima vez, RESPEITE. O gigante da colina, o rival voltou!