O camisa 9 morreu?


Em tempos recentes, o futebol adotou uma mentalidade mais híbrida. Posições de jogadores não são tão estáticas, delineadoras quanto antigamente. Pontas jogam como atacantes centralizados e podem exercer funções mais defensivas que o normal, laterais são quase alas, a linha entre primeiro e segundo volante está cada vez mais borrada. Essa mudança na fluidez do jogo resultou na morte do enganche, o "10 clássico". E para muitos, também decretou a morte do camisa 9.

Porém, o ponta de lança ainda está longe de morrer. Dos 40 artilheiros das principais ligas europeias (Serie A, Premier League, La Liga e Bundesliga), 23 se enquadram nessa categoria. Nomes como o recém-surgido Harry Kane, Diego Costa, Mauro Icardi, o artilheiro do campeonato alemão Alexander Meier, Carlos Bacca, Sergio Aguero são apenas alguns que ocupam posição de destaque no cenário europeu. Jogadores que tem em seu principal mérito a capacidade singular de finalização, e uma identificação com a grande área que remonta a nomes como Vieri, Morientes, Inzaghi, Shearer, Cole, Makaay. O camisa 9 também aderiu a fluidez do jogo e para alguns pode até ter sua característica desmerecida. Nomes como Alexandre Lacazette, Daniel Sturridge e Wayne Rooney, jogadores que atuam em mais de uma posição mas que na maioria de suas qualidades capturam a essência do que é ser o "out-and-out striker".

O jogo está mais líquido, e os rótulos deveriam seguir essa tendência. O camisa 9 não morreu, o enganche não morreu. Eles apenas expandiram seus conceitos. No mundo de hoje todos estão abertos a críticas como nunca antes e alguns jogadores são rotulados muito rígida e equivocadamente. Dois passes errados não fazem de ninguém um grosso, velocidade não remove a capacidade armadora de um enganche, e a flexibilidade não destrói o 9 antigo, apenas o realça.


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