Longe dos Holofotes #08 - William Schuster


Desde cedo William já sabia o que queria: ser jogador de futebol. Sabendo dessa vontade, sua família sempre o apoiou e um de seus tios o colocou na escolinha do Grêmio, quando o garoto ainda tinha 10 anos de idade. Assim como a vontade de jogar bola não demorou a aparecer em sua vida, uma chance na base do tricolor também veio rápido, afinal, naquele mesmo ano, depois de observações de olheiros, ele já fazia parte da equipe.

Após anos na base do Grêmio, William passou por um pequeno período de intercâmbio no Porto, de Portugal, porém, acabou retornando ao Brasil, dessa vez para o Vitória da Bahia, onde ficou dos 17 aos 18 anos. No entanto, as mudanças não pararam de acontecer na vida do jogador e com 19 anos veio a oportunidade de rumar ao Paraguai, onde foi defender as cores do 3 de Febrero.

No país vizinho foram sete temporadas, passando por Independiente FBC, Sportivo Luqueño, 12 de Octobre e Guaraní, onde disputou a Libertadores de 2009, ainda com 21 anos, uma experiência única e extremamente enriquecedora profissionalmente e pessoalmente, segundo o jogador.  Além do Paraguai, William teve uma rápida passagem pelo Petare FC, da Venezuela, onde, apesar do nível mais baixo, também aprendeu muito.

“O Paraguai me ensinou muito do que eu sou hoje como jogador. É um futebol de muita dinâmica e intensidade. Minhas características são bem parecidas com isso.”
William no Independiente, do Paraguai. Uma importante escola para sua carreira.

A chance de voltar ao Brasil veio em 2015, quando Roger Machado, então técnico do Novo Hamburgo, consultou seu ex-companheiro Arce e recebeu grandes referências do meio brasileiro. Veio, então, o telefonema e o convite para disputar o campeonato gaúcho de 2015. William aceitou o promissor projeto do clube, que contava com outros nomes conhecidos como Leandrão, Magrão e Bolivar.

No retorno ao país, sua equipe fez boa campanha no campeonato estadual, caindo nas quartas de final, nos pênaltis, diante do Grêmio. E foi justamente o tricolor gaúcho, time onde William começou, que se interessou pelo futebol dele na metade do ano. Novamente o convite veio por meio de Roger Machado e, de novo, foi prontamente aceito pelo jogador.
Depois de conhecê-lo no Novo Hamburgo, Roger quis contar com William também no Grêmio.

Com a equipe brigando pelas posições de cima da tabela, as mudanças eram poucas e o time estava fechado. Com isso, as chances não apareciam com tanta frequência, porém, atuou em algumas oportunidades e ajudou o tricolor a conquistar uma vaga na Libertadores. Com seu contrato de seis meses chegando ao fim, acertou, ainda em 2015, com o Atlético-GO, que disputaria a serie B do ano seguinte.
No Atlético Goianiense, as boas partidas chamaram atenção do Catar.

O meia encontrou todas as condições necessárias para um bom trabalho em Goiânia, fez a pré-temporada e conseguiu grandes atuações no primeiro turno da competição nacional. As boas partidas acabaram despertando interesse do Al-Muaither, do Catar. A proposta que chegou era irrecusável e William deixou o Atlético, que se tornaria campeão no final do ano.

“Era uma proposta muito boa para mim, não tinha como recusar. Eu sempre tive vontade de conhecer, muitos jogadores brasileiros vieram e agora que eu estou aqui consigo ver o por que de eles gostarem tanto. Qualidade de vida muito boa, sem perigo nas ruas, pode andar com a família meia noite na rua, uma cidade organizada.”

Vivendo uma realidade totalmente diferente e com contrato até maio do ano que vem, Schuster vem se destacando na equipe, que, recém-promovida, tem a manutenção na Serie A como maior objetivo. A estrutura não deixa a desejar para os maiores do país, porém, os clubes de maior poderio acabam contratando os melhores nomes nacionais.
No Catar, além da excelente qualidade de vida, oportunidades legais como essa: enfrentar o lendário Xavi.
Até aqui, o brasileiro é quem tem a maior distância percorrida na liga, destacando-se pela presença em todo o campo e voluntariedade. Nenhuma surpresa para quem conhece sua trajetória. William percorre grandes distâncias desde o começo de sua carreira, tudo para ir atrás de seu sonho de infância: jogar futebol. No Rio Grande do Sul, Bahia, Paraguai, Venezuela, Goiás ou Catar, longe ou perto dos holofotes, William Schuster é mais um dos sonhadores que constroem a sua carreira na base de muito esforço e perseverança.

“Muito obrigado a todos que torcem por mim, recebo muitas mensagens nas redes sociais. Torcedores do Grêmio, do Atlético, que pedem pra eu voltar. Agradecer minha família e a vocês pelo espaço e pela oportunidade de estar fazendo parte aí do site. Valeu, um grande abraço!”
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